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A Biblioteca-CDI reabre as suas portas à comunidade

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Associamos, hoje, à Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, o lema “Uma Escola que honra o passado e constrói o futuro”. A FMUL foi, de facto, durante mais de um século, a única instituição de ensino superior da medicina em Lisboa e aquela que, de longe, mais médicos formou. E claro que o papel da Biblioteca-CDI tem sido indissociável desta realidade.
A história da Biblioteca-CDI começa, como a da própria Faculdade, muito antes da sua transferência do edifício do Campo dos Mártires da Pátria (que atualmente alberga a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa), para o Hospital de Santa Maria, inaugurado em 1953. Trata-se, com efeito, duma das mais antigas bibliotecas universitárias do país. O seu acervo, nomeadamente o núcleo de livro antigo, com obras que remontam aos séculos XV e XVI, ajuda-nos a reconstituir essa história.
Sem recuarmos até aos primórdios do ensino da medicina em Lisboa, por volta do século XIII, a verdade é que devemos pelo menos mencionar a Real Escola de Cirurgia e a Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa como antecessoras da Faculdade de Medicina, criada, por decreto de 1911, nos alvores da República.
A evolução das ciências e das tecnologias da informação e comunicação reflete-se também na forma como hoje pensamos as bibliotecas, o próprio conceito (pense-se nas bibliotecas digitais), os seus espaços, o que oferecem aos utilizadores. Muito mais do que um simples repositório de espólios bibliográficos, as bibliotecas atuais oferecem aos seus utilizadores o acesso a vastos recursos digitais online.
No caso duma biblioteca universitária especializada em medicina, o investimento nestes recursos é uma prioridade, e a Biblioteca-CDI oferece aos seus utilizadores, atualmente, e referindo apenas alguns dos mais importantes recursos, o acesso a centenas de e-books (de que destacaríamos o Harrison’s Principles of Internal Medicine) da Access Medicine, o Acland’s Video Atlas of Anatomy, bem como as bases de dados e periódicos eletrónicos, todos eles um apoio indispensável ao ensino médico, à prática clínica e à investigação.
As obras de remodelação do espaço físico da Biblioteca-CDI, nos Pisos 6 e 7, não constituíram uma empresa fácil e exigiram um enorme esforço de coordenação de todas as equipas de trabalho envolvidas, desde a Equipa da Biblioteca-CDI, A Unidade de Instalações, Equipamentos e Logística, o Departamento de Gestão Administrativa, a Direção, o Diretor Executivo, entre outros. A coordenação dos trabalhos envolveu também, como não poderia deixar de ser, o Hospital de Santa Maria.
O novo espaço conta agora não com um, mas dois pisos, estando à disposição dos utilizadores uma sala num espaço renovado que funcionou anteriormente como um depósito de livros.
Claro que um dos aspetos que mais chamam a atenção, quer de quem visita a Biblioteca pela primeira vez, como para os antigos utilizadores, é o da escada em espiral que evoca a hélice do ADN e que podemos ver nas fotos.
Na inauguração, no passado dia 12 de Abril, estiveram presentes o Diretor da Faculdade, Professor Doutor Fausto Pinto, o Professor Bibliotecário António Vaz Carneiro, a Dra. Susana Henriques, Coordenadora do Núcleo de Biblioteca e Informação, o Dr. Luís Pereira, Diretor-executivo, a Dra. Isabel Aguiar, do Departamento de Gestão Administrativa, para além de vários outros colegas, alunos, professores, etc.
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A Newsletter conversou com vários dos intervenientes nesta remodelação e recolheu alguns dos seus depoimentos, que aqui apresentamos, sucintamente:
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«A Biblioteca da FMUL foi inaugurada na sua nova versão, com mais espaço, mais moderna e adaptada ao que deve ser uma Biblioteca moderna. Muito obrigado ao Prof Vaz Carneiro, nosso Professor Bibliotecário, e à Dra. Susana Henriques, a timoneira do projeto, bem como a toda a equipa. Um verdadeiro exemplo de serviço público.»
