Espaço Aberto
Não só mereceu a pena, assim como mereceu a alegria
7 anos é 20 % da minha vida.
Ainda me lembro de entrar pelo corredor, abarracado e sem condições, onde eram os serviços administrativos da Faculdade, com a “guia de marcha” na mão e alguém lá do fundo se virar e dizer “assuntos de alunos é lá mais à frente, aqui é para funcionários e professores”.
Foi assim o meu acolhimento na faculdade. Era menino, com cara de menino, ténis e calças de ganga, mas com o coração cheio de ambição e com o medo de quem muda para algo que mal conhece (hoje direi não conhece).
O acolhimento – Divisão Administrativo-Financeira
A expectativa era muita, de mudar, de experimentar algo diferente e poder ajudar no desenvolvimento da instituição.
E assim foi. Apesar do acolhimento, algo disparatado, lá comecei no dia 2 de Novembro de 2002 a trabalhar na Faculdade, na minha Faculdade da Universidade de Lisboa (pois é, esta que me acolheu e adoptou passou a ser a minha Faculdade).
Os primeiros dias foram cheios de expectativas, um mundo quase desconhecido que se apresentava. Um edifício enorme, onde quase todos os dias me perdia, e um sem número de nomes que demoraram muitos meses a decorar.
O meu primeiro trabalho foi organizar concursos de pessoal não docente que se empilhavam em cima de armários no gabinete da Secretária de então. Eram centenas de currículos e candidaturas a muitos concursos que finalmente tinham sido abertos para o pessoal não docente da Faculdade que durante anos e anos (demasiados) viram as suas carreiras congeladas pela inércia da organização.
E assim foram os primeiros dias, conhecer pessoas e mais pessoas e tratar de organizar os concursos. Trabalhava no Gabinete da Secretária por detrás da Aula Magna.
Pelo meio, apesar de algum conflito de hierarquias, o acolhimento foi muito bom; visitei todas as áreas administrativas da Faculdade, as pessoas foram muito simpáticas e mostraram alguma esperança que eu viesse resolver todos os problemas do mundo.
Houve situações engraçadas com a Tesoureira de então a mandar-me pagar propinas (tinha realmente cara de miúdo) e a chefe de repartição com muito pouca paciência para me aturar. Mas nada havia a fazer, lá teríamos de trabalhar em conjunto.
De Chefe de Divisão a Secretário em 15 dias
Um dia lembro-me de a Secretária de então chegar ao pé de mim e dizer-me:
-Bem. Vou-me aposentar no final do ano.
A legislação iria mudar e ela tinha interesse em aposentar-se antes que a nova legislação fosse aplicada.
E agora? Qual seria o futuro? Ainda agora tinha chegado e a confusão estava instalada. Aproveitei e fiz um memorando ao Director, pessoa que tinha conhecido numa reunião de cortesia mas com quem mal tinha contactado neste período, sobre a situação que tinha encontrado na Faculdade.
Dias depois pergunto à Secretária como seria o futuro e ela lá me disse que o Director estaria a pensar nomear-me Secretário da Faculdade (ainda hoje não sei se foi resultado do memorando que fiz). Eu não podia acreditar.
Eu? Eu iria ser o Secretário ainda mal tinha chegado?
Assim foi, comecei imediatamente a visita a todas as unidades da Faculdade. No dia 30 de Novembro a Secretária estava aposentada e eu, nos primeiros dias de Dezembro, fui nomeado Secretário da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Foi fantástico. O Professor Martins e Silva deu-me a possibilidade fantástica de abraçar um projecto e confiou em mim (espero não o ter desiludido) para um desafio que, olhando hoje para trás, me permitiu crescer enquanto profissional e, principalmente, enquanto homem.
Da Repartição à Organização
O projecto lá começou, o Professor Martins e Silva, ao seu estilo, lá me convenceu a assinar Mestre e que se calhar era melhor vestir uma gravata para não ter de pagar propinas outra vez.
O desafio foi comum, juntos encetámos um projecto de mudança organizativa de uma instituição que ainda se estruturava em repartições e onde o seu índice de tecnicidade era muito baixo para evoluirmos para uma organização com muitos jovens prontos a dar o seu melhor por uma instituição mais moderna e ágil.
O Professor Martins e Silva, com a sua visão de futuro da Faculdade, permitiu-me fazer um levantamento funcional e de cultura organizacional e dai retirar resultados e linhas de rumo que muito discutimos.
Foi sem dúvida o seu espírito de missão e a sua capacidade de trabalho que me ajudaram a implementar as medidas necessárias para alterar a cultura existente, onde todos trabalhavam na Faculdade mas poucos tinham esse sentido de pertença.
