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Futurália - Uma porta para o futuro
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11 de março
9h30
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As rotundas que antecediam a entrada para a FIL estavam intransitáveis. Dezenas de autocarros esperavam em fila, enquanto cabeças curiosas se erguiam para espreitar um pouco mais à frente. Dava para perceber o burburinho e a euforia de alguma coisa que os esperava.
O alerta laranja era bem justificado pelos lençóis de água que escorriam entre os pneus e o barulho da água que batia contra os vidros. Não havia chapéus, ou botas à medida do acontecimento ventoso que empurrava todos como se fossem folhas de papel.
Não sei se o que os entusiasmava era a liberdade de saírem da escola e das suas cidades, algumas bastante distantes de Lisboa, ou se era alguma ansiedade de jogarem aos adultos, entre pensamentos lógicos e decisões apaixonadas, de quem tem diante de si o futuro profissional tão próximo.
A Futurália é uma Feira de Educação, Formação e Orientação Educativa que se realiza na FIL, é a montra das mais variadas instituições de ensino, que desfilam para os alunos que se encontram entre o 9º e 12º ano de escolaridade.
Fomos seguir os seus passos e espreitar toda a feira, para entender que opções se apresentam e percebemos que, diante deles, se abre um novo mundo que os pode levar a dimensões tão diferentes como a dança e as artes, a ciência, as letras ou os números, o tecnológico, desportivo ou o patriótico.
Dentro do stand da Universidade de Lisboa, considerada a maior do país, estava também a Faculdade de Medicina, representada por alunos e colaboradores que se revezaram por turnos e ao longo de 4 dias. A missão é todos os anos a mesma, fazer chegar aos potenciais alunos os pontos mais fortes da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e explicar por que razão a Faculdade se continua a destacar das outras.
Tomás Ramalho é aluno do 2º ano e mostrou a sua perspetiva de aluno aos que agora pretendem entrar, “os dois pontos mais fortes são a comunidade de alunos e a dos Professores, ambos são muito unidos e ajudam-se muito. Mas depois há outro grande ponto, o ensino é integrado, tem troncos, módulos, e pela experiência de outros colegas de outras faculdades, dizem-nos que é mais benéfico ter este regime, porque nós conseguimos ter uma ligação entre as várias cadeiras que nas outras faculdades não se tem porque fica tudo muito separado e sem ligação visível. A nossa ligação ao Hospital de Santa Maria é outro grande fator, quando entramos na Faculdade, entramos no Hospital e as outras não têm isso. Depois venho falar do orgulho que tenho nesta casa e na qualidade dos Professores. Já é o segundo ano que vejo alunos a optar pela nossa Faculdade, por ser esta em concreto e não outra de Medicina. Claro que é um curso difícil e apesar de termos algumas dificuldades, ninguém se quer ir embora e todos achamos que vale sempre a pena ficar. O meu conselho é que não desistam se querem mesmo seguir este curso”.
Encontrámos duas Marias, a Falcão e a Pires e a Inês Almeida, todas de 14 anos, estão no 9º ano e são do Colégio de Santa Doroteia, de Lisboa. A escolha da área de Ciências é transversal às três, mas enquanto as Marias sabem que querem Medicina, a Inês hesita entre essa opção e Artes. “Tenho pesquisado muito sobre cada um dos lados para conhecer mais, mas ouvir um aluno que já esteja em Medicina pode ajudar-me a decidir”. Quando perguntamos às Marias se ao olharem para o futuro se projetam como médicas, afinal os caminhos divergem um pouco; se para Maria Pires a paixão vai para o Laboratório, por “culpa” da Física e da Química, já para a Maria Falcão não há dúvida que quer mesmo ser médica.
