Carmo Fonseca garante que é seguro tomar a vacina contra a Covid-19
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A explicação é mais fácil se fizermos a analogia a um jogo de peças que se monta e desmonta, como explica Carmo Fonseca, Professora Catedrática em Biologia Molecular da FMUL e Presidente do iMM. “Nós estamos simplesmente a desmontar a construção do vírus e a usar uma peça que é tão pequenina que até agora nunca se tinha usado, precisamente pelo tamanho, não éramos capazes de a manipular”.

 

senhora de cabelo curto e camisola preta

Mas o que acontece quando é administrada a vacina? “Após a injeção, o meu sistema imune vai ser treinado a responder ao vírus, de modo a que no futuro, quando eu entrar em contacto com o verdadeiro vírus, o meu sistema imunitário vai ser capaz de o destruir muito rapidamente, assim eu não vou ficar doente. Mas não só, não vou ter sintomas, mas também não vou passar o vírus a outras pessoas”, explicou.

Na dúvida sobre o conteúdo da vacina, e qual é a sua fórmula, a cientista desconstrói facilmente qualquer alarmismo sobre uma produção artificial em laboratório, “o que está lá dentro é como uma construção de LEGO. O que os cientistas fizeram foi desconstruir, desmontar as várias peças que compõem o vírus e cada grupo  escolheu uma peça diferente para colocar dentro da vacina. O que nós recebemos dentro das vacinas é apenas uma pequena parte do vírus que não provoca doença”.

 

vacina da pfizer

Atualmente a Pfizer e a Moderna, ambas americanas, apresentam resultados que comprovam ser as duas vacinas mais avançadas, a explicação é fundamentada por Carmo Fonseca, “usam apenas uma pequeníssima peça, uma molécula que se chama de RNA, o RNA mensageiro, peça essa que constitui originalmente o vírus.

Comparada com a vacina tradicional da gripe fica a informação que a produção desta nova vacina poderá acontecer mais depressa que a convencional, graças ao uso desta molécula de RNA, assim como garante maior eficácia e proteção. Ainda assim e como explica Carmo Fonseca, mesmo que daqui por um ano se assista à mutação do vírus, também mais facilmente se adaptará a vacina, transmutando igualmente as moléculas de RNA.

Este mecanismo de vacinas de RNA já estava a ser trabalhado em laboratório anteriormente pela própria Maria do Carmo Fonseca, mas para prevenir as doenças contra o cancro. Com a acelerada evolução destas descobertas para combater a Covid-19, vislumbra-se que as doenças oncológicas possam agora ver um inimigo mais forte para lhes fazer frente.

Mas regressemos à pandemia que persiste. No Reino Unido já começou a vacinação e os Estados Unidos já receberam as primeiras doses da Pfizer, iniciando agora a campanha de vacinas. As previsões mantêm-se positivas, das 20 mil pessoas a quem já se administraram as vacinas, não foram observados efeitos adversos, como casos de alergias que agora começam a ser falados através da comunicação social. A Professora  reforça ainda que, “As únicas reações adversas reportadas foram uma pequena dor e fadiga”.

Para já os testes foram apenas feitos em pessoas saudáveis, o que não permite ter a mesma certeza de eficácia na administração aos grupos de risco, ou com patologias.

Já à questão se recomendaria a vacina a todos os que apresentem um perfil saudável, a resposta de Carmo Fonseca não poderia ser mais segura, “eu estou ansiosa para que chegue a altura de tomar a minha vacina”.

duas senhoras falam em direto na televisão

A entrevista foi dada à Sic Notícias ontem dia 13, ao final da tarde.