Setembro é por excelência o mês que alerta para as doenças do Coração.
Tendo presente que são as doenças cardiovasculares a principal causa de morte no mundo e que 80% dos casos, se fossem tratados precocemente, poderiam ser evitados, persiste a urgência de fazer chegar mensagens, sensibilizando cada pessoa que pode contribuir para ser mais saudável.
O Dia Mundial do Coração celebrou-se de forma intensa, em três etapas distintas, juntando grupos diariamente ativos na sensibilização para um aumento dos cuidados cardiovasculares: a Faculdade de Medicina, o CCUL (Centro Cardiovascular Universitário de Lisboa), a SPC (Sociedade Portuguesa de Cardiologia), em estreito apoio da WHF (World Heart Federation) e da qual Fausto J. Pinto é o Presidente Eleito.
Dia 26 de setembro promoveu-se um debate na FMUL, entre Cardiologistas e aberto para o mundo, juntando diversos interlocutores apenas distantes por um clique. Mais conhecido por e-Conversas, o propósito é reunir especialistas em determinada matéria clínica e debatê-la entre pares e com o contributo de todos os que queiram lançar dúvidas, colocar perguntas e ajudar a encontrar novos patamares de abordagem de um determinado tema.
“Se há apenas 4% de investimento na Saúde, como podemos combater as doenças cardiovasculares? – Fausto J. Pinto
Como não podia deixar de ser, o Diretor da Faculdade, Cardiologista e Diretor Departamento de Coração e Vasos e do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Fausto J. Pinto, reuniu um conjunto de convidados e colegas de profissão para debater o estado da saúde do Coração, bem como o investimentos que a saúde assume, ou não, no que toca às matérias cardiovasculares. Desde a importância da Educação, ao aumento dos índices de risco para as doenças do coração, discutiu-se que papel ativo podem as próprias sociedades assumir. Embora com a noção que persistem interesses que fazem um contra-poder para quem quer reabilitar doentes de coração. Presentes na mesa estiveram a Professora Ana Abreu, também Cardiologista e particularmente dedicada a trabalhar na prevenção cardiovascular, bem com o Professor Victor Gil, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia. Os restantes convidados participaram de outros pontos de país e do mundo, num novo sistema webinar.
“É de louvar o papel desta Faculdade que passa mensagens ao exterior e isso é um papel fundamental” – Victor Gil
Mas há planos em cima da mesa que não desmoralizam os profissionais envolvidos e que se reúnem mundialmente e com regularidade para procurar soluções conjuntas e mais globais, não ficando apenas à mercê de investimentos internos. O foco na reabilitação cardiovascular, olhando para o “exercício físico quase como um medicamento”, o controlo de uma alimentação mais saudável e a redução ou corte total do tabaco, podem dar pistas para que os dados preocupantes se invertam.
“Estudos mostram que as elevadas taxas de sedentarismo estão precisamente nos doentes cujo risco cardiovascular é maior” – Ana Abreu
E porque uma das grandes soluções estão suportadas na alimentação equilibrada, o Laboratório de Nutrição, com a coordenação da Professora da Faculdade Catarina Sousa Guerreiro, organizou dois workshops conduzidos pela Nutricionista do CHULN, Joana Malta, e pelo chefe Luís Castelo, responsável pelo projeto Oficina Oito, projeto este que promove seminários, workshops, ateliers e eventos em torno da cozinha saudável. Os workshops foram um sucesso, esgotando rapidamente as vagas abertas a todos os elementos do Centro Académico Médico de Lisboa (CAML).
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Mas foi no dia 29, dia oficial que recorda mundialmente as doenças cardiovasculares que se preencheu entre atividades desportivas, outras mais lúdicas, rastreios, e barraquinhas informativas e para degustar.
No âmbito destas comemorações mundiais, o CCUL e a SPC juntam-se ao movimento – “Illuminating the world red” – promovido pela WHF, e com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, iluminaram a Torre de Belém, património mundial da Unesco e referência para qualquer português.
A este momento histórico não faltaram as presenças relevantes, mensageiros primordiais de uma quase missão, a de salvar mais corações. Enquanto houver tempo.
Para o ano, no mesmo dia, quem sabe a estatística mude. Quem sabe haja pelo menos um coração mais saudável!
Vá lá, tome conta de si e deixe-se inspirar pela World Heart Federation, nesta mensagem que reforçamos, aqui.
Agradecimentos: à Just News que gentilmente colaborou com algumas fotos
Joana Sousa
Equipa Editorial