Entram todos na sala depois de terem ficado à nossa espera, não falham um minuto, chegam antes do tempo, nós depois. Trazem mochilas, conversam entre si, animados, como sempre. Igualmente pontuais, como sempre e sorridentes. Quem os olha de relance não percebe a sua importância, não sabe o que já trazem em cada mochila que lhes vai no conhecimento. Enquanto vão falando entre eles e não sentem qualquer foco de atenção referem-se aos convidados que terão em palco daqui a menos de um mês, pelos nomes principais; podiam ser já amigos próximos que partilham das mesmas preocupações. Inspira-lhes quem "saiu da linha reta do expectável" e mudou a vida toda, precisamente, para ser sempre movido a crenças e felicidade, ou quem sabe, regidos por uma missão. Para todos nós sabemos, na verdade, que são essas as pessoas que marcam, que nos emocionam. Aquelas que nos inspiram quando em algum momento da vida precisamos de referências. Essas são precisamente as pessoas que vão dar as principais palestras ao AIMS.
Ainda precisa de apresentação? Então vejamos. Já na sua 11ª edição, o AIMS (Annual International (bio)Medical Students Meeting) continua a crescer, posicionando-se como um dos maiores e melhores eventos mundiais, organizado apenas por estudantes e todos da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
É tentador pensar que falamos apenas de um encontro entre pessoas da Medicina e das Ciências, mas vai para além disso. O AIMS evolui cada vez mais a cada ano que passa, a Engenharia surge de forma cada vez mais evidente e fortalece o Congresso Biomédico rebatendo os conceitos iniciais de um evento mais focado só em temas centrais da Medicina. Hoje, os temas "são de fronteira" como me explicam, chegando a cada vez mais públicos, com visões do mundo também cada vez mais amplas.
Francisco Alexandrino e João Costa são os dois Coordenadores do Departamento Científico do AIMS. Foram dos primeiros a arrancar este projeto na área do científico, quase um ano antes da edição estar praticamente pronta a começar. Para além deles está o Guilherme Vilhais, Coordenador Geral do 11th AIMS Meeting que nos acompanha neste encontro com a news, mesmo à boca de cena de um grande espetáculo europeu da BioMedicina que está prestes a começar.
Francisco já apresentámos no passado a equipa de coordenação de cada área do AIMS, mas fala-nos na tua equipa científica.
Francisco Alexandrino: O nosso trabalho baseia-se muito em convidar oradores, na verdade, eu e o João ao início arrancámos com os convites às keynotes, estas são palestras que não seguem grande ligação entre si, são sim mais de cariz inspiracional e passam mais uma ideia out of the box. Daí termos pessoas tão diferentes como um astronauta, um Nobel, alguém que vem falar da imortalidade e do envelhecimento, ou alguém que é uma das principais referências na área das Hepatites a nível mundial. Estas são as palestras que tentamos que sejam as mais impactantes, as mainstream, as mais comerciais.
Mas, depois, temos outras funções para lá desta inicial: planear os módulos temáticos e criar uma dinâmica dentro de cada módulo, a criação de vários workshops que este ano vão ultrapassar, pela primeira vez, os 100 nas mais diversas áreas da Biomedicina. Tratamos das 3 competições que decorrem, a clínica, científica e a de investigação. Há ainda a organização do Science Speed Dating, uma excelente oportunidade de interação entre alunos e oradores, criando-lhes uma proximidade única. Temos ainda a responsabilidade de convidar todos os moderadores dos módulos deste ano - Upgrade Yourself, Self Destruction e Mind over Matter. Este ano pensámos na área da moderação numa perspetiva de divulgação de Ciência, o que nos fez pensar em jornalistas concretos desta área. Também o contacto com as empresas científicas, que nos dão apoio para os workshops, são fundamentais.
Como decorre o processo de se convidarem estas mais altas instâncias da Ciência e que todos nós, um dia, procuramos ouvir?
Francisco Alexandrino: Nós enviámos mais de 30 convites e fomos aguardando enquanto íamos paralelamente formando os módulos. A persistência e articulação destes convites estendeu-se aos nossos coordenandos que acabaram por tratar, em pares, de cada um dos módulos em específico e dos seus convidados.
Mas antes de irmos aos convidados, como é que esta equipa do Científico se formou?
Francisco Alexandrino: Tal como o grupo todo do AIMS. As dinâmicas foram transversais a todos, já os critérios foram um pouco diferentes. Mas características como o dinamismo, a paixão pela Ciência, ambição, tudo isso faz parte dos critérios de escolha desta equipa.
