Falámos com os alunos que venceram a competição SimUniversity Portugal 2023 e soubemos que a equipa está neste momento a preparar-se para a competição internacional. Desejamos boa sorte!
São quatro os alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), que constituem a equipa vencedora do SimUniversity Portugal 2023, que decorreu a 13 de janeiro, no Centro de Simulação da Nova Medical School.
Catarina Silva, Joana Ferreira, Miguel Bernardino e Raquel Barata vão agora representar Portugal no SimUniversity, competição europeia de simulação clínica promovida pela SESAM (Society for Simulation in Europe), durante o encontro anual desta organização, que em 2023 se realizará em Lisboa entre os dias 14 a 16 de junho. Esta é também a equipa vencedora da Cnilical Competition by AIMS Meeting 2023, desenvolvida em parceria com a Luz Learning Health.
Esta competição que acontece todos os anos, destina-se a alunos do 4.º ao 6.º anos de Medicina e é promovida pela Sociedade Portuguesa de Simulação Aplicada às Ciências da Saúde (SPSim). O objetivo do SimUniversity é de estimular o treino de competências técnicas e não-técnicas, bem como a aplicação de conhecimentos clínicos em cenários simulados.
O Hospital da Luz Learning Health – empresa da Luz Saúde dedicada a atividades de investigação, formação e inovação, tendo o maior Centro de Simulação atual do país – colaborou na seleção e no treino da equipa representante da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e coordenou depois a respetiva preparação.
A equipa realizou o SimSchool Med – um curso intensivo de simulação do Hospital da Luz Learning Health destinado a alunos de Medicina e jovens médicos, coordenado por André casado, que consiste no treino de equipas de emergência, com recurso a cenários simulados.
Nesta edição de 2023, participaram quatro equipas, em representação de quatro universidades de Medicina nacionais.
Falámos com a equipa vencedora que já sabe ter sido apurada para a final da competição europeia e que nos enviou este texto.
O nosso contacto com a simulação teve início numa das várias competições que integram o AIMS Meeting, o congresso internacional organizado por estudantes da FMUL.
No evento pré-congresso, as AIMS Masterclasses, tivemos a oportunidade de participar na Clinical Competition, que integra duas fases distintas. Por termos sido uma das quatro equipas melhor classificadas na primeira fase, tivemos a oportunidade de integrar o “SimSchool Med”, um curso organizado pelo Hospital da Luz Learning Health (HLLH) que nos preparou não só para a final da competição clínica do AIMS, que consistiu na resolução de um caso clínico com o auxílio de um simulador de alta fidelidade do HLLH, como mais tarde para a competição nacional de simulação organizada pela Sociedade Portuguesa de Simulação, o Sim University Portugal.
Este curso incluiu sessões práticas e teóricas. Nas sessões práticas de contacto com simuladores foram-nos apresentados diversos casos clínicos como se fôssemos a equipa médica que está de urgência. Perante estes tínhamos de abordar o doente tal e qual como faríamos na vida real - o simulador permite-nos fazer o exame objetivo completo e obter todas as informações que precisamos para chegar a um diagnóstico e estabilizar e tratar corretamente cada doente. Podemos pedir exames, discutir o caso com outras especialidades e mesmo pedir que estes nos vejam ajudar. Mesmo após a estabilização dos doentes é, por exemplo, da nossa responsabilidade assegurar vagas de internamento. Tudo isto, apesar de não ser exatamente igual à vida real, até porque subestima a pressão da prestação de cuidados médicos a doentes críticos, acaba por ser uma preparação muito importante para a nossa prática médica futura e sentimo-nos sem dúvida mais preparados por termos tido a oportunidade de experienciar este curso e as competições que tivemos até agora, que não deixam de ser simultaneamente momentos de aprendizagem.
A primeira vez que fomos confrontados com um caso clínico que teríamos de resolver percebemos que embora soubéssemos a componente teórica inerente à condição do doente, não sabíamos como nos deveríamos organizar em equipa, por que ordem deveríamos olhar para o doente e a que médicos deveríamos pedir ajuda. Estas duas semanas de curso ajudaram-nos a colmatar todas estas falhas. Primeiro, ensinaram-nos como nos deveríamos organizar em equipa e a importância de sermos flexíveis mas sabermos o nosso papel de forma a não nos escapar nada quando abordamos o doente. Foi claro para nós que quanto mais trabalhávamos juntos, mais metódicos e eficazes éramos nesta abordagem.
No final destas duas semanas, participámos na fase final da Clinical Competition, a qual acabámos por vencer e, por isso, apurámo-nos para a SimUniversity Portugal. Esta prova junta equipas de várias faculdades de medicina portuguesas que competem entre si pelo apuramento para a competição europeia organizada pela SESAM, que este ano terá também lugar em Lisboa.
Para além de naturalmente termos ficado muito satisfeitos por termos vencido e podermos disputar a competição europeia, foi também uma oportunidade para observarmos outros grupos de estudantes a realizar cenários de simulação com os quais também aprendemos!
No geral, esta experiência reforçou a importância da simulação no nosso ensino médico, mesmo nos primeiros anos do curso, já que nos permite uma proximidade à vida real sem riscos.
Agora encontramo-nos a aguardar a competição europeia, estando a preparação para esta a ser uma vez mais assegurada pela fantástica equipa do Hospital da Luz Learning Health, entre os quais o Dr. André Casado, que nos tem acompanhado ao longo de todo este percurso!