Foi ontem, no Auditório João Lobo Antunes, o lançamento do livro “Saúde em Portugal- Pensar o futuro, 50 anos de Democracia, 45 anos de SNS”, coordenado por Adalberto Campos Fernandes.
Com apresentação de Luís Marques Mendes, o livro reúne textos de vários decisores com reflexões que podem contribuir para garantir a sustentabilidade e o bom funcionamento de um serviço que é um dos pilares da democracia, conquistada nos quase 50 anos de 25 de abril.
É um título extenso para falar de uma realidade que tem nos últimos anos ocupado a agenda dos decisores políticos em Portugal. O SNS é um pilar do Portugal democrático que permitiu o acesso aos cuidados de saúde de forma generalizada, mas que pode estar comprometido.
Existem vários problemas e não são novidade, mas não tem havido respostas eficazes, eficientes nem fórmulas mágicas para resolver o problema no atendimento nas urgências, nos serviços de obstetrícia e nem a simples questão de que há falta de médicos, reúne consenso.
É preciso discutir o assunto, é preciso que quem percebe e trabalha na área contribua com opiniões e ideias para que de diferentes visões e propostas, nasça uma solução. Discutir o assunto é vital para que se encontrem as alternativas e foi certamente a pensar nisso que Adalberto Campos Fernandes coordenou este livro que reúne testemunhos de figuras de vários quadrantes, que podem contribuir com o seu know-how para encontrar a solução.
Da FMUL, dois contributos de peso, o atual diretor João Eurico Cabral da Fonseca, e o anterior Prof. Fausto Pinto. Maria do Céu Machado, Sara Cerdas, Maria de Belém Roseira, Miguel Guimarães entre outros, foram convidados a escrever um capítulo deste extenso percurso que é o SNS. O coordenador do livro falou da necessidade de encontrar respostas até para prevenir a saída dos jovens para o estrangeiro e, apesar de ser um pouco “apiegado” sempre que fala nas filhas, - a mais velha vive no estrangeiro- alertou “não queremos que os nossos filhos, saiam para o estrangeiro pela nossa incompetência.” Mas como bem disse na sua apresentação, Marques Mendes, “perceber a ameaça é o caminho para encontrar a terapia” e frisou os perigos dos radicalismos, apelando ao consenso e à “coragem do apelo à moderação para encontrar a moderação.” Moderação e diálogo pode ser o antídoto para combater a inação. Uma sala cheia de caras conhecidas e com responsabilidade no país que foi classificada com a frase de Marques Mendes “o que nós temos aqui hoje são amigos”.
Carlos Martins em representação da ULS de Santa Maria destacou a importância dos “diversos contributos, partilha de pensamentos e reflexões feitos por um conjunto de pessoas” ao longo das 230 páginas deste livro que começa com o prefácio de Marcelo rebelo de Sousa. João Eurico da Fonseca, destacou aquele que detetou enquanto elemento comum no livro e que é o facto de o “SNS ser um elemento critico da nossa democracia”.