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Estudar Medicina - Dia do Candidato 2018
O Dia do Candidato celebrou no passado mês de abril 10 anos de vida.
A pensar nos alunos que estão a fazer as suas escolhas universitárias, este Dia existe para que a Faculdade mostre os seus bastidores, permitindo que encontrem as respostas que procuram.
Mas como nasceu este Dia?
Na altura Diretor da Faculdade de Medicina, o Professor José Fernandes e Fernandes fez uma viagem no tempo. “Este dia nasce de duas coisas: o primeiro dizia respeito ao acesso a Medicina e que é um problema grave porque a seleção dos alunos baseada apenas nas notas de três disciplinas (Física, Química e Matemática) é muito insuficiente, porque não privilegia características e capacidades necessárias ao médico. E em segundo lugar coloquei a pergunta, se os jovens que escolhem Medicina, sabem o que ela é e para onde vão. Estariam os jovens informados o suficiente para fazer esta escolha? Eu achava que não. E achava outra coisa, é que quem vinha para Medicina sofria um pouco da síndrome do bom aluno, ou seja, se têm uma nota alta, vão para Medicina. Ora, eu achava que quem vem tem de vir, essencialmente, por vocação. Então, uma das maneiras que encontrei para tentar alterar esta tendência de pensamento foi passar esta mensagem aos novos alunos que vão escolher Medicina. Quis dizer-lhes, de uma forma simples, que antes de fazerem uma escolha ativa, deviam estar informados. Aliás, eu defendi que as Universidades deviam poder os seus alunos, mas nunca se conseguiu implementar”. Mas porque uma grande orquestra tem sempre o seu maestro, Carlota Saldanha, Professora já reformada de Bioquímica deu início a este grande evento. “A Professora Carlota Saldanha teve um grande empenho desta iniciativa, toda a equipa agarrou muito bem esta missão e a eles se deve o sucesso que continua a ser, cada vez mais, este dia” – Prof. José Fernandes e Fernandes
Na abertura da sessão deste ano esteve o Professor Fausto Pinto e atual Diretor da Faculdade de Medicina, que recebeu os cerca de 130 alunos inscritos. Valorizando o conceito do Campus, explicou a importância de termos uma Faculdade integrada num hospital e com investigação científica. Se dúvidas restassem Fausto Pinto deixou uma declaração de amor à sua carreira, “Está é a melhor profissão do mundo”.
“Ter a sabedoria de fazer o bem” foi o caminho proposto pelo Professor Joaquim Ferreira, que lamenta “já não poder estar do lado de cá dos alunos” para poder começar tudo de novo. Entre desafios e dúvidas lançadas deu todos os argumentos para se escolher a Medicina, sendo a liberdade um dos seus melhores fins.
Com lugar de destaque esteve ainda o GAPIC representado pela neurocirurgiã Cláudia Faria e a aluna Beatriz Draiblate que defenderam como a investigação em Ciência enriquece a vida académica e médica.
Beatriz Draiblate veio ao Dia do Candidato a 4 de abril de 2014 e acabou por ficar, esse dia veio consolidar a certeza da sua escolha. Hoje aluna do 4º ano, lembra-se bem desse dia, “desci esta escadaria e pensei como é que algum dia me orientaria aqui dentro, logo num hospital que é tão grande. Lembro-me que uma das palestras que mais me marcou foi a do Professor António Vaz Carneiro, porque explicou muito bem a questão da Medicina baseada na evidência, porque é mais fácil coisas que expliquem tudo do que arranjar uma justificação para cada causa. E o que senti nesse dia é que já estávamos a começar a fazer um bocadinho Medicina, foi muito bom ouvi-lo e reencontrá-lo nas aulas mais tarde. Mas o Professor também me marcou com outra frase, que diz que - Quem só de Medicina sabe, nem de Medicina realmente sabe - esta ideia é importante porque mesmo nos primeiros anos os alunos não devem limitar-se a estudar, mas ir a eventos e participar nas conferências, em encontros, fazer parte da Associação de Estudantes e conhecer o mundo à sua volta. Conhecer o GAPIC, no Dia do Candidato, foi a mais-valia para mim, porque adoro investigação. Enquanto aluna percebi que investigar é importante, na medida em que, podemos acompanhar muito mais um doente do início ao fim do processo, nas grandes enfermarias percebemos que um doente nunca é só nosso”.
No fecho da sessão da manhã, e que continuou da parte da tarde, encerraram o Professor António Vaz Carneiro e a Professora Madalena Patrício, coordenadora da gestão do Dia do Candidato, nos últimos dois anos.
Entre visitas a laboratórios e Unidades do Hospital, os alunos trocavam de salas e preenchiam os edifícios num eco de novidade, euforia e expetativa.
