Do passado ao presente
O livro antigo da Biblioteca-CDI da FMUL : um legado que honra o passado e nos ajuda a construir o futuro
![](http://news.medicina.ulisboa.pt/wp-content/uploads/2018/10/LogotipoConjunto-H-3.png)
Apresentação
O acervo bibliográfico da Biblioteca-CDI da FMUL inclui um vasto e precioso núcleo de livro antigo (séculos XV a XIX), dos mais importantes dentro do género no nosso país, proveniente das antigas biblioteca conventuais extintas e de legados particulares, incluindo o de Simão José Fernandes (1793-1845).
Nesta nova rubrica, iremos destacar alguns desses tesouros, continuando a divulgar assim este património único e inestimável que nos é comum.
![](http://news.medicina.ulisboa.pt/wp-content/uploads/2018/10/asdasd.png)
Harmonie hydro-végétale et météorologique : ou recherches sur les moyens de recréer avec nos forêts la force des températures et la régularité des saisons par des plantations raisonnées / par F.A. Rauch. - Paris : chez les frères Levrault, An X de la République [1802]. - 2 vol. ; 20 cm. –
Cota da Biblioteca-CDI da Faculdade de Medicina de Lisboa: RES. 1569 A
![](http://news.medicina.ulisboa.pt/wp-content/uploads/2018/10/0518ecd3183ac786365f56c70fc09fc7.jpg)
A Harmonie hydro-végétale et météorologique..., de François Antoine Rauch (1762-1837), é uma das primeiras obras que poderíamos dizer de política de ordenamento do território, escrita como um autêntico manifesto ecológico. Pertence ao legado de Simão José Fernandes.
![](http://news.medicina.ulisboa.pt/wp-content/uploads/2018/10/d8d4e6c9ddbc0382e32a107e753bdbe9-1.jpg)
Na França do período revolucionário (no pé de imprensa podemos ler "An X de la Republique", ou seja, 1802, no calendário revolucionário), como por toda a Europa ocidental, a demanda de solo cultivável levava o homem, desde há séculos, a desbravar as grandes massas florestais e a explorar os recursos naturais, de forma mais ou menos desordenada.
Esta realidade chamou a atenção do geógrafo francês François Antoine Rauch, que se tornou num dos primeiros autores a expressar preocupações que hoje diríamos ecológicas, de exploração planificada e equilibrada dos solos e recursos naturais. Se é verdade que essas preocupações estão, de há décadas a esta parte, na ordem do dia, elas surgem-nos aqui no despontar do século XIX...
A edição que integra o acervo da Biblioteca-CDI da FMUL é muito mais rara que a edição revista de 1818. Ambas tiveram, todavia, fraca receptividade no seu tempo. Um ressurgimento de interesse parece dever-se a Roger Heim, que o refere na sua obra L'Angoisse de l'an 2000 (1973).
André Rodrigues
Área de Biblioteca e Informação
andresilva@medicina.ulisboa.pt
![Share](https://www.medicina.ulisboa.pt/sites/default/files/media-icons/share.png)