Vieram de várias faculdades de todo o país para a formação “Developing best practices in fluid Preservation”, administrado na sexta feira, no Teatro Anatómico. A sessão foi dada em duas partes, uma teórica e outra com uma vertente mais prática, onde foram apresentados e discutidos casos práticos.
Divididos em 3 grupos, a cada um foi dado um caso que implicava um modelo anatómico e a sua preservação. Aos formandos pedia-se que sugerissem métodos de conservação de acordo com determinados critérios como: o tipo de peça, a sua datação se é para estar exposta ou armazenada, entre outros.
Condições como índice de humidade, incidência da luz, tipo de recipiente qual a solução indicada ou tipo de isolamento do recipiente são todos passos para ter em conta sempre que se escolhe um modelo de preservação. Todas as escolhas vão ter um efeito na peça conservada e o objetivo é a sua preservação nas melhores condições possíveis para o efeito a que se destina.
Uma peça que está em exposição num museu ou outra que é usada de quando em vez para análises especificas, vão ter critérios diferentes no que toca a definir o recipiente, bem como a limpeza da peça e sua coloração. Glicerol, betanol? Qual a percentagem de cada solução a ser usada? Hidratar, datar? Um universo de perguntas que confrontam o decisor.
Três nomes internacionais partilharam o seu conhecimento e as suas experiências. Andries J. van Dam do Anatomical Museum, Leiden University Medical Center, Laura Brambilla da Haute-Ecole-Arc, Neuchâtel e Marion Dangeon conservadora e restauradora em coleções de história natural. Não se trata tanto de “ensinar” quem esteve neste workshop, mas trocar experiências e conhecimento para que quem trabalha nestes cenários possa fazer as escolhas mais certas no sentido de preservar e permitir estudar o passado no presente ou até preservá-lo para que se possam encontrar soluções mais adequadas no futuro. Um dos casos apresentados no workshop retratou essa possibilidade. Uma mão humana encontrada completamente desidratada, foi preservada exatamente assim, porque as soluções não eram óbvias e havia o risco de dano.
A preservação é uma conversa entre o objeto a preservar e o seu conservador. Não existem fórmulas mágicas existem possibilidades que têm de ser analisadas sob pena de se perderem espólios irrecuperáveis. Os desafios e as novas ideias, são terreno fértil para estes cientistas.