Guilherme Vilhais: Eu, o João e o Francisco pertencíamos os três ao Departamento Científico da edição passada. Depois da Coordenação desta edição estar formada, abrimos as inscrições externas, permitindo a todos os alunos interessados em integrar a Comissão Organizadora que se inscrevessem. Seguiu-se um processo de seleção que consistiu em três fases: um formulário com inúmeras perguntas; uma entrevista, em que se começou a afunilar aquilo que é o departamento à qual a pessoa se está a candidatar; e, por fim, uma última fase de dinâmicas de grupo em que se simulou o trabalho real do departamento. No caso do Científico foi-lhes pedido que, com todos os recursos disponíveis, planeassem um dia do AIMS. E bem, este grupo foi o resultado desse processo de seleção.
O Francisco já referiu algumas características, mas querem falar-me melhor sobre os critérios de escolha de uma pessoa para uma equipa do AIMS?
Francisco Alexandrino: Eu e o João tivemos muito tempo de reflexão os dois. Depois essa reflexão também se estendeu ao Guilherme. Nós já tínhamos criado a imagem central e ideal do que queríamos que fosse o Congresso, mas quando estávamos a entrevistar os candidatos, muitos deles davam ideias em que nós próprios já tínhamos pensado e que até já estavam a ser planeadas. E isto acontece porque nós pensamos muito naquilo que as pessoas vão querer ver da Ciência e há temas flagrantes como a Medicina Espacial, o Envelhecimento, a Biónica, ou as Alterações Climáticas.
João Costa: Uma das coisas que mais valorizamos são as ideias novas, porque gostamos muito de manter a nossa marca, mas ter pensamentos diferentes sobre o Congresso e isso só melhora o que já existe.
Francisco Alexandrino: E essa diferença foi muito acentuada este ano. Temos o Afonso que quando entrou ainda estava no 1º ano, o que não é habitual acontecer. Depois temos a Inês Pinto que está já no 5º e as pessoas dividem-se entre 3º e 4º anos. Ou seja, a equipa foi sempre muito plural e com perspetivas do nosso curso e da Ciência com caminhos muito diferentes. As nossas reuniões foram sempre muito dinâmicas e à volta de uma grande discussão sobre Ciência e que eram muito estimulantes. Dávamos por nós a discutir o futuro da Ciência e a debater questões profundas na Ciência, só faltava mesmo falar de buracos negros.
(Riem-se como se recordassem de ontem a última conversa aguerrida entre aquilo que é o futuro ou que quase já está aí presente entre nós.)
Joana como é que se vem parar a uma equipa que tem logo um desafio destes em mãos?
Joana Ferreira: Quando me candidatei só conhecia uma das pessoas daqui (o Nuno que apresentaremos mais à frente). Nunca tinha sequer visto na Faculdade o João e o Francisco. Admito que nem esperava ficar na Comissão Organizadora, porque havia muitas pessoas a participar e todas com dinâmicas tão interessantes. Agora que estamos todos juntos a trabalhar, o processo de ideias é ótimo e chegamos a decisões muito facilmente, mesmo quando temos pontos de vista diferentes. Mas funcionamos tão bem entre nós que isso acaba por estimular a qualidade de cada um.
Clara quando vocês se candidatam, já têm um desejo de entrar em determinada equipa, ou candidatam-se e depois logo se vê para onde entram?
Clara Oliveira: No meu caso já tinha uma ideia, isto porque a partir do momento em que vamos ao Congresso ficamos tão impressionadas que pensamos "eu quero fazer isto, não sei como, mas quero!". Há pessoas que vão entrando de forma mais gradual, primeiro fazem parte da task force (equipa que auxilia nos dias do evento), depois então candidatam-se a áreas mais concretas. Eu descobri esta experiência um pouco tarde, mas percebi que tudo se aliava à minha personalidade, porque a minha paixão é como posso eu descobrir coisas, ou trabalhar em equipa. Candidatei-me e aconteceu.
E na terceira etapa quando é pedida a simulação real, a proposta foi megalómana ou aproximou-se desta realidade que nos espera em março?