Ao mesmo tempo, foi terminado o projecto de informatização do processo financeiro que teve resultados fantásticos na capacidade de gestão da Faculdade e na resposta a desafios tão grandes como a construção do novo edifício e até mesmo a mudança e a necessidade de procurar novos técnicos que pudessem ajudar a instituição a mudar.
Quando começámos a Faculdade teria à volta de 10 licenciados no corpo de pessoal não docente e hoje serão mais de 60.
Durante esse período reuni, semanalmente, com todos os representantes dos funcionários e ainda guardo o meu primeiro discurso, onde lhes disse que ali estava para fazer 2 comissões de serviço e que preferia fazer mal a não fazer.
O espanto estava espelhado nas caras de alguns. Quanto às comissões, parece que falhei por pouco e relativamente à frase polémica, ainda hoje a subscrevo.
Nesse período, muitos se aposentaram, a média de idades era elevadíssima e a sua qualificação baixíssima, e alguns infelizmente morreram.
O crescimento do número de alunos e este processo de aposentações permitiu contratar muitos técnicos o que, suportado numa alteração da orgânica da Faculdade, permitiu adequar melhor a organização às necessidades.
Foram criadas as divisões, e ao mesmo tempo conclui-se o edifício Egas Moniz. Fizemos n concursos de pessoal para admissões de novos elementos e mantivemos uma política de fazer progredir as pessoas na carreira acabando com um congelamento que tinha tanto de injusto como de prejudicial para a organização; fizemos novas instalações para todos os serviços da Faculdade, abandonando os sítios esconsos e sem qualquer tipo de condições de trabalho para serviços que se querem funcionais e, principalmente, aprazíveis.
A mudança Curricular
Um dia o Professor Martins e Silva informou-me que era o seu último mandato e que não se voltaria a recandidatar a Director. Lembro-me que fiquei assustado.
Foi ai que entrou o Professor Fernandes e Fernandes, com um estilo muito diferente do anterior Director, com um objectivo claro para a sua Faculdade mas mantendo a mesma confiança no meu trabalho, o que nos permitiu, agora em conjunto com o Professor Alexandre Ribeiro, continuar o projecto de melhorar os serviços da Faculdade projectando-os para o futuro.
A Instituição aumentou significativamente os seus alunos, passando do milhar de 2001 para os 2 milhares de 2009, com o mesmo número de funcionários.
Existirão poucas organizações em que a produtividade tenha aumentado tanto num espaço de tempo tão reduzido e ainda por cima com tantas limitações orçamentais.
O Director tinha clara a mudança que pretendia levar a cabo no currículo do curso de medicina, transformando-o num contínuo de ensino teórico e prático indo de encontro ao que de mais avançado existe no mundo. Não foi fácil vencer a entropia da resistência à mudança mas os resultados começam a dar frutos.
Continuámos o projecto e começámos a ver reconhecidas externamente algumas competências que desenvolvemos. A Newsletter e a integração em diversos grupos de trabalho, exteriores à Faculdade de Medicina.
A Faculdade de 2009
A Faculdade de 2009 é muito diferente da de 2002, é melhor.
Mais eficaz, mais capaz e sobretudo mais preparada para abraçar desafios.
Está envolvida em profundos sistemas de mudança, onde a informatização de sumários, pautas, e a alteração de relação com os alunos, quer de 1º ciclo quer de 2º ciclo é uma realidade.
Quanto à área administrativa, o sistema de controlo de assiduidade electrónico assim como a secretaria virtual, no que respeita a férias e gestão do processo, será uma realidade.
A biblioteca continua e continuará a ser uma referência no meio das bibliotecas, quer quanto à especificidade da mesma, quer quanto ao tratamento do seu espólio, apesar de dificuldades estruturais de espaço.
Um sistema de contabilidade analítica e de centros de controlo e apuramento vai ser uma realidade em 2010, permitindo dar uma resposta mais transparente.
De todas as obras para modernização dos serviços, só falta o arquivo geral da Faculdade. Todos os outros serviços têm hoje espaços funcionais e condições de trabalho que fazem inveja a muitas organizações.
Mas, muito há a fazer! Espero que quem vier a seguir a mim tenha o mesmo tipo de oportunidades que eu tive, a solidariedade dos órgãos de gestão e o apoio das chefias mais próximas num processo de integração. Não vejo, nem acredito que possa ser diferente.
Não só mereceu a pena, assim como mereceu a alegria
Obrigado a todos aqueles que acreditaram em mim.
