Nota Editorial
Maio 2010 - Mês do Coração em época de crise
Tradicionalmente o mês de Maio é escolhido para sensibilizar todos para o papel das doenças cardiovasculares como causa de doença e de morte em Portugal. Estas doenças podem ser prevenidas, nomeadamente atrasando o seu aparecimento no ciclo da vida de cada um de nós. As medidas preventivas principais são "simples" e financeiramente com custos reduzidos, o que é muito importante numa época, como a que atravessamos, de grave crise financeira e económica a nível mundial. É por isso essencial não esquecermos de: 1) Não fumar; 2) Controlar a pressão arterial (idealmente para valores iguais ou inferiores a 120/80); 3) Vigiar o peso de forma a não ultrapassar os 25 como índice de massa corporal; 4) Manter uma actividade física regular, idealmente diária; 5) Fazer uma dieta saudável, variada, com predomínio de legumes, frutas e vegetais, evitando o sal, o açúcar, as gorduras animais e os fritos; 6) Nas situações de hipercolesterolémia ou diabetes mellitus seguir as indicações do médico assistente; 7) E não esquecer de "ser feliz", mantendo-se activo, independentemente da idade, a três níveis: intelectual, físico e social.
Se formos portadores de patologia cardiovascular devemos conhecê-la bem ("o doente deve ser perito na sua doença") de forma a podermos intervir eficazmente nas múltiplas "janelas terapêuticas e de reabilitação cardíaca" de que dispomos. No ano de 2009 assistimos a um grande avanço nestas medidas terapêuticas, com a publicação de legislação que permite a utilização de Desfibrilhadores Automáticos Externos (DAE) por pessoal leigo após treino apropriado. O INEM assegura o apoio destas medidas que são essenciais para a luta contra a Morte Súbita, situação clínica frequente que exige uma actuação imediata para podermos recuperar os doentes acometidos por este quadro clínico.
O caso que vivi recentemente dos alunos do 12º ano da Escola Secundária Jorge Peixinho do Montijo, orientados pelo Professor Francisco Lucas, documenta de forma paradigmática o caminho que devemos desenvolver. Estes alunos, quando frequentavam o 10º ano, sofreram o choque de perder um dos seus colegas vitima de morte súbita que ocorreu durante uma aula de Educação Física. Desde aí têm desenvolvido múltiplas iniciativas conducentes a instalar um sistema de DAE na sua escola. Na Semana da Saúde, que foi organizada por essa Escola Secundário, o tema da Morte Súbita no jovem foi largamente discutida, de forma a preparar os futuros alunos para uma Educação para a Saúde eficaz e actuante (figura).
Apesar dos tempos difíceis que atravessamos, podemos encarar com optimismo o futuro quando as novas gerações tomam medidas pró-activas tão importantes para a saúde cardiovascular como esta que relato.
A comissão de alunos do 12º ano (2009/2010) da Escola Secundária Jorge Peixinho do Montijo que organizaram, a 23 Março 2010, a sessão "Como lidar com a doença cardíaca e com a morte súbita - o que podemos fazer?" (Soraia Silva, Rui Gonçalves, Viviana Martins, Miguel Moura, Cláudia Baeta e Maria Inês)
Outros Artigos
Prof. Mário G. Lopes
Director da Clínica Universitária de Cardiologia
Faculdade de Medicina de Lisboa
mario.lopes@hsm.min-saude.pt
Se formos portadores de patologia cardiovascular devemos conhecê-la bem ("o doente deve ser perito na sua doença") de forma a podermos intervir eficazmente nas múltiplas "janelas terapêuticas e de reabilitação cardíaca" de que dispomos. No ano de 2009 assistimos a um grande avanço nestas medidas terapêuticas, com a publicação de legislação que permite a utilização de Desfibrilhadores Automáticos Externos (DAE) por pessoal leigo após treino apropriado. O INEM assegura o apoio destas medidas que são essenciais para a luta contra a Morte Súbita, situação clínica frequente que exige uma actuação imediata para podermos recuperar os doentes acometidos por este quadro clínico.
O caso que vivi recentemente dos alunos do 12º ano da Escola Secundária Jorge Peixinho do Montijo, orientados pelo Professor Francisco Lucas, documenta de forma paradigmática o caminho que devemos desenvolver. Estes alunos, quando frequentavam o 10º ano, sofreram o choque de perder um dos seus colegas vitima de morte súbita que ocorreu durante uma aula de Educação Física. Desde aí têm desenvolvido múltiplas iniciativas conducentes a instalar um sistema de DAE na sua escola. Na Semana da Saúde, que foi organizada por essa Escola Secundário, o tema da Morte Súbita no jovem foi largamente discutida, de forma a preparar os futuros alunos para uma Educação para a Saúde eficaz e actuante (figura).
Apesar dos tempos difíceis que atravessamos, podemos encarar com optimismo o futuro quando as novas gerações tomam medidas pró-activas tão importantes para a saúde cardiovascular como esta que relato.
A comissão de alunos do 12º ano (2009/2010) da Escola Secundária Jorge Peixinho do Montijo que organizaram, a 23 Março 2010, a sessão "Como lidar com a doença cardíaca e com a morte súbita - o que podemos fazer?" (Soraia Silva, Rui Gonçalves, Viviana Martins, Miguel Moura, Cláudia Baeta e Maria Inês)
Outros Artigos
Prof. Mário G. Lopes
Director da Clínica Universitária de Cardiologia
Faculdade de Medicina de Lisboa
mario.lopes@hsm.min-saude.pt