“É impossível progredir sem mudança, e aqueles que não mudam as suas mentes não podem mudar nada”. A ideia suportada por Bernard Shaw, trazia no passado ano a notícia concretizada de novos ventos.
Sair da zona de conforto é possivelmente a primeira coisa que se pensa quando há uma mudança. Primeiro veio o anúncio da Reforma do Ensino Clínico, depois a implementação. Com ele novos elementos foram colocados em prática, com novos desafios e regras. Na promessa de se dotarem cada vez mais os novos médicos e prepará-los para assegurarem um futuro melhor, era implementada uma nova forma de avaliação. A OSCE - Objective Structured Clinical Examination – apresentava-se assim como a nova forma de por à prova os conhecimentos e a sensibilidade dos estudantes de Medicina dos anos clínicos, desafiando-os a aplicarem os conhecimentos e as técnicas de comunicação.
No primeiro dia fomos espreitar a OSCE e percorremos os circuitos como sombra da própria ação. No silêncio de momentos cronometrados ao segundo, ouvimos a harmonia e a ansiedade, o receio de falhar e a pressa de terminar e apanhar ar puro. No grande momento da mudança, que a todos pareceu consensual ser uma melhoria para a formação da Medicina, foram sentidas as necessidades de ajustes, foram vividas e demonstradas reações mais emotivas, houve receios espelhados e ânimo de um futuro ainda mais promissor.
Esta é a edição que faz uma viagem à OSCE. Falámos por isso com os seus criadores e os que lhe darão continuidade, descrevemos os bastidores e ouvimos os relatos de quem preparou tudo metodicamente, sempre pelo brio do método e do rigor.
Em tempos que anunciam uma possível calmia da pandemia, regressámos à DGS e fomos falar com o Professor da FMUL, o coordenar do Departamento de Qualidade na Saúde e coordenador da Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19.
Fomos medir o pulso de uma equipa pronta a subir ao palco do AIMS, o maior congresso europeu de Biomedicina, organizado pelos nossos estudantes.
Entrámos no Gabinete de Apoio ao Estudante e levámos a Rita e Carla para o nosso habitual Podcast e, sem as sujeitar a receita médica, fomos tentar saber que novos desafios tem o Gabinete e rever os seus principais projetos de glória.
Entrámos pela casa da Professora e coordenadora da Licenciatura de Ciências da Nutrição, Catarina Sousa Guerreiro, que mesmo doente não deixou de nos ceder mais uma amável conversa.
E terminamos como começámos, a espreitar a mudança e a receber o futuro nos dias atuais da formação médica, quer para alunos, quer para quem já está no terreno a receber e a cuidar de pessoas reais, de casos que precisam de intervenção.
Nesta e nas próximas edições olhamos com especial foco para a mudança, para o avanço do nosso ensino e para a Faculdade que transportou a tecnologia para a sua casa, implementando novos sonhos, mais técnica, novos caminhos que perspetivam um médico mais completo, para um doente cada vez mais exigente.
Com uma assinatura de vanguarda e ousadia, continuaremos a falar e a ouvir quem faz parte dos novos tempos de uma estrutura tecnológica e humana que já não volta mais atrás.
Chegámos ao futuro e há que saber olhá-lo de frente, mesmo que doa inicialmente a mudança!
Assim assinamos mais um mês.
Joana Sousa
Equipa Editorial