Vacinação um “passo fundamental para adquirirmos segurança”
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Entrevista com duas mulheres por videoconferência

Cristina Sampaio, Professora no Laboratório de Farmacologia Clínica e Terapêutica da FMUL, esteve na edição da tarde da SIC Notícias para falar sobre a importância da vacinação nos lares portugueses e para nos explicar na prática, as diferenças entre as várias vacinas disponíveis.

O início da vacinação nos lares é, nas palavras de Cristina Sampaio, um “passo fundamental para adquirirmos segurança”. Os idosos que estão atualmente, e há cerca de 10 meses, confinados nos lares são, sem sombra de dúvida, uma prioridade.

Mas é preciso não “esquecer que a vacina só será completamente eficaz em grandes grupos, quando uma larga percentagem de população estiver vacinada”.

Somente, poderemos respirar de alívio quando for atingida a tão desejada imunidade de grupo, “através da vacinação de um grande segmento da população”. Quando questionada sobre as diferenças entre as várias vacinas existentes, Cristina Sampaio utiliza a comparação ao retrato robot utilizado em investigação criminal. “O criminoso é o vírus” e através da vacina o que fazemos, é mostrar esse retrato robot ao nosso sistema imunológico que apanhará o criminoso. Mas tal como a vacina, este retrato robot não é 100% igual à realidade. As vacinas da Moderna e da Pfizer “têm uma bolsa de gordura que serve de envelope, onde as instruções são transportadas”. Por outro lado, na vacina da Astrazeneca “o transporte é feito por um vírus modificado”, que “não tem infecciosidade”. Estas são as principais diferenças entre as vacinas. É preciso ainda ter em consideração as diferenças entre DNA e RNA. Sendo que “o DNA é a forma de codificar instruções e o RNA é o mensageiro do DNA”, explica Cristina Sampaio à Sic Noticias. “Na Pfizer e Moderna as instruções já vêm na forma de RNA”, enquanto que na “vacina de Oxford, as instruções vêm na forma de DNA e terão de ser descodificadas pelo organismo para originarem as instruções na forma de RNA”.

Quando questionada sobre o a nova variante do vírus, a circular inicialmente no Reino Unido, a Professora refere que desde Wuhan que existe e circulam inúmeras variantes, mas o importante, quanto à criação das vacinas, é que elas consigam identificar a “proteína spike, o espigão que se vê na imagem do vírus”. “Enquanto essa proteína tiver uma estrutura parecida, com a estrutura codificada na vacina, estas serão sempre eficazes”.

 

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