Clara Oliveira: Nessa altura como não havia módulos definidos, aquilo que podíamos imaginar teria sempre de ser um pouco aleatório. Depois, nem são tanto as ideias que ficam em prática mas, importa treinar se sabemos trabalhar com as ferramentas que existem e aplicá-las. Pesquisei aquilo que verdadeiramente gosto e, mais do que o percurso profissional da pessoa, a mim o que me prende é a forma como a pessoa nos toca no momento. Então, a pergunta que devemos ter sempre em mente é: "esta pessoa traz-me algo de diferente? Será que o público vai ficar inspirado se ouvir esta palestra?". E foi esse o caminho.
É interessante essa perspetiva de se colocarem do lado do espetador, mas iria mais longe e diria que se colocam também do lado da opinião pública, porque pelo patamar onde já se colocou o AIMS vocês não querem apenas chegar aos estudantes do vosso lado. Querem chegar a Instituições parceiras no país. Diria até que querem chegar com o mesmo peso lá fora. E têm ainda a imprensa que vos segue e dá cobertura. Este exercício de se colocarem no lugar do outro é difícil?
Tiago Peixoto: É ambivalente a resposta. O momento em que apercebi que queria ser do AIMS, foi quando lá entrei a primeira vez como participante. É logo aí que parte a motivação de querermos fazer parte de algo que nos moveu tanto. O AIMS inspirou-me de tal maneira que eu me envolvia cada vez mais pelos temas e pelos diversos assuntos. Acabei por relembrar a razão pelas quais vim para este curso, mas a pensar na área científica, tema que por vezes se esbate um pouco quando nos vemos envolvidos entre exames e trabalhos. O AIMS dá a esperança de podermos contribuir para algo melhor na Ciência. E diante destas perspetivas acaba por não ser assim tão difícil de nos colocarmos no lugar do espetador, porque é esse o perfil que geralmente pretendemos encontrar na plateia e que um dia também já foi o nosso.
Quais foram os grandes entraves que foram encontrando neste grupo de trabalho?
Nuno Oliveira: Um dos grandes entraves é sem dúvida quando não nos respondem. Nós fazemos várias tentativas de contacto e mantém-se o silêncio. A não resposta é sempre o mais difícil de lidar, nós preferimos obter um "não", do que ficarmos dependentes por muito tempo. Mas por vezes, pior é alguém que já deu a certeza da sua presença e depois diz que afinal já não pode vir. Isso abala e afeta um pouco a estrutura porque requer que voltemos a um exercício de início de tudo. É este processo moroso que acaba por ser o nosso grande desafio.
E quando ouvimos um "não" e voltamos à estaca zero e principalmente se ainda não temos essa experiência bem afinada, como é Afonso? Ou ainda, se, depois de um "não", o convidado que acaba de desistir diz "eu não posso ir, mas tenho uma pessoa em alternativa que é ´ótima" e vocês pensam algo "é ótima, mas não a ideal". Como se gere isto?
Afonso Ribeiro: (Ri-se enquanto todos na mesa riem baixinho, como se me aguardasse ter feito a pergunta certeira àquela pessoa, o Afonso está agora no 2º ano) Ser-me feita essa pergunta é mesmo muito irónico... (Riem todos em gargalhada) Assim que está definido o tema do módulo, criamos uma lista com as pessoas a serem convidadas e com uma certa prioridade diante das nossas próprias expetativas. Ou seja, nunca há pessoas más, mas há opções que estão no topo das nossas escolhas. Eu faço equipa com o Tiago e, juntos, construímos o módulo Self Destruction. Fizemos uma lista e optámos por três opções iniciais, tendo em mente que o mais seguro seria escolher pessoas de temas diferentes. Enviámos os três convites e esses três aceitaram, o que acabou por ser inédito na história do AIMS. Mas depois tivemos um cancelamento que acabou por pesar mais do que o "não" imediato. Um cancelamento obriga sempre a uma reestruturação daquilo que já se esperava. Quando recebemos este cancelamento tivemos muita sorte. Porque em vez de sugerirem "aquele assistente meu que é muito bom", o nosso orador decidiu sugerir uma pessoa muito considerada e com a qual ele próprio fez a ponte, fazendo com que essa pessoa aceitasse mesmo vir. Foi muito positiva a consequência deste "não". E no patamar em que estamos só queremos mesmo aceitar o melhor que consigamos alcançar.
Guilherme Vilhais: O evento tem um impacto tal que nós procuramos não ter nenhum número 2. Queremos sempre os melhores das suas áreas.
Nuno Oliveira: Há pouco falávamos das nossas keynotes e há uma informação curiosa. Muitos dos nossos oradores, que não são os keynotes no nosso Congresso, acabam por o ser noutros eventos. Aceitam os nossos convites por reconhecerem a importância do AIMS.
