Breve História da Reforma do Ensino Clínico de 2021 na FMUL
Nova Reforma do Ensino Clínico
Nova Reforma do Ensino Clínico

 

Breve História da Reforma do Ensino Clínico de 2021 na FMUL

A Faculdade de Medicina de Lisboa é uma instituição centenária, com uma marcada tradição Académica e Científica, mas capaz de se modernizar e ajustar aos valores e necessidades de cada época. A sua última reforma curricular teve lugar há mais de 10 anos, com a implementação faseada do processo de Bolonha, que visava a internacionalização da Escola, permitindo a equivalência e a livre circulação de alunos no espaço Europeu através do sistema de créditos Europeus (ECTs), mas tambem a sua restruturação. Essa reforma reduziu o ensino formal da Medicina de 6 para 5 anos, criou o ano profissionalizante, levou à reorganização dos conteúdos em eixos de integração vertical e horizontal e permitiu a exposição precoce dos alunos à clinica. Embora tenha envolvido todos os anos do novo Mestrado Integrado a sua tradução foi mais marcada no ciclo pré-clinico.

De facto, nos anos subsequentes foi sendo progressivamente sentido pelos Docentes e Discentes e apontado pelas diferentes Comissões Externas de Avaliação da Faculdade,  que era necessário actuar de forma mais profunda sobre o ensino clínico de modo a ir ao encontro das necessidades das futuras gerações de médicos. Era essencial introduzir  uma abordagem mais integrada dos conteúdos, eliminar repetições e sobreposição de temas, reduzir os tempos de avaliação, diminuir a carga lectiva criando espaço para o estudo individual e para a auto aprendizagem, alocar tempo e créditos à tese de MIM, integrar competências médicas emergentes e adaptar os métodos de ensino aos novos paradigmas de ensino e aprendizagem. Era ainda essencial rever os rácios do Ensino pratico.

Em resposta a essa necessidade tiveram lugar várias iniciativas. Foram criados foruns de discussão, como o dia da Pedagogia e Educação Médica/Beyond Med, em 2014, onde se reflectiu sobre a mudança dos anos clínicos; foi elaborada uma revisão dos métodos pedagógicos (ver Manual da Pedagogia da FMUL) e foram instituídas acções de formação de Docentes em resposta aos novos desafios das aprendizagens. Da parte dos Discentes (alunos da AEFML, Conselho Pedagógico e Conselho de Escola) foi levado a cabo um trabalho de análise do ensino clínico entre 2013-2015 de que resultou um documento interno. 

Em 2015 a Direcção da Faculdade nomeou uma Comissão de Avaliação do Ensino Clínico (CAEC) - coordenada pelo Professor José Mendes de Almeida), constituída por Docentes e Estudantes. A Comissão elaborou um inquérito aos Docentes e Discentes focado nas necessidades de mudança, promoveu a elaboração de textos de reflexão sobre a reforma do ensino  (link para esses documentos) e os seus princípios orientadores e posteriormente dividiu-se em grupos de trabalho para a apresentação de propostas. Uma delas, entitulada "A new curriculum for the Clinical Cycle at the FMUL: Meeting the needs of future doctors. Improving medical care", foi aceite globalmente pelo CAEC e constituiu o primeiro documento orientador do processo de Reforma em 2017.

Já em 2018 foi criada a Comissão de Implementação da Reforma do Ensino Clínico (CIREC) - coordenada pelo Professor José Ferro, que incluiu docentes, estudantes e elementos da área Académica, para levar a cabo a proposta da CAEC e efetivar a reforma. Esta proposta mereceu revisão externa por parte do Professor Peter McCrorie e com base nas suas recomendações e da discussão com os diferentes elementos da Escola, foi concluída e aprovada pelos vários Orgãos da Faculdade, a proposta final para a reforma do ensino clínico no final do ano de 2018, tendo recebido desde então atualizações pontuais.

Desde então, a implementação da reforma estava planeada para o ano letivo de 2020/2021, afetando pela primeira vez o curso 17-23 - como tal, foram levadas a cabo duas apresentações públicas com o intuito de esclarecer os estudantes e receber feedback em janeiro de 2019 e janeiro de 2020. Concomitantemente, foram levadas a cabo todas as tarefas logísticas com seio da CIREC com base em reuniões mensais e grupos de trabalho. Contudo, com o início da pandemia COVID-19 em março de 2020, foi tomada a decisão de adiar a implementação da reforma por um ano, para 2021/2022, passando a ser introduzida com o curso 18-24.

A preparação da reforma foi reiniciada em dezembro de 2020, tendo sido concluídas as preparações finais para a sua introdução e os processos de monitorização e avaliação da implementação da reforma. A CIREC irá encerrar a sua missão no final deste ano letivo, sendo substituída pela Comissão de Acompanhamento da Implementação da Reforma do Ensino Clínico (CAIREC) que terá por função o acompanhamento, monitorização e otimização da implementação da reforma.

 

PELO CIREC

1 junho de 2021