Aos dois Directores que acreditaram nas minha propostas, que muito me ensinaram, e que, apesar de algumas diferenças de opinião, permitiram que este projecto fantástico se concretizasse, melhorando o meu curriculum e abrindo-me novas oportunidades.
Aos Presidentes dos Órgãos de Gestão, ao Professor Lobo Antunes, presidente do Científico, da Assembleia de Representantes e agora da Assembleia da Faculdade, que coloca a Faculdade numa dimensão superior. Ao Professor Bicha Castelo que sempre me apoiou. Ao Professor Victorino que sempre revelou um sentido de instituição assinalável. À Professora Forjaz de Lacerda que foi júri do meu concurso de Chefe de Divisão e de Secretário e ao Professor Francisco Antunes que sempre esteve disponível para me ouvir. E ao Professor Alexandre Ribeiro que sempre teve um sentido muito amigo de ajudar.
À Drª Isabel Aguiar que foi, sem sombra de dúvida, a minha grande ajuda.
À Margarida e à Drª Raquel que me ajudaram na minha grande desorganização.
Às chefias que compreenderam o meu modo de trabalhar e o reproduziram nas suas unidades fazendo com elas uma grande equipa.
Agradeço a todos os funcionários e docentes que sempre me apoiaram e espero não ter defraudado muitas expectativas.
Na pessoa da Otília, da Piedade, do José, da Fernanda, do Professor Luís Silva Carvalho, deixo o meu carinho por todos aqueles que todos os dias dão de si por esta instituição.
Sei que não agradei a todos. Não era a minha intenção. Queria o que achava melhor para a Faculdade e foi nesse espírito que exerci as minhas funções durante estes 7 anos. Era essa a minha missão.
Durante estes anos vim para o trabalho com alegria, com a certeza de me sentir bem, de ser bem acolhido e acarinhado. Vou ter saudades.
Não vou para longe, o desafio que agora me foi proposto, pelo Reitor, é sem sombra de dúvida do mesmo tamanho daquele que abracei há 7 anos mas acrescenta a possibilidade de poder continuar a trabalhar para a minha Faculdade.
Quando aqui cheguei trouxe um capacete das obras com o símbolo do ISCTE, era isso que fazia no ISCTE quando para aqui vim. Acompanhava a construção do novo edifício do ISCTE e do ICS.
Agora junto a bata. A bata branca da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e um conjunto de grandes amigos.
David Xavier
david.xavier@fm.ul.pt
Ainda me lembro de entrar pelo corredor, abarracado e sem condições, onde eram os serviços administrativos da Faculdade, com a “guia de marcha” na mão e alguém lá do fundo se virar e dizer “assuntos de alunos é lá mais à frente, aqui é para funcionários e professores”.
Foi assim o meu acolhimento na faculdade. Era menino, com cara de menino, ténis e calças de ganga, mas com o coração cheio de ambição e com o medo de quem muda para algo que mal conhece (hoje direi não conhece).
O acolhimento – Divisão Administrativo-Financeira
A expectativa era muita, de mudar, de experimentar algo diferente e poder ajudar no desenvolvimento da instituição.
E assim foi. Apesar do acolhimento, algo disparatado, lá comecei no dia 2 de Novembro de 2002 a trabalhar na Faculdade, na minha Faculdade da Universidade de Lisboa (pois é, esta que me acolheu e adoptou passou a ser a minha Faculdade).
Os primeiros dias foram cheios de expectativas, um mundo quase desconhecido que se apresentava. Um edifício enorme, onde quase todos os dias me perdia, e um sem número de nomes que demoraram muitos meses a decorar.
O meu primeiro trabalho foi organizar concursos de pessoal não docente que se empilhavam em cima de armários no gabinete da Secretária de então. Eram centenas de currículos e candidaturas a muitos concursos que finalmente tinham sido abertos para o pessoal não docente da Faculdade que durante anos e anos (demasiados) viram as suas carreiras congeladas pela inércia da organização.
E assim foram os primeiros dias, conhecer pessoas e mais pessoas e tratar de organizar os concursos. Trabalhava no Gabinete da Secretária por detrás da Aula Magna.
Pelo meio, apesar de algum conflito de hierarquias, o acolhimento foi muito bom; visitei todas as áreas administrativas da Faculdade, as pessoas foram muito simpáticas e mostraram alguma esperança que eu viesse resolver todos os problemas do mundo.
Houve situações engraçadas com a Tesoureira de então a mandar-me pagar propinas (tinha realmente cara de miúdo) e a chefe de repartição com muito pouca paciência para me aturar. Mas nada havia a fazer, lá teríamos de trabalhar em conjunto.
