Presidente do CEMP é destaque em publicação da Faculdade de Medicina de Coimbra
Share

 

senhora a falar em grande auditorio
Fausto J. Pinto na Universidade de Coimbra

 

 

Fausto Pinto foi o convidado eleito da última “VoiceMed”, numa entrevista para a Newsletter da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, onde falou acerca do papel “pioneiro e de alerta” do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas, à qual preside, na gestão, não só interna mas também pública, da pandemia de Covid-19.

O Professor Fausto Pinto começou por salientar a “total independência” do CEMP em relação ao poder político, “que nos dá, talvez, a possibilidade de podermos expressar, mais facilmente, aquilo que entendemos ser relevante”, frisou, adiantando que o CEMP procurou ter sempre uma “atitude positiva e construtiva” nas suas intervenções, agindo com civismo e proatividade. “Temos uma visão e uma certa estruturação mental que nos faz tomar posições baseadas naquilo que são a evidência e os princípios científicos que, neste caso concreto, devem ser considerados na tomada de decisões”, explicou Fausto Pinto.

Apesar de nem sempre ocorrerem com o “timing” desejado, o Professor Fausto reconheceu, com orgulho, o cumprimento das recomendações do CEMP, que têm vindo a ser enquadradas nas medidas anunciadas pelas autoridades de saúde nos últimos tempos.

Fausto Pinto comentou, ainda, o papel da comunicação social na pandemia, aludindo à “responsabilidade” que deve ser assumida por todos aqueles que transmitem informação, “sobretudo para as populações, já que essa informação, quando não é devidamente transmitida, pode ter consequências menos positivas”, realçou, destacando que a “Comunicação de Ciência e em Saúde é uma área que tem vindo a sofrer um desenvolvimento muito grande”.

O Presidente do CEMP lembrou, assim, o papel pedagógico das Escolas Médicas e reforçou que uma população devidamente “educada e informada quanto a estes assuntos é uma população que pode ter comportamentos mais adequados”.

Na entrevista, Fausto Pinto falou também sobre a postura e comportamento dos portugueses face às medidas de combate à pandemia, revelando-se agradado com a compreensão e respeito da generalidade da população. “Esta é uma situação completamente nova”, afirmou o Professor, acrescentando que “na história da humanidade, nunca se colocou uma população saudável em quarentena. Em si, isto é, à partida, quase como uma experimentação em termos globais.”

O Presidente do CEMP destacou outro ponto importante sobre o papel das Escolas Médicas na conjuntura atual e que está relacionado com “a importância de, uma vez tomado um conjunto de decisões, estas serem transmitidas com confiança e robustez suficiente, para que as pessoas se sintam apoiadas e sintam que estão a seguir instruções credíveis e para seu benefício”.

E sobre a “distância muito grande” que existe “entre aquilo que é a realidade e aquilo que é um desejo que todos temos”, o Professor Fausto Pinto revela: “Muitas vezes digo isto a brincar aos meus doentes, embora falando a sério, que a diferença entre um médico e um político é que o médico diz aquilo que o doente tem de ouvir: neste caso concreto, diz aquilo que a população tem de ouvir. E o político diz, muitas vezes, aquilo que acha que uma pessoa quer ouvir”.

Na entrevista, Fausto Pinto falou também sobre a prática clínica e a readaptação da atividade médica, assim como os desafios com que se tem deparado enquanto Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Explicou de que forma a pandemia afetou o ensino e a investigação na FMUL, bem como os mecanismos de resposta acionados perante tão singulares adversidades. “Até a mim – que sou muito positivo e pró-ativo – me surpreendeu, a forma fantástica como, em 24 horas, se conseguiu montar um sistema de ensino à distância, com uma mobilização completa dos alunos, docentes, funcionários e pessoas ligadas ao audiovisual, o que nos permitiu manter uma atividade contínua, sem que existisse uma quebra no ensino”, garantiu, revelando que “estamos a começar a abrir de forma progressiva, prudente e cautelosa”.

Leia na íntegra aqui a entrevista, em que o Professor Fausto Pinto revela ainda as grandes lições a tirar de uma experiência, que lembrou à Humanidade o quão essenciais e urgentes são a Saúde e a Ciência.