Tiago Peixoto: Quando abordamos os oradores e investigadores principais, explicamos sempre, desde o início, o propósito do nosso Congresso e quais as nossas expetativas. Quando este orador que vinha ao AIMS cancelou, ele sabia perfeitamente o que nós procurávamos e foi por isso que sugeriu uma pessoa tão relevante que se encaixa na perfeição no nosso perfil traçado.
Francisco Alexandrino: É importante dizer que no dia 31 de agosto de 2019, já tínhamos 11 dos 13 convidados totais. Ou seja, o trabalho exige planificação com muita antecedência. Se por um lado pedimos confirmações com muito tempo de antecedência, por outro é isso que nos permite o rigor do trabalho que temos desenvolvido. Em vez de termos ido aproveitar o verão para a praia, estivemos a fazer muita pesquisa e trabalho de bastidores.
Todos sabemos o nível de keynotes que já cá estiveram. Calculamos que a fasquia se mantenha alta. Falamos de pessoas muito inteligentes, no seu meio muito mediáticas e influentes. Neste rol de características também têm de trabalhar com egos?
(O riso é geral, uns tossem, mas ninguém diz nada)
Guilherme Vilhais: Por vezes, é complicado gerir estas pessoas. Temos muitas surpresas. Há pessoas que chegaram o mais longe que podiam ter chegado na Ciência a nível mundial, ganharam um Nobel da Medicina ou da Química e que aceitam vir cá só pelo projeto, vêm em económica e não exigem nada. Depois, temos outro perfil de pessoas... Em que a atitude é diferente. Percebem que o Congresso já tem uma dimensão que justifica vir, mas que, em contrapartida, fazem uma série de exigências. Temos de aprender a trabalhar estes egos, tentando nunca comprometer a vinda do orador, que é a nossa prioridade, o que implica conseguir corresponder, dentro do possível, às exigências que nos fazem. Mas temos que ter a noção que para convidar determinado tipo de pessoas, temos que estar dispostos a aceitar certo tipo de exigências, mesmo que isso implique alterar o paradigma do que era feito nas edições anteriores.
Mas isso também implica ter muitos recursos, ou engano-me?
Guilherme Vilhais: Implica sim. O AIMS funciona em cadeia, quanto mais sucesso tem no ano anterior, melhor é a base de trabalho do ano seguinte. E nós começámos a trabalhar sob um evento que teve muito sucesso no ano passado. Isso abriu portas, conseguimos ter reuniões com pessoas muito mais influentes que antigamente não nos recebiam. Crescemos em todas as vertentes, até nos apoios das empresas e é, em grande parte, graças a elas que conseguimos manter o preço dos bilhetes a um nível de custo tão baixo. Mas, este apoio surge também internamente, vem também da AEFML. Queremos, claro, que todas as vertentes do nosso congresso sejam perfeitas ou quase perfeitas, mas a grande aposta é, como não podia deixar de ser, na escolha científica do painel de oradores.
E também há egos dentro de uma equipa como a vossa?
Guilherme Vilhais: Temos de saber ser justos com todos face aos recursos que temos. O objetivo é ter tudo muito bom, mas claro que há áreas que podem sempre sair mais prejudicadas. Até internamente há que saber gerir tudo com a máxima diplomacia e isso também é uma escola, uma aprendizagem para a vida. Conseguir aquilo que queremos sem entrar demasiado em confronto, encontrando diversas barreiras pela frente, mas sabendo precisamente onde focar as nossas energias. Torna-se num trabalho muito interessante, desafiante até.
Olhando para o trabalho que está feito até agora, o que é nos espera em março?
Francisco Alexandrino: Esperam-nos cerca de mais de 40 workshops novos práticos. Ou seja, se no ano passado tivemos 81, este ano teremos mais 30, atingindo assim mais de 100 workshops. No balanço das avaliações do ano passado aqueles que não tiveram uma avaliação muito positiva, retirámos e substituímos por novos, tentando assim adequar e melhorar a nossa oferta. Depois, vamos continuar a inovar.
Francisco e para se ter esse nível sempre tão elevado consegue-se fazer tudo aqui internamente no campus, ou também têm ações fora?
Francisco Alexandrino: Alguns workshops são noutras instituições com as quais estabelecemos parcerias. É em conjunto com o Departamento de Logística que garantimos o transporte dos participantes nestes workshops fora. Aquilo que queremos oferecer são cursos práticos, inovadores, que abram novas portas, possibilitando ao mesmo tempo que os participantes "ponham as mãos na massa".
