Resultados do Relatório Oncológico Nacional
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laços coloridos alusivos à Luta Contra O Cancro

Os dados do Relatório Oncológico Nacional, RON, relativos a 2020 registaram 52 723 novos casos de cancro, ficando a estimativa abaixo do que era esperado. Estes resultados não são boas notícias, são antes o reflexo dos efeitos da pandemia no que toca a rastreios, diagnósticos precoce e tratamentos na doença oncológica.

As estimativas apontavam para um número entre 60 a 65 mil casos de novos doentes oncológicos, mas essa previsão ficou abaixo dos dados agora revelados. A  diferença é de menos 15 a 24 por cento, mas que deverá refletir-se nos dados relativos a 2021, nomeadamente traduzindo-se em mais casos de morbilidade e mortalidade.

Maria José Bento, diretora do RON, mostrou-se preocupada com os atrasos nos diagnósticos e nos tratamentos, deixando antever um cenário negro nos números para o ano que se segue, 2022.

O relatório que foi recentemente divulgado revelou ainda que o cancro é a segunda causa de morte em Portugal, responsável por 28 mil óbitos o que corresponde a uma percentagem de 23 por cento do total das mortes registadas em território nacional.

Mas nem tudo são más notícias. Segundo o mesmo documento, aumentou a cobertura geográfica e populacional aos rastreios feitos em Portugal; cancro da mama, colo do útero e colorretal, sendo que o da mama atingiu a taxa mais elevada de sempre, com uma cobertura geográfica de 100 por cento e 99 por cento de cobertura populacional. De acordo com José Diniz, diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas da Direção-Geral da Saúde “significa que ultrapassámos largamente a meta prevista no Plano Europeu de Combate ao Cancro que é de 90%”. Deixa ainda um apelo, “peço à população que adira aos rastreios, porque estes salvam vidas”.  

Esta é sem dúvida uma das razões que levaram a que os rastreios aos três tipos de cancro sejam uma das prioridades da Estratégia Nacional de Combate ao Cancro, aprovada no final de dezembro, e que mais três sejam lançados nos próximos tempos, nomeadamente aos cancros do pulmão, do estômago e da próstata.

28 mil mortes por cancro em 2020.

Para contrariar estes números é imperativo que os rastreios tenham cada vez mais uma cobertura robusta, quer em termos de área geográfica quer em número de população. A prevenção tem de ser a aposta, para evitar mais mortes. De acordo com os dados revelados pelo RON, 28 mil são os casos de mortalidade atribuídos a doenças oncológicas sendo o cancro do pulmão o que tem maior predominância, com 15.,4 por cento do universo de 28 mil. Segue-se o cancro colorretal que provocou 13,3% das mortes, o do estômago com 7,9 por cento e o cancro da mama assume a principal responsabilidade pela número de mulheres que morreram devido ao cancro.