Notícias FMUL
Job Talks – Projeto Mentoring
No dia 19 de março decorreu a 1ª edição das Job Talks que se destinam essencialmente aos alunos que estão prestes a iniciar os anos clínicos, mas também, e como não poderia deixar de ser, aos alunos que querem apenas saber mais, sobre o Internato Médico ou a influência que nele pode ter o percurso académico.
Sob alçada do Projeto Mentoring, estas Job Talks chegaram-nos pela voz de antigos alunos da FMUL agora internos nas mais variadas especialidades. Foi-lhes proposto introduzirem uma pequena apresentação, falaram da sua experiência enquanto aluno, do percurso, da decisão na escolha da sua especialidade, enfim fizeram um pequeno resumo da sua vida académica.
Alguns dos convidados não puderam estar presentes, mas ainda assim deixaram-nos o seu contributo.
size="30"
size="10"

size="10"
"Entrei na FMUL em 2005, sensivelmente na mesma altura que o atual ministro da saúde iniciava funções aos comandos do HSM-CHLN e que o Prof. Fernandes e Fernandes tomou posse como novo diretor da FMUL. Ao longo do curso acompanhei de perto as várias mudanças que ambos introduziram no funcionamento de faculdade e hospital, tendo pertencido à AEFML de 2007 a 2010, como presidente da direção no último mandato. Depois de terminar os estudos na FMUL concluí ainda dois outros cursos superiores — o curso de especialização em saúde pública e um mestrado em administração de empresas — e atualmente sou médico interno de saúde pública."
size="30"
size="10"
size="10"
"Sou interno de Cardiologia no Hospital de Santa Cruz e assistente convidado de Farmacologia e Neurociências da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Entrei na FMUL em 2008 e terminei o mestrado integrado em 2014, onde fui membro efetivo do conselho pedagógico."
size="20"
Em que medida a escolha da FMUL o ajudou no crescimento profissional? Quais as vantagens de ter optado pela FMUL face ao mercado de trabalho em que agora se insere?
Diogo Medina: Desde que terminei o curso de Medicina já estagiei e trabalhei em incontáveis hospitais, centros de investigação, agências públicas e privadas ligadas à saúde e, ainda, em ONG e IPSS, aquém e além-fronteiras. Ter estudado na FMUL fez toda a diferença no meu percurso, abrindo os horizontes para todas as vertentes do trabalho do médico, muito para além da clínica: na investigação, na comunicação em saúde, na gestão e até mesmo na intervenção cívica. Tudo porque os(as) médicos(as) que compõem a FMUL têm perfis muito diversos, muito além da mera diversidade de especialidades médicas que representam. A FMUL é uma faculdade onde as coisas "acontecem", seja por iniciativa da própria faculdade, seja por ter algumas das estruturas de base estudantil mais ativas do país — tais como a AEFML ou a Associação Move-te Mais — ou ainda por estar próxima dos atores que decidem a saúde em Portugal. Por outro lado é uma faculdade voltada para o mundo. Não está fechada no que se passa cá dentro, tem fortes ligações internacionais, e isso faz toda a diferença.
Afonso Félix de Oliveira: A minha formação na FMUL assentou em dois eixos complementares, a formação clínica propriamente dita e o desenvolvimento de competências não-clínicas complementares (i.e. soft skills). A formação clínica na FMUL tem sido sempre de nível muito elevado, alicerçada nos anos pré-clínicos/IMM e nas clínicas universitárias. Estas etapas foram fundamentais para que ultrapasse hoje os desafios do internato de Cardiologia. Adquiri as competências não-clínicas através de projetos como o GAPIC, Estágios de Iniciação Pedagógica, Intercâmbios da AEFML, o Conselho Pedagógico, o programa ERASMUS e as equipas da AEFML. Estas competências não deixam de ser úteis no contacto com o doente, mas são fundamentais para uma contribuição positiva e diferenciadora no serviço e na sociedade.
size="20"
Como acha que a FMUL se pode destacar perante as outras Escolas Médicas do País?
Diogo Medina: A FMUL foi exímia em tirar partido das condições criadas com o nascimento do IMM e do GAPIC (e com a inauguração do indissociável Edifício Egas Moniz) para se destacar na produção de conhecimento de alta qualidade. Eu diria que esse foi o grande legado da FMUL na última década, face às restantes escolas médicas. Mas os tempos são outros. A profissão médica está em mudança profunda no nosso país, seja por aspetos relacionados com a própria carreira e ameaça da indiferenciação, seja devido ao peso da inovação tecnológica ou do envelhecimento populacional no contexto das cada vez maiores restrições de recursos, ou até mesmo pela força crescente das terapêuticas complementares e clima de fake-news médicas que se começa a sentir. Acredito que na próxima década a FMUL tem de procurar colocar os seus estudantes na vanguarda de outras áreas nobres da atuação médica, como a comunicação em saúde, a medicina baseada na evidência, entre outras. O médico que seja apenas clínico é hoje pouco mais que um técnico. O presente e o futuro pedem médicos-investigadores, sim, mas também médicos-terapeutas, médicos-treinadores de equipas multidisciplinares, médicos-gestores, médicos-comunicadores, médicos-advogados, médicos-empreendedores, etc. Acredito que a FMUL se pode distinguir das demais escolas médicas pelo fator diferenciador que adviria da implementação de um centro de gestão de carreiras, análogo ao que existe nas escolas de gestão, que trabalhasse as competências sociais (ou soft skills) e preparasse os alunos para carreiras com marca própria na medicina portuguesa.
