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Cerimónia Oficial de Inauguração do novo Teatro Anatómico
Tal como referido no convite, as obras de renovação do Instituto de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), há muito aguardadas, foram finalmente concluídas, graças ao empenho da Reitoria da Universidade de Lisboa (UL) e da Direcção da FMUL.
No passado, dia 12 de Junho de 2013, pelas 15:00, teve lugar uma cerimónia oficial de inauguração do novo Teatro Anatómico, no Instituto de Anatomia da FMUL, ao qual foi atribuído o nome Professor Armando dos Santos Ferreira.
Constitui dessa forma uma justa homenagem ao detentor do mais alto cargo de Direcção do Instituto de Anatomia que durante o maior período de tempo conduziu aquele instituto na sua história centenária (1964-1991), moldando a sua vocação clínica no ensino e na ciência.
Inspirados pelo artigo O Instituto de Anatomia no Centenário da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, publicado na Acta Médica Portuguesa 2011; 24(4): 663-670, destacámos um pequeno trecho que nos marcou muito em relação ao Prof. Doutor Armando dos Santos Ferreira: «Em 20 de Julho de 1964, após a jubilação de Barbosa Sueiro, foi nomeado Director do Instituto de Anatomia, Armando dos Santos Ferreira.
Armando Ferreira, oriundo dos Hospitais Civis de Lisboa, foi convidado como Assistente de Anatomia da Faculdade de Medicina de Lisboa por Victor Fontes, que nele descobriu grandes qualidades pedagógicas e também na dissecção cadavérica.
Ocupou o lugar de Catedrático de Anatomia em 1967, por concurso em que obteve o Primeiro lugar entre outros insignes professores do Instituto de Anatomia, de que se destacam os nomes de Portela Gomes, Vasco Bruto da Costa e Carlos Jordão Pereira.
No desempenho da Direcção do Instituto de Anatomia, Armando Ferreira convidou para seu colaborador directo o cirurgião geral e primeiro assistente de Anatomia José Caria Mendes.
Vivia-se um período marcante da vida nacional, com natural repercussão no ensino médico e, no caso particular, pela contribuição do Instituto de Anatomia na formação do acrescido número de médicos necessários às Forças Armadas, envolvidas à época na guerra colonial.
O aumento da acessibilidade ao Curso de Medicina, levou a que no ano de 1973 o Instituto de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa tivesse atingido o máximo histórico de 3500 alunos, com uma marcada escassez de material pedagógico nomeadamente cadavérico, para o ensino. A par desta circunstância, as instalações tornavam-se insuficientes e, sob o ponto de vista pedagógico, muito precárias. Havia necessidade de dotar o Instituto de Anatomia de recursos para adquirir equipamento para uma investigação moderna.
Era indispensável adquirir os meios de manutenção e modernização da Biblioteca, e dar continuidade ao prestígio internacional granjeado pelo Arquivo de Anatomia e Antropologia.
Havia também necessidade de ampliar e qualificar o corpo técnico necessário a um Instituto de Ensino e de Investigação Médica actualizado, e bem assim dotar o Instituto de um ratio docente/aluno adequada.
Entrara-se num estado de pré-ruptura. Era necessário actuar rapidamente e com eficácia!», fim de citação.
O antigo Teatro Anatómico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa recebeu finalmente obras profundas de que carecia, para voltar a cumprir a sua missão na plenitude e proporcionar aos alunos da geração actual o ensino de qualidade que caracteriza a nossa Faculdade. A expectativa é que este espaço se torne igualmente um museu funcional, permitindo o regresso de muitas peças catalogadas mas que se encontravam armazenadas devido à falta de condições antes da intervenção.
Em breve o novo equipamento voltará a palpitar de actividade, após obras muito especializadas e com algum grau de complexidade que só têm paralelo em institutos de medicina legal, as quais incluem a instalação de equipamentos muito específicos, incluindo um sistema de ar condicionado adaptado às necessidades técnicas do espaço e muito singular.
No recentemente inaugurado novo teatro anatómico, os visitantes presentes na cerimónia oficial de inauguração puderam observar as novas mesas para autópsias, arcas frigoríficas para guardar material cadavérico, sala de preparação das peças anatómicas, um novo sistema de iluminação, entre muitas outras novidades num espaço visivelmente renovado.
A cerimónia em si foi um sucesso, a avaliar pelo número de participantes e pela impecável organização. A visita às novas instalações e o Porto de Honra que se seguiu foram precedidos de alguns discursos de onde se destacam as alocuções do Senhor Prof. Doutor António José Gonçalves Ferreira, Director do Instituto de Anatomia, do Senhor Prof. Doutor José Fernandes e Fernandes, Director da FMUL, do senhor Prof. Doutor António Sampaio da Nóvoa, Reitor da Universidade de Lisboa e da senhora Dr.ª Alice Horta, filha do homenageado.
Susana Henriques e Miguel Andrade
Equipa Editorial
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