Professor Fausto Pinto, Diretor, FMUL
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«A Biblioteca-CDI tem vindo a adquirir, dentro da nossa estrutura, um lugar singular. E não há dúvida nenhuma que, nos últimos vinte anos, houve uma grande evolução em relação àquilo que é o próprio conceito de biblioteca. (…) Hoje em dia, com as redes, qualquer pessoa com um smartphone se liga à biblioteca. A Biblioteca passou a ser uma coisa diferente (…), mas continua a ser fundamentalmente um sítio onde se apoiam as necessidades dos nossos alunos, docentes e médicos, dentro da área das ciências da saúde e das ciências biomédicas.
Isto significa um novo passo qualitativo em relação àquilo que nós consideramos ser um centro de documentação e informação. (…) Gostaria de agradecer a toda a equipa da Biblioteca na pessoa da Susana Henriques (…), e agradecer a presença e todo o apoio da Direcção da Faculdade.»
Professor António Vaz Carneiro, Professor Bibliotecário
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«Nós sofremos de alguma falta de espaço, (…) o que é fato é que continuam a faltar espaços de estudo e isso é importante. (…) Nesse sentido esta Biblioteca era absolutamente necessária. O que aqui foi feito, foi um trabalho magnífico da Biblioteca, com a coordenação da Dra. Susana Henriques, bem como Unidade de Instalações, Equipamentos e Logística, conduzida pela Dra. Isabel Aguiar. (…) A duplicação de espaço da Biblioteca em dois andares permitiu ganhar mais espaço (…). A placa que dividia os pisos teve de ser partida com a autorização do hospital e, como havia ligação a um bloco operatório, causava ruído, a articulação não foi fácil (…). Agora vamos ver se os alunos tiram o maior partido possível deste espaço que é para eles.»
Dr. Luís Pereira, Diretor Executivo, FMUL
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«O que idealizamos, desde o início, foi criar melhores condições para os utilizadores, é para eles que existimos. Há muitos anos que lutávamos com a falta de espaço físico. A partir de 2008, a aposta nos recursos digitais permitiu-nos de certa forma colmatar esta limitação. Sendo uma alternativa promotora do acesso remoto e da autonomia dos utilizadores no acesso à informação, será sempre um complemento. A Biblioteca enquanto espaço físico continua a ser uma necessidade. A nossa ambição era construir um edifício de raiz, mas esta foi a alternativa possível e o resultado foi muito feliz. Este foi um trabalho de uma equipa unida e coesa. Somos doze colegas, que apesar de dispersos por vários pontos: o Pólo das Ciências Morfológicas (Piso 01), a Sala de Auto-Aprendizagem (Piso 6), a Sala de Leitura (Piso 6 e 7) e a Sala de Tratamento (Piso 7), conseguem manter um verdadeiro espírito de equipa, vestir a camisola e viabilizar a melhor respostas a cada novo projeto, desafio ou objetivo.size="10"
Sobre a obra, importa dizer que começámos a desmontar o depósito do piso 7 no início do ano passado e os trabalhos começaram em setembro. Embora estejamos a falar no desmantelar de uma área de 500m2 de depósito, não tendo sido fácil, acabou por ser muito vantajoso na medida em que nos permitiu fazer uma seleção, avaliação e reorganização de toda a documentação que ali existia. Foi um trabalho quase penoso, mas muito importante porque nos permitiu doar ou eliminar documentação duplicada /triplicada, localizar e identificar obras de grande importância que ainda não estavam tratadas - dada a herança histórica, temos ainda um vasto espólio por tratar, nomeadamente no que ao livro antigo diz respeito. Devo referir também o extraordinário apoio dos colegas de outras unidades que nos receberam e acolheram durante a execução da obra: Pólo de Cirurgias, Medicina Preventiva, Clínica Universitária de Psiquiatria, viabilizando as melhores condições de trabalhos neste período de transição. size="10"
Para mim, foi um grande orgulho termos conseguido fazer toda esta transformação sem nunca pararmos os serviços da Biblioteca. Foram encontrados espaços de estudo alternativos e garantido o apoio ao utilizador no acesso à informação. Quando nos chegaram pedidos referentes a documentação que devido à obra estava inacessível, a resposta foi dada com o apoio de outras bibliotecas com as quais mantemos protocolos de colaboração no âmbito do empréstimo Interbibliotecas. size="10"
Ainda no âmbito da obras, aproveitando a maior disponibilidade dos colegas do serviço de tratamento técnico foi possível dar início ao tratamento das bibliotecas do Instituto de Fisiologia e da Clínica Universitária de Psiquiatria, sendo o apoio às bibliotecas setoriais também parte da nossa missão. size="10"
Resta-me uma palavra de reconhecimento e agradecimento a todos quantos viabilizaram a concretização desta obra: ao Sr. Professor Fausto Pinto, ao Professor António Vaz Carneiro, ao Dr. Luís Pereira, à Dra. Isabel Aguiar, a toda a Equipa de Instalações e Equipamentos, à Equipa de Limpeza, e à equipa do Núcleo de Biblioteca e Informação, obrigada!»
