As hortas comunitárias estão associadas a benefícios económicos e ecológicos, e a evidência demonstra melhores resultados em saúde, bem-estar e sustentabilidade. Quando inseridas em campus universitários, parecem contribuir para um maior rendimento escolar e podem ser das poucas oportunidades que os estudantes têm para interagir com a natureza.
Com base na evidência publicada até à data, o Instituto de Medicina Molecular (iMM) e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) implementaram o projeto Horta & Jardim Comunitário no campus da FMUL, do qual o Laboratório de Nutrição da FMUL e o Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa são parceiros. Trata-se de um projeto idealizado pelo iMM Get2gether para promover a interação social e construir um maior sentimento de comunidade. O Laboratório de Nutrição pretende ainda que a horta seja também uma oportunidade de acesso a uma alimentação diversificada e saudável complementada com frutos e hortícolas de produção local inseridos no padrão da dieta mediterrânica e de uma consciencialização ambiental que permite que a alimentação seja cada vez mais sustentável.
No dia 11 de Novembro de 2022, o Laboratório de Nutrição da FMUL semeou as suas primeiras sementes num dos canteiros da horta e do jardim comunitário. Rúcula, ervilhas, couve nabiça, brócolos, rabanetes e cenouras foram os hortícolas e tubérculos escolhidos para o arranque da horta, respeitando assim o princípio da sazonalidade. Este dia contou com a participação de alguns dos professores e alunos da Licenciatura em Ciências da Nutrição da FMUL, terminando com um lanche saudável para promover o convívio entre todos.
Ainda neste contexto, no dia 7 de Dezembro de 2022, o Laboratório de Nutrição da FMUL organizou em parceria com a Horta da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa o workshop “Hortas e Compostagem” destinado a alunos de nutrição e de medicina da FMUL no âmbito da III edição do Nutri2Go. Este workshop foi conduzido pelo Tiago Silva (licenciado em Biologia e mestre em Ecologia e Gestão Ambiental) e pelo António Vaz Pato (estudante de Biologia da Conservação na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa) que falaram sobre os princípios fundamentais da compostagem, bem como os métodos de sementeira e plantação através de atividades de cariz muito prático. Plantaram-se couves, acelgas, beterrabas, alface, cebolas e alho francês e semearam-se rabanetes e cenouras. No final, foi pedido a todos os participantes que descrevessem este workshop apenas numa palavra e as selecionadas foram as seguintes: desafiante, prático, proveitoso, inovador, “fora da zona de conforto”, feliz e promotor do bem-estar.
Maria Ana Kadosh