
A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu que o surto do novo Coronavírus, com origem na China, constitui uma emergência de saúde pública internacional. São mais de 7.000 as pessoas infetadas com vírus, que foi detetado na cidade chinesa de Wuhan no final do ano passado e já provocou até ao momento 170 mortes. A emergência é declarada depois de o número de mortes provocadas pelo novo tipo de pneumonia viral na China ter disparado quase 30 por cento no espaço de 24 horas. Técnicos da OMS têm sido deslocados à China e estão em contacto permanente com entidades chinesas para que se continue a descodificar o Coronavírus. Estas deslocações têm permitido um contacto muito real com a evolução da doença.
Numa conferência de imprensa dada na passada quinta dia 30, Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, afirmou que “A única forma de ultrapassar o Coronavírus é se todos os países trabalharem em conjunto num espírito de solidariedade e cooperação”. Congratulou ainda a resposta rápida e “sem precedentes” da China a este surto, reiterando que “a OMS continua a ter confiança na capacidade do país de controlar o vírus”.
No entanto, a “maior preocupação é o potencial de o vírus se espalhar a países com sistemas de saúde mais fracos, e que não estão bem preparados para lidar com o Coronavírus”, explicou.
A definição da OMS de uma emergência de saúde pública é “um evento extraordinário que constitui um risco de saúde pública para outros Estados através da propagação internacional de doenças e potencialmente requer uma resposta internacional coordenada”, ainda assim reforça também que não vê necessidade de restrição de viagens.

Numa entrevista à TV Record, Francisco Antunes, Professor Jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e especialista em Doenças Infecciosas, desmistificou algum alarmismo geral sobre este vírus, apesar de assumir que neste momento o risco de transmissão já se faz de homem para homem. O vírus que se transmite no contacto direto para quem está no epicentro epidémico, pode depois ser passado por via respiratória por alguém já infetado; Francisco Antunes refere que não se sabendo ainda como controlar o vírus, nem havendo vacinação, há, pelo menos, duas medidas de prevenção a ter em conta: isolar doentes e assegurar quarentena durante 14 dias para quem esteve no epicentro da doença ou no país de origem. Assumindo que não se sabe ainda da agressividade do vírus, sabe-se, no entanto, que os alvos mais frágeis são as pessoas com mais idade, ou já com problemas de saúde e são essas que adoecem severamente, podendo morrer. O Professor afirma que o pânico e a desinformação são o maior perigo para a sociedade e que usar máscara é um excesso de zelo que acaba por levar à prevenção. De acordo com as suas palavras refere ainda que Portugal é um país de muito baixo risco e que existindo algum risco é para os profissionais de saúde.
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Joana Sousa
Equipa Editorial
