Chama-se "Up we Grow", um projeto no âmbito do Mentoring 2.0, que é uma iniciativa do Gabinete de Apoio ao Estudante, GAE. Durante ontem e hoje, dias 12 e 13, realizam-se várias palestras, com profissionais cujo objetivo é falar sobre a sua experiência e percurso profissional aos estudantes do MIM e da LCN para que façam opções conscientes e informadas relativas ao seu percurso profissional.
Na sessão de abertura estiveram o diretor da FMUL, Prof. João Eurico da Fonseca e o Diretor Clínico da ULS Santa Maria, onde destacaram a importância deste programa para a “construção de boas memórias futuras” esperando que esta seja sobretudo “uma oportunidade para captar ideias a partir do ambiente que os envolve”, de acordo com o Professor João Eurico da Fonseca. Já o médico Rui Tato Marinho, começou por dizer que a vida de médico é das profissões mais dinâmicas e diversificadas, “chegamos ao desportista de alta competição, ao trabalhador do sexo, ao Juiz ou à estrela de rock e a todos tratamos de forma empática.” O ambiente hospitalar despersonaliza as pessoas, “todos vestidos de forma indiferenciada, com chinelos de papel”, não pode ser desculpa para esquecer que “foram essas pessoas fizeram que fizeram o nosso país” e que cada ser humano carrega em si uma história e um passado. Este exemplo foi o mote para outra característica indispensável para trabalhar em meio hospitalar: o equilíbrio e este, consegue-se, segundo as suas palavras, “através da felicidade e do descanso”. As lideranças são cruciais no seu papel de envolver e ouvir todos, outro dos temas abordados pelo médico que tem experiência em coordenação de equipas.
A medicina é cada vez mais um trabalho de equipa feito entre vários especialistas de especialidades diferentes. As palavras de ordem hoje são: diferenciação, multidisciplinaridade e ligação, esta ultima no sentido de que as várias especialidades se complementam na compreensão do diagnóstico e nos tratamentos a prosseguir. E foi isso mesmo que que se viu nas apresentações feitas pela Nutricionista Patrícia Almeida Nunes da ULS Santa Maria, e docente FMUL, da pedopsiquiatra Mara Costa de Sousa da CUF e da psiquiatra Círia Pereira a trabalhar na ULS Ocidental. Falou-se da importância da avaliação dos doentes e da capacidade de os encaminhar para especialidades complementares. A área dos distúrbios alimentares é um ótimo exemplo de como a Endocrinologia, a Nutrição a Psiquiatra e a Pedopsiquiatria, quando os doentes têm menos de 18 anos, se complementam. As oradoras deram vários exemplos dessa realidade que é o dia a dia de quem trabalha nos hospitais. As equipas são alimentadas não só por médicos como também por enfermeiros, assistentes sociais e operacionais e é preciso todos estarem envolvidos neste trabalho e perceberem a importância que cada um tem nesta sequência.
A conversa foi moderada pelo Psicólogo do Espaço S Rui Martins e acompanhada pela equipa do GAE. Ana Rita Sobral explicou que “este projeto promove a interação entre estudantes e profissionais da área da saúde bem como networking entre estudantes e investigadores com vista a estabelecer parcerias futuras.” O envolvimento da FMUL nas escolhas dos seus estudantes é outro ponto que merece destaque, através de “instrumentos de preparação para a etapa seguinte à formação dos alunos.”
A troca de ideias e partilha de experiências está bem vincando em todo o programa deste “Up We Grow”, que está a acontecer ainda durante o dia de hoje e pode participar ainda no Speed Meeting, nas Jobalks com áreas tão apetecíveis como a Anestesiologia, Cirurgia Geral e o transporte entre hospitais feito pelo INEM. As palestas de hoje têm por tema as Doenças Neurodegenerativas e incidem na área da medicina, da investigação ou da Farmácia. A professora Maria Diógenes vai ser uma das oradoras. A cerimónia de encerramento acontece pelas 19 horas e conta com a presença da Presidente da AEFML, Ana Raquel Rodrigues, o médico Intensivista Nuno Gaibino na qualidade de Mentor Mentoring 2.0 e ainda Mariana Costa enquanto bolseira do programa.
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