Auscultar a FMUL
Plataforma de Monitorização do Acesso a Medicina FMUL (2000 a 2009)
A Plataforma de Monitorização do Acesso a Medicina é uma iniciativa do Gabinete de Planeamento e Avaliação (GPA) e teve a sua génese no aproveitamento e integração de dados trabalhados periodicamente por este gabinete relativos ao acesso dos cursos de Medicina nacionais e operacionalização de bases de dados internas e da Universidade de Lisboa (UL). Esta publicação assume carácter pioneiro na UL uma vez que permite observar um “ranking” nacional (acesso a Medicina), contrapondo resultados de uma Faculdade a instituições congéneres a nível nacional. Esta plataforma tem como objectivo identificar indicadores que permitam (i) conhecer o perfil dos alunos colocados nomeadamente quanto ao distrito de origem, ao género, e à escolha da FMUL como primeira opção, às classificações de ingresso e ainda (ii) comparar as características de ingresso quanto aos critérios de selecção, à preferência e às notas obtidas dos candidatos e dos colocados entre as Faculdades de Medicina nacionais.
Para a realização destes objectivos foram consultados os dados disponibilizados pelo Sistema Integrado de Gestão para o Ensino Superior (SIGES) e Direcção Geral do Ensino Superior – Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (DGES_MCTES) relativos à 1.ª fase de colocação dos candidatos no Ensino Superior.
Os indicadores apresentados na plataforma de monitorização do acesso à FMUL entre 2000 e 2009 não servem para predizer do grau de sucesso durante o percurso no ensino superior.
Os critérios de selecção utilizados em Portugal, baseados nas notas de candidatura, estão influenciados por diversas variáveis, intra e inter, pessoais nas quais interferem as vivências escolares e familiares.
Essas valorizações nada nos transmitem sobre a abordagem de aprendizagem utilizada pelos alunos colocados, que podem optar por um ou mais dos tipos que compõem os modelos de estilo de aprendizagem “Tripatite” e o de Kolb. Também as características da personalidade dos colocados são desconhecidas porque não se fazem testes específicos (controversos), não se aplicam questionários e nem há mecanismos de realização de entrevista, em que possam ser revelados a maturação de desenvolvimento social e intra pessoal. Há outros factores da personalidade e do comportamento, nomeadamente a capacidade para vencer as dificuldades e as contrariedades, e os estados de ansiedade e de consciencialização, que também não conhecemos.
O processo de selecção actual às faculdades de Medicina do país é da responsabilidade do governo. Qualquer modelo de acesso que contemplasse os vários factores qualitativos da personalidade e do comportamento, de desempenhos e aptidões seria exigente em termos de assegurar qualidade e requereria instrumentos apropriados aos atributos que se pretendessem graduar.
Voltando aos indicadores da plataforma de monitorização do acesso a Medicina na nossa Faculdade, para a 1ª fase de candidatura, na Fig 1, verifica-se que ao decréscimo acentuado do número de candidatos em 2006 e 2007 se seguiu um aumento marcante nos anos seguintes para o mesmo número de colocados que se manteve nos 295. O ano de 2007 fica associado à diminuição das percentagens de alunos candidatos e colocados que escolheram a FMUL, verificando-se a mesma diminuição no que respeita à escolha como 1ª opção. Assim, se excluirmos o ano de 2007, a percentagem de alunos que coloca a FMUL em 1ª opção não tem variado significativamente entre 2000 e 2009, Fig 2,3. No entanto, a 2ª opção atingiu em 2007 maior valor relativamente aos anos precedentes e antecedentes, Fig 3.
No que concerne à distribuição dos colocados por género registam-se diferenças acentuadas, predominando os indivíduos femininos (acima de 60%) face aos indivíduos masculinos, com valores entre 30 a 39%, Fig 4.