Aluna do terceiro ano de Medicina da Faculdade, Inês Cardoso, pensou em ser Pediatra, quando começou o curso, ao longo do tempo percebeu que, da ideia inicial, se muda muito de pensamento abrindo portas para outras áreas. Em representação do Projeto Mentoring (alunos mais velhos ajudam e integram os alunos recém chegados) do qual é elemento ativo, falou aos futuros alunos sobre o especial acolhimento quando estes chegam a um lugar completamente estranho e novo. “Comecei na comissão organizadora deste projeto, na 3ª edição, e fiquei por sorte porque a escolha da comissão inicialmente era por sorteio, fiquei num dos primeiros lugares e fui selecionada. No ano seguinte fui convidada para fazer parte da Associação de Estudantes e para ficar no Departamento em que o projeto se inseria e acabei por ficar a coordená-lo. Foi muito bom porque, agora com o apoio da Faculdade, conseguimos elevar o Mentoring a patamares que sozinhos não conseguiríamos. É importante explicar que na nossa Faculdade o padrinho não é o seu mentor, o mentor é aquele a quem podem recorrer para tudo e que lhes é atribuído no primeiro dia, podem pedir as ajudas mais básicas de sempre que ele estará preparado para responder. Já o padrinho é quem acompanha na praxe e não no percurso académico”.
Francisco Alexandrino também é aluno e está no segundo ano, conheceu a Inês Cardoso já na Faculdade e tornaram-se inseparáveis, “o curso e os interesses são muito comuns a ambos e dedicamos muito tempo à Faculdade, os meus amigos de outros cursos não compreendem o tempo que eu tenho de dedicar ao estudo e ao meu envolvimento com a Faculdade”. Francisco faz, também, parte do Projeto Mentoring e quis dar o seu contributo. “Desde que cheguei que também eu tive um mentor e criei uma boa relação com ele. Ele ajudou muito na minha integração. Isso fez com que também quisesse ajudar outros e tornei-me mentor e faço parte da comissão organizadora. Temos 320 mentores e são eles que dão resposta a todos os mentorandos que acabam de chegar”. O match entre mentor e mentorando é precioso e estudado ao pormenor. “É preenchido um formulário na semana das matrículas, nós estamos lá para explicar como funciona o projeto e se eles quiserem podem inscrever-se. O formulário é composto por uma tabela com gostos e interesses e através de uma aplicação informática é feito o matching. E tentamos assim juntar mentores e mentorandos com perfis semelhantes”.
Uma das áreas que requer mais cuidado e preocupação da Faculdade de Medicina é a integração dos alunos, especialmente daqueles que vêm de outras cidades mais afastadas de Lisboa. Mas se pensamos que a distância os pode demover de serem potenciais alunos da Faculdade, então enganamo-nos. A prova disso é Leonor Silva e Tomás Lopes, ambos no 12º ano, estudam e vivem em Coimbra, nas suas famílias há já a herança da Medicina. Olham para uma possível vinda para Lisboa como uma oportunidade e não uma solução de segunda escolha. “Já tenho uma irmã a viver aqui e isso ajudar-me-ia e como ela também está a tirar Medicina, ia ser um grande apoio. Ainda estou na dúvida com Coimbra, porque também é academicamente forte e é a minha cidade. Mas se eu conseguir entrar em Lisboa, nem penso duas vezes e venho. Esta cidade dá-nos maiores oportunidades profissionais. A perspetiva de sair de casa assusta-me um pouco, mas como sou independente, acho que me adaptaria facilmente” – Leonor Silva.
“Eu tenho uma paixão por Medicina, não basta ser bom aluno, é necessário termos uma vocação, o fator humano é intrínseco a um bom médico e eu vejo-me nesse papel. Estou muitas vezes no meio hospitalar porque o meu pai é Ortopedista, mas eu quero seguir uma especialidade clínica e não cirúrgica. Quero vir para Lisboa porque considero essencial para o meu próprio processo de crescimento e emancipação” – Tomás Lopes.
Rapazes ou raparigas, para nenhum género é já óbvio onde os podemos encontrar. Muitos fascinados com a possibilidade de seguir carreira militar, outros mais adeptos de expressar as suas emoções, ou dotados de seguir o caminho das verdades comprovadas. Aquilo que percebemos é que nenhum dos estudantes com quem falámos estava completamente perdido no seu caminho.
Têm certezas, ambições e a vontade de acrescentar valor ao caminho que é de todos.
E nesse caminho comum, encontraremos seguramente, mais adiante, alguns dos muitos potenciais estudantes que nos procuraram e prometeram voltar à Faculdade de Medicina.
Cá os esperamos. E a todos desejamos que mantenham a vontade que os trouxe até aqui.
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Ana Raquel Moreira
Joana Sousa
Equipa Editorial