Dr.ª Susana Henriques, Bibliotecária Coordenadora, Núcleo de Biblioteca e Informação, FMUL
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«A remodelação da biblioteca surgiu de uma ideia do Dr. Luís Pereira. O piso 7 estava há anos a servir de depósito. Um dos nossos problemas é a falta de espaço. Com particular incidência em espaços de estudo com o “silêncio” que a atividade necessita. O Dr. Luís Pereira lembrou-se, “porque não aproveitar o piso 7 e fazer desse espaço um espaço de estudo?” O espaço tinha centenas de livros em dezenas de estantes e tirar tudo foi uma dor de cabeça, principalmente para a Dra. Susana Henriques, Coordenadora da Biblioteca. Tudo começou em 2016.
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Tudo naquele espaço tinha muito valor, as próprias estantes são móveis Olaio. Ou seja, quando mudamos alguma coisa nesta faculdade estamos a mexer em história, em património com muito valor. A Dra. Susana fez um levantamento muito exaustivo do material que lá se encontrava e fez a triagem de tudo o que poderia interessar manter ou não. Posteriormente contactámos uma equipa de projeto que tinha feito, em tempos, um excelente trabalho na Faculdade de Direito. Contactámos essa empresa e trabalhámos com o arquiteto Rui Paiva. size="10"
O processo, no início, foi um pouco demorado, o arquitecto demorou algum tempo a idealizar o espaço. A ideia surge em volta da escada, ela é a obra-prima da biblioteca, representando o ADN. Eu, a Dra. Susana e a Dra. Dina Guerreiro ficámos muito empolgadas, achámos a ideia fantástica. Depois das autorizações, avançamos com o concurso. Mas, houve poucas empresas a avançar, isto porque a complexidade da escada é tal que poucas empresas se atreveram a concorrer. Para além disso, pela primeira vez, iria rasgar-se a laje do hospital. No dia em que a abriram, eu estava a caminho de Braga, para a comemoração dos 50 anos de casamento da minha Madrinha, e tinha o Sr. Costa a enviar-me fotografias à medida que o processo de rompimento ia acontecendo. Eu ia ficando descansada porque estava a correr bem e as condições de segurança estavam garantidas. size="10"
(…) Tivemos que fechar o bloco de cirurgia, por exemplo. Outro episódio foi quando a equipa foi a Leiria, porque a escada estava já feita, tecnicamente irrepreensível, mas constatou-se que estava feita ao contrário! Teve que ser toda refeita! Depois tivemos outro atraso com o pavimento. Ou seja, foi uma obra com muitos imprevistos e com algumas dificuldades mas foi uma obra que deu muito gosto fazer. Com esta ampliação temos agora 160 lugares de estudo para os alunos.»
Dr.ª Isabel Aguiar, Diretora do Departamento de Gestão Administrativa, FMUL
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André Rodrigues
Equipa Editorial