Quanto ao distrito de origem dos colocados a partir de 2005, com excepção de 2007, a maioria (>50%) provém de Lisboa, Santarém e Setúbal, Fig 5, havendo quase total representatividade dos distritos do país, quando se distribuiu os alunos da primeira opção, Fig 6.
Se considerarmos os valores das notas dos primeiros 100 alunos colocados na FMUL, a média e a mediana não variaram nos anos de 2008 e 2009, assim como se mantiveram os valores máximos e mínimos, Fig 7.
Na comparação com as restantes Faculdades de Medicina de Portugal, nomeadamente com a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), a FMUL continua a ter o maior numerus clausus, Fig 8 e os maiores valores para a nota mínima de candidatura (160), Fig 9. De acordo com estes critérios de selecção, a FMUL iguala-se às outras faculdades de medicina nacionais quanto à nota máxima obtida pelos candidatos, mas mantém-se acima quanto à nota mínima de candidatura, Fig 10.
A FMUL está em dois anos consecutivos em 5ª posição relativamente às outras 7 faculdades no que respeita à nota do último aluno colocado, Fig 11. Atendendo a que temos o maior numerus clausus, a Fig 12 mostra que, no ano de 2008, a nota do aluno colocado em último na Universidade da Beira Interior (UBI), Universidade do Minho (UM Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (FCMUNL), é inferior à do aluno em lugar correspondente na seriação da FMUL. Perfil semelhante de posicionamento foi observado em 2009 com acréscimo do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), em que a nota do último colocado foi inferior à obtida pelo colocado na FMUL, Fig 12.
Dos resultados apresentados nesta plataforma, verifica-se a consolidação da recuperação de 2008 na escolha da FMUL para frequentar o Mestrado Integrado em Medicina pelos alunos maioritariamente de Lisboa e Vale do Tejo.
A maior representatividade do género feminino é uma constante em nove anos, retirando à FMUL o problema da minoria tão frequente em outros países. Os valores das notas dos primeiros 100 alunos colocados continuam elevadas e acima dos 180, sendo a FMUL a instituição de ensino terciário a oferecer maior número de lugares. Convém recordar que um contingente de alunos ingressa no Mestrado Integrado já com o grau de Licenciado (regime específico de ingresso para titulares de grau de licenciado) cujas características de acesso e de sucesso escolar são também objecto de monitorização do GPA. Quanto às Expectativas e Motivações dos alunos colocados no 1º ano estão disponíveis os resultados do estudo implementado desde 2004-2005 até à data que complementa esta plataforma e que poderá suscitar novas reflexões.
Para a realização destes objectivos foram consultados os dados disponibilizados pelo Sistema Integrado de Gestão para o Ensino Superior (SIGES) e Direcção Geral do Ensino Superior – Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (DGES_MCTES) relativos à 1.ª fase de colocação dos candidatos no Ensino Superior.
Os indicadores apresentados na plataforma de monitorização do acesso à FMUL entre 2000 e 2009 não servem para predizer do grau de sucesso durante o percurso no ensino superior.
Os critérios de selecção utilizados em Portugal, baseados nas notas de candidatura, estão influenciados por diversas variáveis, intra e inter, pessoais nas quais interferem as vivências escolares e familiares.
Essas valorizações nada nos transmitem sobre a abordagem de aprendizagem utilizada pelos alunos colocados, que podem optar por um ou mais dos tipos que compõem os modelos de estilo de aprendizagem “Tripatite” e o de Kolb. Também as características da personalidade dos colocados são desconhecidas porque não se fazem testes específicos (controversos), não se aplicam questionários e nem há mecanismos de realização de entrevista, em que possam ser revelados a maturação de desenvolvimento social e intra pessoal. Há outros factores da personalidade e do comportamento, nomeadamente a capacidade para vencer as dificuldades e as contrariedades, e os estados de ansiedade e de consciencialização, que também não conhecemos.
