Passa pouco das 08h30 e a turma do 3º ano vai preenchendo as cadeiras de um dos auditórios do Edf Reynaldo dos Santos.
Hoje a aula de Radiologia, integrada na cadeira Imagiologia do 3º ano do Módulo V.I do M.I.M, dá aos melhores 5 alunos o acesso ao simulador.
O desafio é responder, num curto espaço de tempo, a um quizz. Os mais rápidos e certeiros serão os escolhidos para a fase seguinte onde farão a primeira ecografia a um boneco que integra o simulador. Apuram-se dois rapazes e três raparigas.

Tudo está muito equitativo na qualidade das respostas, na atenção e empenho e no papel que rapidamente assumem como médicos aprendizes.
Aquilo que pode parecer simples só o é porque há uma equipa eficaz que é igualmente pouco visível, o Cristiano e o Nuno. Enquanto que o primeiro garante que o simulador e os seus sets de programação estão a postos, o outro confirma remotamente se todos fizeram o questionário e quem ganhou.

O que esta aula tem de tão entusiasmante vai além da possibilidade de colocar as mãos na massa, ou seja, no ecógrafo; é a energia contagiante da Dra Leonor Fernandes, docente da Faculdade e médica Radiologista que marca o compasso certo, “pensem que isto é como um videojogo, mas aqui o comando é a sonda e é ela que nos faz a visita guiada aos órgãos”, dizia.

Não é provável esmorecer numa aula assim, pois a empatia e preocupação com cada elemento da turma dá à médica Leonor o condão de estimular e questionar vários cenários que levam à técnica e a um possível diagnóstico de lesão. “A sonda é para o Radiologista como o prolongamento do neurónio, vejam, nós varremos o órgão inteiro, as vezes que sejam necessárias, até ter a certeza do que estamos a ver. Confirmem sempre o órgão por inteiro, sem dúvidas. É como se o estivessem a namorar”, reforçava com a vitalidade de quem lida bem com as manhãs.

 

A ideia da visita a esta aula de simulação veio de outro médico Radiologista e Regente substituto da cadeira, Luis Vítor. À sua inquietação sobre como surpreender e prender o seu público de jovens descobridores, fez com que desafiasse a Faculdade a aproveitar cada momento do recurso à simulação. O sucesso ficava assegurado e prometia a reviravolta esperada.

Ao longo da aula que decorreu em 1 hora, o Rodrigo, a Sofia e o Tiago (os 3 que nos autorizaram a captar imagem) e diante de diferentes cenários de doença, responderam aos mais variados pré-sets de programação.
No fim o efeito de motivação e contágio estava provado como eficaz, com alguns estudantes a propor novos encontros com recurso à simulação, para treinar, treinar e treinar.

Para aprender e exercitar os sentidos e o pensamento.

E sentir a Medicina real cada vez mais perto de quem a levará nas mãos, todos os dias.