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Há uma nova APP da FMUL para todos os alunos e Professores

Chama-se myFenix e é uma versão para smartphone, neste momento já disponível para Android e iOS (iPhone). A aplicação é pioneira dentro da Universidade de Lisboa e apesar de estar ainda em fase experimental já está a ser implementada desde setembro de 2018 com os alunos do 1º ano do MIM.

A ideia que já estava a ser desenvolvida pela Faculdade de Medicina foi trabalhada e melhorada por Joaquim Ferreira, Presidente do Conselho Pedagógico e Professor da Faculdade, que lhe acrescentou tópicos novos e mudou o foco principal. A aplicação desenvolvida pela qubIT foi implementada com forte suporte da equipa dos Pólos Administrativos da FMUL.
Com uma vasta possibilidade de mais aplicabilidades de futuro, o objetivo agora é que cumpra três grandes propósitos: divulgar a agenda académica, gerir a assiduidade dos alunos e fazer a avaliação das aulas no final de cada atividade letiva.
Fomos ouvir os dois grandes intervenientes neste projeto, o seu impulsionador e quem vai usar a APP diariamente. E apesar dos pontos de vista nem sempre estarem em consonância, são já em grande medida complementares.
Mas comecemos ponto a ponto a ver o que muda na vida académica e em particular para os estudantes.
Agenda online
Através do smartphone toda a agenda escolar passa a estar disponível a qualquer momento, assim, pretende-se saber sempre quais as aulas previstas de semana a semana bem como o seu espaço físico. O Professor Joaquim Ferreira salientou a importância deste ponto, "A minha visão é que qualquer membro da nossa comunidade académica, em cada momento, saiba o que está a acontecer na Faculdade, sabendo disso o aluno, ou outro docente, poderá entrar numa qualquer aula, se o Docente assim o permitir. O que se pretende com isto é partilhar o conhecimento, termos uma vivência de abertura de portas e acesso livre. É um open space da agenda letiva e que passa a ser partilhada por todos".

A assiduidade à distância de um QR code
Apesar de não se ter eliminado o papel de vez e de algumas aulas ainda não recorrerem ao novo modelo, o propósito é que no lugar de uma assinatura escrita, ela passe a ser digital, como explica o Professor Joaquim Ferreira. "Os alunos usam o seu telemóvel para fotografar um QR code que se lê num tablet e vai passando de aluno em aluno em cada aula, e assim regista cada presença. Só que este sistema tem uma especificidade, sempre que se fotografa, logo a seguir muda o QR code, não permitindo a sua réplica".
Ouvimos a Carolina Pureza, o Henrique Freitas e a Mariana Andrade, todos alunos do 1º ano, e sobre a assinatura nem tudo ainda está operacional como desejariam.
Carolina Pureza: É preciso que o tablet passe por todos nós, o que nem sempre acontece nas aulas teóricas, porque estamos atentos a ouvir a aula e por vezes nem reparamos nele. Mesmo quando recebemos o tablet isso distrai, obriga-nos a tirar o nosso telemóvel, passar o QR code e perdemos alguma atenção. Mas ainda assim prefiro esta funcionalidade digital em vez da assinatura em papel.
Henrique Freitas: Nas teóricas, a assinatura não é muito eficiente porque as pessoas estão muito concentradas, passam o tablet e nem validam a sua própria presença. Talvez fosse mais eficiente que cada pessoa que entrasse na sala fosse passando o QR code.
Mariana Andrade: De início a APP não estava funcional para todos os tipos de telefone e como tal nem todos assinavam com o seu código, como isso aconteceu de começo, agora o que se passa é que alguns ainda não se habituaram ao novo sistema. Há ainda outra questão, é que cada APP pesa muito no telefone e muitos de nós já não têm espaço, então é preciso instalar e desinstalar constantemente.
Joaquim Ferreira explica que por ser ainda um período experimental é previsível haver a necessidade de efetuar alguns ajustes. Não obstante vir a ser obrigatório, a forma como o tablet passa pelos alunos e em que fase da aula passa, dependerá do Docente.

Avaliação imediata no fim de cada aula
Assumindo claramente que o modelo rápido de avaliação dos Docentes é das três funcionalidades a que mais lhe agrada, o Professor explica que bastam 5 segundos para avaliar a aula lecionada. “No fim da cada aula os alunos respondem automaticamente e usando o seu smartphone a duas perguntas: se os objetivos educacionais da aula foram atingidos e qual a quantificação que dão à qualidade da aula. Votam desde o concordo totalmente até ao discordo totalmente. Entendo que estas são duas perguntas muito relevantes em termos da qualidade do ensino e que nos permite saber se os objetivos da aula foram atingidos e de que forma os alunos o avaliam e se a qualidade global da aula existe. O objetivo é que esta seja uma ação formativa."
Logo depois da avaliação, o processamento global é simples e também imediato. “Cada um dos docentes tem acesso imediato à avaliação da sua aula e o Regente da unidade curricular também acede a essa informação, podendo intervir de forma construtiva usando esta informação. Para já, o acesso a esta informação está confinada ao Docente e ao Regente, mas no futuro poderá ser usada de uma forma mais aberta, da forma que a Faculdade considerar adequada. Isto vai na linha de avaliarmos de forma justa toda a atividade letiva, porque é a minha convicção que é a forma mais eficiente de todos irmos melhorando, através da confrontação de cada um de nós, com um grau de exigência que deve ser crescente". Queremos ver muitas avaliações com uma cor verde e poucos amarelos e vermelhos!".
Sobre este método avaliativo a opinião dos alunos parece ser consensual.

Henrique Freitas: A ideia é boa e gostamos de ter a hipótese de dar a nossa opinião.
Carolina Pureza: Esta forma de avaliar é mais apelativa que um papel extenso e é muito importante para nós.
A nova APP foi lançada na primeira semana de aulas, de início a aplicação só estava disponível para sistema Android, mas neste momento também os dispositivos IOS estão em teste. E, apesar de este ser um período experimental, a partir do próximo ano letivo alargar-se-á aos alunos de 2º ano, voltando a repetir-se a experiência com os novos que entrem para o 1º. "Só depois de nos sentirmos confortáveis, que o sistema está robusto e sólido, podemos então dar um passo mais ambicioso, mas vai depender do grau de sucesso no final deste ano", explica o Professor Joaquim Ferreira.
Resta reforçar que, se o registo da assiduidade é para todos, já a avaliação não é obrigatória e só quem esteve presente na aula pode avaliar. E, apesar de não haver obrigatoriedade de comparecer às aulas teóricas, ainda assim a sua avaliação permite concluir o grau de sucesso e qualidade das próprias teóricas. "O grande mérito é que passamos a ter múltiplos momentos de avaliação. Até aqui, no fim do ano, havia uma avaliação ao Docente, o que agora acontece é que cada Docente e cada unidade curricular vão ter centenas ou mesmo milhares de momentos de avaliação, podendo ter uma representatividade cada vez mais fundamentada. Estamos a ser pioneiros dentro da Universidade de Lisboa com esta Aplicação e penso que outras entidades quererão replicar este nosso exemplo".
Conhecido por ser um impulsionador da mudança, Joaquim Ferreira sabe que, até tudo estar rotinado, há sempre dúvidas e alguns constrangimentos, ainda assim parabeniza quer Docentes, quer alunos pela forma empenhada como receberam esta novidade.
Joana Sousa
Equipa Editorial
