Se há dois anos nos tivessem dito que deixaríamos de ir ver os nossos avós ou pais fisicamente e que falaríamos com eles apenas por vídeo, talvez ríssemos. Se nos dissessem que os afetos passariam a ser trocados à distância e enviados por imagem. Se nos dissessem que os abraços seriam forrados a fatos e a pele mergulhada em álcool.
Se nos dissessem que um vírus fecharia o mundo em confinamento e que teríamos tantas vagas como as estações de um só ano, diríamos porventura que era filme de ficção sem sentido.
Imaginaríamos um corredor de ambulâncias à espera de vaga para deixar doentes urgentes? Ou unidades inteiras em colapso, por lotação de camas e esgotamento de equipas, não estando no entanto a viver uma guerra mundial?
Imaginaríamos depois do caos o reencontro? O reencontro com as equipas, com os lugares de sempre, com os projetos.
Cada ciclo que se encerra parece fechar também em si um tempo, anunciando a mudança, ou o começo de tempo novo.
E então a mudança acontece, quando o futuro se instala como presença dos dias, num equilíbrio de forças entre o que se perdeu e o salto elevado que o pensamento já não conseguiu planear. E da imagem que trocávamos com a família e entendíamos ser forma pioneira de informação, em poucos meses é esmagada pela grandiosidade de novos tempos, os da imagem suportada na tecnologia.
Nesta vida nova aplaudimos de pé a bravura de quem se quis manter numa missão incessante ao outro. A médica Intensivista Anabela Oliveira e o Professor Carlos Calhaz Jorge são os nossos pilares do mês.
Recordamos os números da pandemia numa retrospetiva com o Professor Luís Graça e ouvimos quem estava no número do lado de lá, na Linha Saúde 24. Brindamos ao reencontro dos estudantes de Medicina que resolveram reunir o AIMS em palco e recuperar a união do passado.
Espreitamos os reencontros com a Investigação na sua fusão com a Faculdade e falamos do médico Oftalmologista David Cordeiro Sousa e da Medicina Experimental.
Avançamos na mudança e embarcamos no futuro. Numa abertura do nosso mundo tecnológico ao mundo que quem quer aprender cada vez mais. Mergulhamos na imagem e transportamo-nos através da Medicina, pelas lentes da inovação.
Incrível mundo este que, mesmo na repetição do que já assamos, renova-se e reinventa-se, dando sempre novo passo rumo a um novo tempo.
O tempo que nos mantém juntos. Neste agora.
Bem-vindos a este incrível mundo novo do qual todos fazemos parte!