Apenas com uma paragem para um almoço conjunto e com a presença e animação do Estádio Universitário, o dia prolongou-se para a tarde com os testemunhos dos alunos da Faculdade.
A sessão da tarde abriu com o tema "Vivências", com a Professora Emília Valadas e testemunhos de ex-alunos, a Dra. Ana Filipa Sutre e o Dr. Erik Dornelles.
A integrar esta equipa de trabalho esteve presente a Associação de Estudantes, que, ao longo do tempo, foi dando cada vez mais o seu contributo. Associação representada pela sua Presidente Teresa Valido. Alguns alunos (depoimento da aluna Joana Vieira de Melo) de Erasmus falaram da grande diferença do ensino entre incoming (depoimento da aluna Camila Ferronato) e outgoing (depoimento aluna Beatriz Gil). Passaram ainda vídeos da Noite da Medicina, um dos momentos que mais marcam os mais novos e que lá também querem chegar.
Pedro Marçal, da Unidade de Avaliação pedagógica da Área Académica, está desde a primeira edição do Dia do Candidato. “Foi o Professor Fernandes que sugeriu designar este evento – Estudar Medicina na FMUL – Dia do Candidato.
Pedro recorda-se que a Faculdade era já namorada por escolas e alunos individuais que pediam para visitar e conhecer as instalações, “queriam que fossemos a seminários sobre saídas profissionais de escolas secundárias e foi a Professora Carlota que deu a ideia de, em vez de irmos nós a vários lugares, por que não virem eles cá. Depois a Professora defendia muito que a Faculdade devia mostrar aquilo em que somos únicos (GAPIC, Estágio Clínico do 6.º ano com rácio 1 tutor por aluno e facilidade de acesso ao IMM).
Habituado a tratar dos dados dos formulários preenchidos pelos alunos, sabe destacar de cor os pontos fortes destas visitas e que dez anos depois ainda não foram destronados, “dizem maioritariamente que as expetativas são amplamente correspondidas e que o evento os ajudou muito a tomar a decisão final, destacam ainda a qualidade das instalações e do ensino, também valorizam muito os Professores e alunos que conhecem neste dia”.
“Agora com a Professora Madalena Patrício há um esforço para que eles conheçam ainda mais a casa e mais espaços do iMM”.
Lembro-me de uma aluna que desmaiou e ficámos atrapalhados. Ligámos aos pais e fomos resolvendo tudo, no final não foi nada grave, a aluna apenas não tinha tomado o pequeno-almoço e foi por isso que se sentiu mal”.
Começaram por ser menos elementos do que os que são agora, “no primeiro evento a divulgação não foi bem conseguida, ainda assim as coisas correram bem, apesar de no primeiro evento terem vindo menos de vinte alunos”.
Dois anos depois junta-se Ana Raquel Moreira (Unidade de Relações Públicas e Comunicação), na altura fazia parte do Gabinete Editorial e já como Relações Públicas, “fazia sentido integrar a equipa até pela maior necessidade da divulgação. Lembro-me de um ano em que houve greve de transportes e vieram muito poucos e outro ano em que chovia tanto que andávamos todos molhados entre edifícios, mas eles andavam sempre felizes”.
“Preparar este evento dá muito gozo a esta equipa. É importante ser uma equipa multidisciplinar, de várias áreas, em que se trabalha e pensa em conjunto. O objetivo é essencialmente tornar este dia inesquecível para os alunos que querem vir para esta casa. Um dia que os faça decidir que é esta a escola que vão escolher para passar os 6 anos seguintes. Os 6 anos mais importantes da sua vida!” Com o tempo vem a experiência e passados 10 anos da primeira edição “já há um à-vontade muito grande e tudo acontece com mais facilidade e no dia já nem há nervos à mistura porque estamos juntos para receber os candidatos e corre sempre bem!” refere ainda.
Se tivesse de mudar alguma coisa, recuperaria apenas para a equipa de trabalho a presença de alguém da comunicação do iMM, “é importante estarmos sintonizados com eles porque há visitas por muitos laboratórios de investigação e o elemento do iMM ajuda muito a perceber melhor a agenda”.
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A Profª Madalena Patrício (coordenadora), Ana Raquel Moreira, Bruno Moura, Carine Pires, Dora Ramos, Ema Geraldes, Joana Sousa, Lara Ponte, Miguel Andrade, Nuno Rodrigues, Pedro Marçal e os representantes da AEFML são atualmente as pessoas que fazem com que este dia aconteça.
O Dia do Candidato é uma fórmula de sucesso, prova disso é encontrar as caras familiares deste dia na fase das matrículas.
Dez anos volvidos, a Faculdade compromete-se com mais dez e já está a trabalhar no próximo ano.
A todos, parabéns!
Joana Sousa
Equipa Editorial