De Chefe de Divisão a Secretário em 15 dias
Um dia lembro-me de a Secretária de então chegar ao pé de mim e dizer-me:
-Bem. Vou-me aposentar no final do ano.
A legislação iria mudar e ela tinha interesse em aposentar-se antes que a nova legislação fosse aplicada.
E agora? Qual seria o futuro? Ainda agora tinha chegado e a confusão estava instalada. Aproveitei e fiz um memorando ao Director, pessoa que tinha conhecido numa reunião de cortesia mas com quem mal tinha contactado neste período, sobre a situação que tinha encontrado na Faculdade.
Dias depois pergunto à Secretária como seria o futuro e ela lá me disse que o Director estaria a pensar nomear-me Secretário da Faculdade (ainda hoje não sei se foi resultado do memorando que fiz). Eu não podia acreditar.
Eu? Eu iria ser o Secretário ainda mal tinha chegado?
Assim foi, comecei imediatamente a visita a todas as unidades da Faculdade. No dia 30 de Novembro a Secretária estava aposentada e eu, nos primeiros dias de Dezembro, fui nomeado Secretário da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Foi fantástico. O Professor Martins e Silva deu-me a possibilidade fantástica de abraçar um projecto e confiou em mim (espero não o ter desiludido) para um desafio que, olhando hoje para trás, me permitiu crescer enquanto profissional e, principalmente, enquanto homem.
Da Repartição à Organização
O projecto lá começou, o Professor Martins e Silva, ao seu estilo, lá me convenceu a assinar Mestre e que se calhar era melhor vestir uma gravata para não ter de pagar propinas outra vez.
O desafio foi comum, juntos encetámos um projecto de mudança organizativa de uma instituição que ainda se estruturava em repartições e onde o seu índice de tecnicidade era muito baixo para evoluirmos para uma organização com muitos jovens prontos a dar o seu melhor por uma instituição mais moderna e ágil.
O Professor Martins e Silva, com a sua visão de futuro da Faculdade, permitiu-me fazer um levantamento funcional e de cultura organizacional e dai retirar resultados e linhas de rumo que muito discutimos.
Foi sem dúvida o seu espírito de missão e a sua capacidade de trabalho que me ajudaram a implementar as medidas necessárias para alterar a cultura existente, onde todos trabalhavam na Faculdade mas poucos tinham esse sentido de pertença.
Ao mesmo tempo, foi terminado o projecto de informatização do processo financeiro que teve resultados fantásticos na capacidade de gestão da Faculdade e na resposta a desafios tão grandes como a construção do novo edifício e até mesmo a mudança e a necessidade de procurar novos técnicos que pudessem ajudar a instituição a mudar.
Quando começámos a Faculdade teria à volta de 10 licenciados no corpo de pessoal não docente e hoje serão mais de 60.
Durante esse período reuni, semanalmente, com todos os representantes dos funcionários e ainda guardo o meu primeiro discurso, onde lhes disse que ali estava para fazer 2 comissões de serviço e que preferia fazer mal a não fazer.
O espanto estava espelhado nas caras de alguns. Quanto às comissões, parece que falhei por pouco e relativamente à frase polémica, ainda hoje a subscrevo.
Nesse período, muitos se aposentaram, a média de idades era elevadíssima e a sua qualificação baixíssima, e alguns infelizmente morreram.
O crescimento do número de alunos e este processo de aposentações permitiu contratar muitos técnicos o que, suportado numa alteração da orgânica da Faculdade, permitiu adequar melhor a organização às necessidades.
Foram criadas as divisões, e ao mesmo tempo conclui-se o edifício Egas Moniz. Fizemos n concursos de pessoal para admissões de novos elementos e mantivemos uma política de fazer progredir as pessoas na carreira acabando com um congelamento que tinha tanto de injusto como de prejudicial para a organização; fizemos novas instalações para todos os serviços da Faculdade, abandonando os sítios esconsos e sem qualquer tipo de condições de trabalho para serviços que se querem funcionais e, principalmente, aprazíveis.
A mudança Curricular
Um dia o Professor Martins e Silva informou-me que era o seu último mandato e que não se voltaria a recandidatar a Director. Lembro-me que fiquei assustado.
Foi ai que entrou o Professor Fernandes e Fernandes, com um estilo muito diferente do anterior Director, com um objectivo claro para a sua Faculdade mas mantendo a mesma confiança no meu trabalho, o que nos permitiu, agora em conjunto com o Professor Alexandre Ribeiro, continuar o projecto de melhorar os serviços da Faculdade projectando-os para o futuro.
A Instituição aumentou significativamente os seus alunos, passando do milhar de 2001 para os 2 milhares de 2009, com o mesmo número de funcionários.
