Otimismo vs. Cautela – A opinião de Miguel Castanho sobre a Vacina contra a Covid-19
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Quando questionado sobre o otimismo do arranque do plano de vacinação contra a Covid-19 no Reino Unido, Miguel Castanho prefere descrever-se com “realista”. Não querendo desvalorizar o marco científico, que consiste no desenvolvimento da nova vacina, o Professor da FMUL, alerta para a necessidade de considerar os resultados dos grandes números. De acordo com o especialista “Conta onde vamos chegar e não exatamente de onde partimos”.

Na opinião do Investigador, o processo tem de ser claro e transparente para garantir a adesão da população global, sendo necessário que a Ciência saiba comunicar cada passo do processo.

Diz-se realista, por estar consciente dos vários fatores que envolvem um plano de vacinação, que podem conduzir a alterações “irónicas”, como se observou no Reino Unido. Relembra que o primeiro país europeu a administrar a vacina (O Reino Unido), quando desenvolveu o plano de vacinação, tinha em mente iniciá-lo com a vacina de Oxford e por força das circunstâncias, iniciou antes o processo com a vacina da Pfizer, transformando o primeiro dia de vacinação num dia irónico.

Ainda sobre a aplicação das várias vacinas a diferentes grupos etários, Miguel Castanho admite que poderá haver vantagem numa avaliação criteriosa sobre quais são as melhores vacinas para cada grupo etário ou outros grupos populacionais, tendo como base outras doenças. Contudo, também esta discussão levanta ao especialista algumas dúvidas, pois pode gerar confusão na população, que poderá recusar-se a ser vacinada, por este motivo. “É preciso começar a explicar tudo muito bem, logo desde início, e as coisas têm de fazer sentido”, reitera o investigador.

Perante e necessidade urgente de uma vacina contra a Covid-19, Miguel Castanho afirma que “Uma coisa é nós querermos agir depressa, outra coisa é querer agir desesperadamente” e na opinião do especialista o que deve ser feito, é “Esperar pelos resultados finais dos estudos (…) o que dizem, que garantias nos dão as entidades reguladoras e só a partir daí pensar em quem vacinar, com que vacina e em que circunstâncias”.

 

Veja aqui a entrevista completa dada à SIC Notícias na Edição da Noite.