Reportagem / Perfil
Curso de Mestrado em Bioética – A Perspectiva do Aluno
O Curso de Mestrado em Bioética da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), com mais de uma década de existência, é sem dúvida, uma referência central no ensino da bioética em Portugal. Tem como principais características, por um lado, o rigor científico e pedagógico e, por outro lado, a visão multidisciplinar, alargada, actual e atenta que faz das problemáticas éticas. Apesar de leccionado por uma Faculdade de Medicina, não apresenta uma visão estritamente clínica das questões éticas, privilegiando uma visão multifacetada na abordagem bioética.
A estrutura do curso permite uma aprendizagem consistente e multidisciplinar do saber bioético. Leccionado por docentes da própria escola, são também, anualmente e por unidade curricular, convidados prestigiados docentes e especialistas nas mais diversas matérias de Universidades nacionais e estrangeiras.
O curso destina-se a formar profissionais de saúde, com interesses nesta área e que diariamente se confrontam com problemáticas éticas recebendo por essa razão alunos com as mais diversas formações. Esta circunstância enriquece o debate ético ao longo das sessões, na medida em que são apresentadas várias visões, em torno da mesma questão.
O curso é leccionado num espaço acolhedor, propício à aprendizagem e à discussão. A biblioteca do Centro de Bioética, oferece ao aluno um vasto e rico suporte bibliográfico, útil quer para a realização de avaliações das unidades curriculares, quer para a realização de dissertações finais de mestrado.
Este curso apesar de me ter ensinado a identificar, a reflectir e a lidar com questões éticas que se cruzam com a Medicina, provocou em mim uma “revolução copernicana”, colocando o sujeito, leia-se Pessoa, no centro da abordagem bioética, e não o objecto. Ensinou-me a pensar e a olhar para a Medicina de uma forma radicalmente diferente:
Uma questão que me inquietou desde início partiu do facto da bioética ser uma reflexão sobre a qual, na maioria das vezes, tem que se decidir; daí, a título de curiosidade, um docente deste mestrado a apelidar de “ciência do abismo”. A decisão é qualquer coisa que, em bioética, “esta aí”.
Não poderia deixar de relatar a minha experiência na elaboração de uma dissertação1 de carácter qualitativo em que a minha pergunta inicial (difícil) era: porque é que decidimos de maneira diferente? Qual o papel dos valores na decisão em Bioética? Em ciência nem sempre se responde logo às perguntas, acerca das quais queremos uma resposta; às vezes, na tentativa de respondermos à nossa pergunta, levantamos outras perguntas essências à satisfação da primeira. Esta foi sem dúvida a minha “magna” e inesquecível experiência no Mestrado em Bioética da FMUL.
António J. Marques dos Santos
Avaliação Interna e Garantia da Qualidade
Colabora com o Centro de Bioética desde 2009
antoniosantos@fm.ul.pt
1A dissertação de mestrado poderá ser consultada aqui
A estrutura do curso permite uma aprendizagem consistente e multidisciplinar do saber bioético. Leccionado por docentes da própria escola, são também, anualmente e por unidade curricular, convidados prestigiados docentes e especialistas nas mais diversas matérias de Universidades nacionais e estrangeiras.
O curso destina-se a formar profissionais de saúde, com interesses nesta área e que diariamente se confrontam com problemáticas éticas recebendo por essa razão alunos com as mais diversas formações. Esta circunstância enriquece o debate ético ao longo das sessões, na medida em que são apresentadas várias visões, em torno da mesma questão.
O curso é leccionado num espaço acolhedor, propício à aprendizagem e à discussão. A biblioteca do Centro de Bioética, oferece ao aluno um vasto e rico suporte bibliográfico, útil quer para a realização de avaliações das unidades curriculares, quer para a realização de dissertações finais de mestrado.
Este curso apesar de me ter ensinado a identificar, a reflectir e a lidar com questões éticas que se cruzam com a Medicina, provocou em mim uma “revolução copernicana”, colocando o sujeito, leia-se Pessoa, no centro da abordagem bioética, e não o objecto. Ensinou-me a pensar e a olhar para a Medicina de uma forma radicalmente diferente:
Uma questão que me inquietou desde início partiu do facto da bioética ser uma reflexão sobre a qual, na maioria das vezes, tem que se decidir; daí, a título de curiosidade, um docente deste mestrado a apelidar de “ciência do abismo”. A decisão é qualquer coisa que, em bioética, “esta aí”.
Não poderia deixar de relatar a minha experiência na elaboração de uma dissertação1 de carácter qualitativo em que a minha pergunta inicial (difícil) era: porque é que decidimos de maneira diferente? Qual o papel dos valores na decisão em Bioética? Em ciência nem sempre se responde logo às perguntas, acerca das quais queremos uma resposta; às vezes, na tentativa de respondermos à nossa pergunta, levantamos outras perguntas essências à satisfação da primeira. Esta foi sem dúvida a minha “magna” e inesquecível experiência no Mestrado em Bioética da FMUL.
António J. Marques dos Santos
Avaliação Interna e Garantia da Qualidade
Colabora com o Centro de Bioética desde 2009
antoniosantos@fm.ul.pt
1A dissertação de mestrado poderá ser consultada aqui