O SARS-CoV-2 é “extraordinariamente mutagénico”
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O Professor Francisco Antunes esteve na CMTV a responder a algumas questões sobre as últimas notícias relacionadas com o novo coronavírus.

Relativamente ao facto de as famílias poderem eventualmente voltar a reunir-se, e os netos poderem visitar os seus avós, o Prof. Francisco Antunes defende que, tendo as crianças uma sintomatologia mais leve ou sendo mesmo assintomáticas, do ponto de vista da doença por covid-19, o grande risco é delas serem transmissoras do vírus. Nada impede o convívio entre avós e netos, mas é preciso ter em atenção a idade e a vulnerabilidade dos mais velhos, principalmente em situações onde existem problemas cardiovasculares, hipertensão, obesidade…

O convívio pode ser possível desde que se mantenham as regras habituais, distanciamento, lavagem das mãos e a utilização de máscaras, tanto pelos avós como pelos netos.

Relativamente à questão do genoma, é preciso ter em consideração que os vírus evoluem. O estudo do genoma do vírus pretende mostrar quais as mutações que tem vindo a sofrer. Este vírus é “extraordinariamente mutagénico”, refere o Prof. Francisco Antunes, e algumas mutações podem ter alguma implicação no que diz respeito à transmissão do vírus. Se houver mutações importantes podemos ter implicações no que diz respeito à descoberta da vacina, ou mesmo do tratamento a aplicar.

As mutações no genoma do vírus são designadas variantes e podem condicionar a descoberta de uma vacina, daí se procurar que a vacina se foque numa parte estável deste genoma para que tenha a eficácia pretendida.

A vacina pode ser a saída para esta pandemia, mas criam-se demasiadas expectativas.

Assista à entrevista na íntegra aqui.