Afonso Félix de Oliveira: Penso que a FMUL tem de liderar a evolução da formação médica no país. É fundamental manter e melhorar a qualidade da formação clínica, sendo essencial repensar o numerus clausus, alargar a cooperação com centros hospitalares nacionais e internacionais para expandir as experiências clínicas oferecidas aos alunos. A FMUL poderá destacar-se igualmente através de um programa sólido de competências não-clínicas, que aglomere e expanda os projetos já existentes, que prepare os estudantes para serem protagonistas nas carreiras médicas ou não médicas (i.e., indústria farmacêutica, regulação, investigação, gestão).
size="20"
Que importância poderá ter este tipo de iniciativas no desenvolvimento pessoal e profissional nos alunos?
Diogo Medina: Por ter um percurso académico pouco linear, tenho recebido inúmeros contactos de estudantes ao longo dos anos, pedindo conselhos sobre como enveredar por diferentes áreas ou, mesmo trilhando um percurso clínico mais tradicional, como se destacarem curricularmente dos seus pares. A maioria chega tarde à conclusão de que não tirou partido da imensa duração do curso de medicina para enriquecer o seu currículo com um manancial de diferentes experiências, desde estágios extra-curriculares, ao voluntariado, passando ainda pela aprendizagem de línguas estrangeiras. Os estudantes têm de ser "picados", através de iniciativas deste género, a saírem das paredes do Santa Maria. Se há estudantes de medicina em Portugal que podem ser os "descobridores" da nova forma de fazer medicina, são os estudantes da FMUL.
Afonso Félix de Oliveira: Espero que esta iniciativa possa dar a conhecer diferentes percursos de formação profissional, que ajude os alunos a visualizar opções para as suas carreiras e a tomar as melhores decisões para o seu futuro. Os alumni estão por natureza muito bem colocados para transpor a dinâmica corrente do mercado de trabalho para os corredores da faculdade. Importa que os alunos percebam que são vários os percursos válidos, e que a sua principal preocupação deve passar por construir um conjunto de competências que os permita ter sucesso no mercado de trabalho global.
Sob alçada do Projeto Mentoring, estas Job Talks chegaram-nos pela voz de antigos alunos da FMUL agora internos nas mais variadas especialidades. Foi-lhes proposto introduzirem uma pequena apresentação, falaram da sua experiência enquanto aluno, do percurso, da decisão na escolha da sua especialidade, enfim fizeram um pequeno resumo da sua vida académica.
Alguns dos convidados não puderam estar presentes, mas ainda assim deixaram-nos o seu contributo.
size="30"
Diogo Medina
size="10"

size="10"
"Entrei na FMUL em 2005, sensivelmente na mesma altura que o atual ministro da saúde iniciava funções aos comandos do HSM-CHLN e que o Prof. Fernandes e Fernandes tomou posse como novo diretor da FMUL. Ao longo do curso acompanhei de perto as várias mudanças que ambos introduziram no funcionamento de faculdade e hospital, tendo pertencido à AEFML de 2007 a 2010, como presidente da direção no último mandato. Depois de terminar os estudos na FMUL concluí ainda dois outros cursos superiores — o curso de especialização em saúde pública e um mestrado em administração de empresas — e atualmente sou médico interno de saúde pública."
size="30"
Afonso Félix de Oliveira
size="10"
size="10"
"Sou interno de Cardiologia no Hospital de Santa Cruz e assistente convidado de Farmacologia e Neurociências da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Entrei na FMUL em 2008 e terminei o mestrado integrado em 2014, onde fui membro efetivo do conselho pedagógico."
size="20"
Em que medida a escolha da FMUL o ajudou no crescimento profissional? Quais as vantagens de ter optado pela FMUL face ao mercado de trabalho em que agora se insere?
Diogo Medina: Desde que terminei o curso de Medicina já estagiei e trabalhei em incontáveis hospitais, centros de investigação, agências públicas e privadas ligadas à saúde e, ainda, em ONG e IPSS, aquém e além-fronteiras. Ter estudado na FMUL fez toda a diferença no meu percurso, abrindo os horizontes para todas as vertentes do trabalho do médico, muito para além da clínica: na investigação, na comunicação em saúde, na gestão e até mesmo na intervenção cívica. Tudo porque os(as) médicos(as) que compõem a FMUL têm perfis muito diversos, muito além da mera diversidade de especialidades médicas que representam. A FMUL é uma faculdade onde as coisas "acontecem", seja por iniciativa da própria faculdade, seja por ter algumas das estruturas de base estudantil mais ativas do país — tais como a AEFML ou a Associação Move-te Mais — ou ainda por estar próxima dos atores que decidem a saúde em Portugal. Por outro lado é uma faculdade voltada para o mundo. Não está fechada no que se passa cá dentro, tem fortes ligações internacionais, e isso faz toda a diferença.
