Leonor Saúde investiga forma de regenerar lesões na medula espinhal
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Peixe-zebra
Peixe-zebra

 

Todos os anos, só na Europa, os acidentes na piscina ou na estrada provocam lesões graves na medula espinhal a dez mil pessoas. Leonor Saúde, Professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) e investigadora no Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (IMM), procura uma forma de regenerar estas lesões através do peixe-zebra.

O peixe-zebra consegue regenerar sozinho todos os seus órgãos, incluindo a medula espinhal. Isso significa que um mês depois de uma lesão medular grave, já recuperou e voltou a nadar.

Os acidentes de viação e os mergulhos em águas pouco profundas são duas das principais causas de lesão na medula espinhal. Estes pacientes, geralmente jovens, não têm qualquer problema no cérebro ou nos membros, mas antes na “autoestrada” de informação que os une. A medula espinhal, protegida pelas vértebras da coluna, é essa via: uma espécie de tubo cheio de cabos elétricos, os nervos, que conduzem os impulsos nervosos do cérebro para a periferia – proporcionando o controlo motor – ao mesmo tempo que trazem informação da periferia para o cérebro – permitindo a perceção sensorial. “Nós não temos wireless, a comunicação no nosso corpo é feita por cabo, à moda antiga”, afirma a investigadora.

Desde cedo, a Professora teve um contacto próximo com a investigação: passou noites nos barcos da ria a colher amostras de água, acampou na serra para recolher dejetos e penas. “Foi divertido, mas também tornou claro que aquela biologia – de campo – não era para mim. Aquilo que me fascinava era a biologia de laboratório.” Foi então que o peixe-zebra se atravessou no seu caminho. Este modelo animal é muito usado na investigação científica por ter o genoma sequenciado e partilhar uma grande percentagem de genes e doenças humanas.

Leia a reportagem na íntegra, aqui.

mulher num laboratório
Leonor Saúde