João Costa: Nós para mantermos a qualidade da formação dos workshops não queremos aumentar-lhes muito o número de vagas e como oferecemos duas formações a cada pessoa que se inscreve no AIMS, por cada vaga de participante que aumentamos necessitamos de mais 2 vagas de workshops. Neste momento ao atingirmos mais de 100 workshops faz com que se atinja um teto de vagas e espaços internos que depois não são exequíveis todos aqui no campus.
O lado aspiracional e que lhes permitiu cumprir os seus próprios sonhos mais ambiciosos, nasceu no dia em que foram meros espetadores de uma plateia de centenas de participantes. Fazer o AIMS por estatuto ou currículo não é a resposta pronta que todos me dão, mas em mais lado algum se sentem a aprender tanto diante de qualquer mercado profissional. Os sacrifícios foram muitos ao longo do ano, entre tempos de estudo, mais ou menos com os tempos de trabalho encaixados nas suas vidas, perceberam todos que sairiam especialmente enriquecidos. Não é em vão que o Francisco diz que têm entre os 19 e 22 anos e já estão a lidar com Prémios Nobel. Os workshops começarão na quinta que antecede o Congresso, depois seguem na sexta e sábado. Das 2000 vagas no total, só na quinta dia 26 preenchem-se 1000 de uma só vez. As restantes 1000 ficarão distribuídas entre sexta e sábado.
Para os que pensam vir a fazer parte de uma próxima equipa do AIMS, o Guilherme Vilhais deixa algumas pistas, “vir pelos motivos certos, com a noção que se ganha muito da perceção de como é que este mundo funciona”. Fazer parte da Comissão Organizadora “é adquirir aprendizagens para a vida, skills de gestão de tempo, trabalho em equipa, assertividade e pragmatismo. É sair mais capaz do que quando se entrou". Do 1º ao 5º ano, sem preconceitos de idade ou experiência letiva, importa ainda dizer a quem se candidata e não entra, que não se pode desistir porque, tal como me contam, alguns deles não foram selecionados na primeira vez que se candidataram.Orgulhosos, todos recordam o percurso até chegarem, por fim, ao departamento científico. Ainda hoje lhes custa a acreditar nos oradores que conseguiram. Riem numa expetativa saudável de quem está prestes a subir ao grande palco, ao palco do centro da Ciência e que é cada vez mais do mundo e já não só da Europa.
Nós lá nos encontraremos em mais uma edição que promete marcar mais um ano da história de vida do AIMS Meeting.
Conheça já alguns dos principais oradores:
Scott Parazynski - Hall of Famer dos Astronautas Norte-Americanos, médico da NASA, aventureiro por natureza, tendo já chegado ao topo do Evereste, CEO de empresas tecnológicas, Escritor e Pai. É difícil ter uma vida mais completa e realizada do que esta. Talvez o que lhe faltava era vir ao AIMS, evento este ao nível da sua grande carreira.
Nezam Afdhal - Filho de pais iraquianos e iranianos, após estudar medicina na Irlanda, foi para Boston, nos EUA, desbravar caminho na cura destas terríveis doenças, enconcontrando-se atualmente ligado a programas inovadores para erradicar a Hepatite C em países como a Georgia e Zimbabwe.
Dinesh Bhugra - Um dos maiores nomes internacionais da Psiquiatria, nunca conheceu a resignação. Desde as noites passadas a estudar sob a luz dos candeeiros elétricos das ruas da sua pequena vila na Índia até presidente da World Psychiatric Association, Dinesh é uma figura incontornável na representação da forma como a paixão e a dedicação pode ser colocada ao serviço daqueles que se encontram mais vulneráveis, como é exemplo o seu trabalho na área da Saúde Mental dos Refugiados.
Rosalind Picard - Professora do MIT e empreendedora, não é possível falar do desenvolvimento de inteligência artificial relacionado com emoções sem falar da Prof. Rosalind. Criou o primeiro smartwatch aprovado pela FDA capaz de detetar precocemente uma convulsão e emitir de imediato um pedido de ajuda a um cuidador. Sonha com o dia em que a proteção da saúde será a base dos cuidados médicos e é por isto que tem também trabalho no sentido de combater a depressão pela sua prevenção através do uso da tecnologia!
Boa Sorte!
Joana Sousa
Equipa Editorial
