O jornal Expresso publicou um artigo com o título “Viver da esperança quando está perto o fim da linha”. Na medicina paliativa a espiritualidade assume um papel tão importante como a ciência. “Trabalhar a espiritualidade é um dos temas da medicina paliativa. Não tem necessariamente que estar ligada a uma religião, mas trata-se de um aliado do médico, um fator de conforto para o doente, no aspeto mental e espiritual.”
A pandemia afastou muitos doentes dos hospitais durante o ano que agora termina e como consequência verificou-se que muitos doentes com cancro, chegavam aos hospitais com a doença numa fase bastante avançada. “No Hospital de Santa Maria, após o fim da primeira vaga”, o “acesso a medicina paliativa não saiu prejudicada”, referiu o Prof. Rui Tato Marinho ao Expresso. Lembrou ainda que o cancro é uma das doenças com maior prevalência na medicina paliativa. “Corresponde aos tipos de cancro que mais matam em Portugal: o pulmão, cólon, estômago, pâncreas e esófago. Destes, o pâncreas é o mais letal: muitas vezes o diagnóstico parece bom, mas sei que aquela pessoa vai viver menos de um ano.”
Quando falamos em medicina paliativa, por norma associamos à ideia de “fim de linha”, à morte, no entanto não é inteiramente verdade. Mais que tratar sintomas físicos, a medicina paliativa pretende fornecer aos doentes apoio psicológico e espiritual. A ideia é precisamente prolongar a vida e com qualidade.
Praticamente no fim de 2020 sabe-se que faltam 430 médicos na rede nacional de cuidados paliativos, 2141 enfermeiros, 178 psicólogos e 173 assistentes sociais (dados de 2019 do Observatório Português dos Cuidados Paliativos). Sabe-se ainda que todos os anos passam pelos cuidados paliativos cerca de 140 mil doentes, o número de familiares, acompanhantes, visitantes ou cuidadores informais ronda os 700 mil.
Cerca de 50% dos doentes oncológicos internados na medicina paliativa, tem alta médica e passa a ser acompanhado em consulta externa.
Leia o artigo do Expresso aqui