Existirão poucas organizações em que a produtividade tenha aumentado tanto num espaço de tempo tão reduzido e ainda por cima com tantas limitações orçamentais.
O Director tinha clara a mudança que pretendia levar a cabo no currículo do curso de medicina, transformando-o num contínuo de ensino teórico e prático indo de encontro ao que de mais avançado existe no mundo. Não foi fácil vencer a entropia da resistência à mudança mas os resultados começam a dar frutos.
Continuámos o projecto e começámos a ver reconhecidas externamente algumas competências que desenvolvemos. A Newsletter e a integração em diversos grupos de trabalho, exteriores à Faculdade de Medicina.
A Faculdade de 2009
A Faculdade de 2009 é muito diferente da de 2002, é melhor.
Mais eficaz, mais capaz e sobretudo mais preparada para abraçar desafios.
Está envolvida em profundos sistemas de mudança, onde a informatização de sumários, pautas, e a alteração de relação com os alunos, quer de 1º ciclo quer de 2º ciclo é uma realidade.
Quanto à área administrativa, o sistema de controlo de assiduidade electrónico assim como a secretaria virtual, no que respeita a férias e gestão do processo, será uma realidade.
A biblioteca continua e continuará a ser uma referência no meio das bibliotecas, quer quanto à especificidade da mesma, quer quanto ao tratamento do seu espólio, apesar de dificuldades estruturais de espaço.
Um sistema de contabilidade analítica e de centros de controlo e apuramento vai ser uma realidade em 2010, permitindo dar uma resposta mais transparente.
De todas as obras para modernização dos serviços, só falta o arquivo geral da Faculdade. Todos os outros serviços têm hoje espaços funcionais e condições de trabalho que fazem inveja a muitas organizações.
Mas, muito há a fazer! Espero que quem vier a seguir a mim tenha o mesmo tipo de oportunidades que eu tive, a solidariedade dos órgãos de gestão e o apoio das chefias mais próximas num processo de integração. Não vejo, nem acredito que possa ser diferente.
Não só mereceu a pena, assim como mereceu a alegria
Obrigado a todos aqueles que acreditaram em mim.
Aos dois Directores que acreditaram nas minha propostas, que muito me ensinaram, e que, apesar de algumas diferenças de opinião, permitiram que este projecto fantástico se concretizasse, melhorando o meu curriculum e abrindo-me novas oportunidades.
Aos Presidentes dos Órgãos de Gestão, ao Professor Lobo Antunes, presidente do Científico, da Assembleia de Representantes e agora da Assembleia da Faculdade, que coloca a Faculdade numa dimensão superior. Ao Professor Bicha Castelo que sempre me apoiou. Ao Professor Victorino que sempre revelou um sentido de instituição assinalável. À Professora Forjaz de Lacerda que foi júri do meu concurso de Chefe de Divisão e de Secretário e ao Professor Francisco Antunes que sempre esteve disponível para me ouvir. E ao Professor Alexandre Ribeiro que sempre teve um sentido muito amigo de ajudar.
À Drª Isabel Aguiar que foi, sem sombra de dúvida, a minha grande ajuda.
À Margarida e à Drª Raquel que me ajudaram na minha grande desorganização.
Às chefias que compreenderam o meu modo de trabalhar e o reproduziram nas suas unidades fazendo com elas uma grande equipa.
Agradeço a todos os funcionários e docentes que sempre me apoiaram e espero não ter defraudado muitas expectativas.
Na pessoa da Otília, da Piedade, do José, da Fernanda, do Professor Luís Silva Carvalho, deixo o meu carinho por todos aqueles que todos os dias dão de si por esta instituição.
Sei que não agradei a todos. Não era a minha intenção. Queria o que achava melhor para a Faculdade e foi nesse espírito que exerci as minhas funções durante estes 7 anos. Era essa a minha missão.
Durante estes anos vim para o trabalho com alegria, com a certeza de me sentir bem, de ser bem acolhido e acarinhado. Vou ter saudades.
Não vou para longe, o desafio que agora me foi proposto, pelo Reitor, é sem sombra de dúvida do mesmo tamanho daquele que abracei há 7 anos mas acrescenta a possibilidade de poder continuar a trabalhar para a minha Faculdade.
Quando aqui cheguei trouxe um capacete das obras com o símbolo do ISCTE, era isso que fazia no ISCTE quando para aqui vim. Acompanhava a construção do novo edifício do ISCTE e do ICS.
Agora junto a bata. A bata branca da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e um conjunto de grandes amigos.
David Xavier
david.xavier@fm.ul.pt
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