O processo de selecção actual às faculdades de Medicina do país é da responsabilidade do governo. Qualquer modelo de acesso que contemplasse os vários factores qualitativos da personalidade e do comportamento, de desempenhos e aptidões seria exigente em termos de assegurar qualidade e requereria instrumentos apropriados aos atributos que se pretendessem graduar.
Voltando aos indicadores da plataforma de monitorização do acesso a Medicina na nossa Faculdade, para a 1ª fase de candidatura, na Fig 1, verifica-se que ao decréscimo acentuado do número de candidatos em 2006 e 2007 se seguiu um aumento marcante nos anos seguintes para o mesmo número de colocados que se manteve nos 295. O ano de 2007 fica associado à diminuição das percentagens de alunos candidatos e colocados que escolheram a FMUL, verificando-se a mesma diminuição no que respeita à escolha como 1ª opção. Assim, se excluirmos o ano de 2007, a percentagem de alunos que coloca a FMUL em 1ª opção não tem variado significativamente entre 2000 e 2009, Fig 2,3. No entanto, a 2ª opção atingiu em 2007 maior valor relativamente aos anos precedentes e antecedentes, Fig 3.
No que concerne à distribuição dos colocados por género registam-se diferenças acentuadas, predominando os indivíduos femininos (acima de 60%) face aos indivíduos masculinos, com valores entre 30 a 39%, Fig 4.
Quanto ao distrito de origem dos colocados a partir de 2005, com excepção de 2007, a maioria (>50%) provém de Lisboa, Santarém e Setúbal, Fig 5, havendo quase total representatividade dos distritos do país, quando se distribuiu os alunos da primeira opção, Fig 6.
Se considerarmos os valores das notas dos primeiros 100 alunos colocados na FMUL, a média e a mediana não variaram nos anos de 2008 e 2009, assim como se mantiveram os valores máximos e mínimos, Fig 7.
Na comparação com as restantes Faculdades de Medicina de Portugal, nomeadamente com a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), a FMUL continua a ter o maior numerus clausus, Fig 8 e os maiores valores para a nota mínima de candidatura (160), Fig 9. De acordo com estes critérios de selecção, a FMUL iguala-se às outras faculdades de medicina nacionais quanto à nota máxima obtida pelos candidatos, mas mantém-se acima quanto à nota mínima de candidatura, Fig 10.
A FMUL está em dois anos consecutivos em 5ª posição relativamente às outras 7 faculdades no que respeita à nota do último aluno colocado, Fig 11. Atendendo a que temos o maior numerus clausus, a Fig 12 mostra que, no ano de 2008, a nota do aluno colocado em último na Universidade da Beira Interior (UBI), Universidade do Minho (UM Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (FCMUNL), é inferior à do aluno em lugar correspondente na seriação da FMUL. Perfil semelhante de posicionamento foi observado em 2009 com acréscimo do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), em que a nota do último colocado foi inferior à obtida pelo colocado na FMUL, Fig 12.
Dos resultados apresentados nesta plataforma, verifica-se a consolidação da recuperação de 2008 na escolha da FMUL para frequentar o Mestrado Integrado em Medicina pelos alunos maioritariamente de Lisboa e Vale do Tejo.
A maior representatividade do género feminino é uma constante em nove anos, retirando à FMUL o problema da minoria tão frequente em outros países. Os valores das notas dos primeiros 100 alunos colocados continuam elevadas e acima dos 180, sendo a FMUL a instituição de ensino terciário a oferecer maior número de lugares. Convém recordar que um contingente de alunos ingressa no Mestrado Integrado já com o grau de Licenciado (regime específico de ingresso para titulares de grau de licenciado) cujas características de acesso e de sucesso escolar são também objecto de monitorização do GPA. Quanto às Expectativas e Motivações dos alunos colocados no 1º ano estão disponíveis os resultados do estudo implementado desde 2004-2005 até à data que complementa esta plataforma e que poderá suscitar novas reflexões.