Afonso Félix de Oliveira: A minha formação na FMUL assentou em dois eixos complementares, a formação clínica propriamente dita e o desenvolvimento de competências não-clínicas complementares (i.e. soft skills). A formação clínica na FMUL tem sido sempre de nível muito elevado, alicerçada nos anos pré-clínicos/IMM e nas clínicas universitárias. Estas etapas foram fundamentais para que ultrapasse hoje os desafios do internato de Cardiologia. Adquiri as competências não-clínicas através de projetos como o GAPIC, Estágios de Iniciação Pedagógica, Intercâmbios da AEFML, o Conselho Pedagógico, o programa ERASMUS e as equipas da AEFML. Estas competências não deixam de ser úteis no contacto com o doente, mas são fundamentais para uma contribuição positiva e diferenciadora no serviço e na sociedade.
size="20"
Como acha que a FMUL se pode destacar perante as outras Escolas Médicas do País?
Diogo Medina: A FMUL foi exímia em tirar partido das condições criadas com o nascimento do IMM e do GAPIC (e com a inauguração do indissociável Edifício Egas Moniz) para se destacar na produção de conhecimento de alta qualidade. Eu diria que esse foi o grande legado da FMUL na última década, face às restantes escolas médicas. Mas os tempos são outros. A profissão médica está em mudança profunda no nosso país, seja por aspetos relacionados com a própria carreira e ameaça da indiferenciação, seja devido ao peso da inovação tecnológica ou do envelhecimento populacional no contexto das cada vez maiores restrições de recursos, ou até mesmo pela força crescente das terapêuticas complementares e clima de fake-news médicas que se começa a sentir. Acredito que na próxima década a FMUL tem de procurar colocar os seus estudantes na vanguarda de outras áreas nobres da atuação médica, como a comunicação em saúde, a medicina baseada na evidência, entre outras. O médico que seja apenas clínico é hoje pouco mais que um técnico. O presente e o futuro pedem médicos-investigadores, sim, mas também médicos-terapeutas, médicos-treinadores de equipas multidisciplinares, médicos-gestores, médicos-comunicadores, médicos-advogados, médicos-empreendedores, etc. Acredito que a FMUL se pode distinguir das demais escolas médicas pelo fator diferenciador que adviria da implementação de um centro de gestão de carreiras, análogo ao que existe nas escolas de gestão, que trabalhasse as competências sociais (ou soft skills) e preparasse os alunos para carreiras com marca própria na medicina portuguesa.
Afonso Félix de Oliveira: Penso que a FMUL tem de liderar a evolução da formação médica no país. É fundamental manter e melhorar a qualidade da formação clínica, sendo essencial repensar o numerus clausus, alargar a cooperação com centros hospitalares nacionais e internacionais para expandir as experiências clínicas oferecidas aos alunos. A FMUL poderá destacar-se igualmente através de um programa sólido de competências não-clínicas, que aglomere e expanda os projetos já existentes, que prepare os estudantes para serem protagonistas nas carreiras médicas ou não médicas (i.e., indústria farmacêutica, regulação, investigação, gestão).
size="20"
Que importância poderá ter este tipo de iniciativas no desenvolvimento pessoal e profissional nos alunos?
Diogo Medina: Por ter um percurso académico pouco linear, tenho recebido inúmeros contactos de estudantes ao longo dos anos, pedindo conselhos sobre como enveredar por diferentes áreas ou, mesmo trilhando um percurso clínico mais tradicional, como se destacarem curricularmente dos seus pares. A maioria chega tarde à conclusão de que não tirou partido da imensa duração do curso de medicina para enriquecer o seu currículo com um manancial de diferentes experiências, desde estágios extra-curriculares, ao voluntariado, passando ainda pela aprendizagem de línguas estrangeiras. Os estudantes têm de ser "picados", através de iniciativas deste género, a saírem das paredes do Santa Maria. Se há estudantes de medicina em Portugal que podem ser os "descobridores" da nova forma de fazer medicina, são os estudantes da FMUL.
Afonso Félix de Oliveira: Espero que esta iniciativa possa dar a conhecer diferentes percursos de formação profissional, que ajude os alunos a visualizar opções para as suas carreiras e a tomar as melhores decisões para o seu futuro. Os alumni estão por natureza muito bem colocados para transpor a dinâmica corrente do mercado de trabalho para os corredores da faculdade. Importa que os alunos percebam que são vários os percursos válidos, e que a sua principal preocupação deve passar por construir um conjunto de competências que os permita ter sucesso no mercado de trabalho global.
