Mais e Melhor
Pai Natal, este ano podes dar-me sangue?
Em cada dois segundos, alguém no mundo precisa de sangue. A época do Natal não é excepção. Para muitos, é possível que esta dádiva preciosa não chegue a tempo. É por isso que há equipas especializadas que, todos os dias, enchem sacos de sangue e os fazem chegar aos lugares certos.
O ambiente na sala dos Dadores de Sangue em Santa Maria é animado e há sempre quem passe para dizer apenas “bom dia” e beber uma água, são, no entanto, essas mesmas pessoas que param para deixar o seu sangue.
Aproveitei que algumas das colaboradoras da Faculdade foram dar sangue e segui-lhes todos os passos. Ao início a medo e depois já entre os dadores, que confraternizavam como se bebessem apenas um café, falei com a enfermeira Yolanda Santos, que já emprestou a sua imagem a uma campanha interna do Hospital e pioneira nacionalmente - Dar sangue tem de estar sempre na Moda. Essa campanha reuniu 12 mulheres ligadas à área clínica que se vestiram de vermelho. A ideia foi chegar a todas as áreas do Hospital para simbolizar que todos os 12 meses do ano precisam de sangue e não só no dia 27 de março, dia Nacional do Dador de Sangue.
size="30"
size="30"
A mesma enfermeira que é tão bonita num vestido vermelho como de bata branca, explicou então que “o dador chega e dirige-se à sala de inscrição onde responde a várias perguntas, só depois segue para a triagem, onde um enfermeiro ou médico avalia as respostas e, se necessário, faz mais questões. Para além disso, é feita a avaliação da hemoglobina e ainda a tensão. Estando tudo apto, seguem para a recolha onde se acomodam num cadeirão. A colheita é feita no sistema de 4 sacos, dividida entre o saco mãe e 3 sacos satélite. O primeiro sangue vai para o saco pequenino das análises, precisamente para evitar infeções no saco de colheita e também para se analisarem, essencialmente, as virologias : HIV, Hepatite B e C, Sífilis e HTLV. É depois analisado o hemograma e feita a tipagem, ou seja, que tipo sanguíneo se tem, confirmam ainda e se há algum anticorpo a mais. Feita a colheita das análises, é o saco mãe, que contém lá dentro um anticoagulante, que vai receber os 470 mililitros de sangue. Mulheres e homens tiram a mesma quantidade. Quando o sangue sai daqui é transportado para o IPST (Instituto Português de Sangue e da Transplantação), é lá que fazem a centrifugação e separação dos componentes. O sangue sai do saco mãe e é divido em plaquetas, plasma e eritrócitos. Consoante as necessidades, é distribuído pelos diversos hospitais, o Hospital fica sempre com um stock mínimo e envia o resto para o IPST, mas sempre que preciso volta a receber o sangue”.
Paulo Freitas tem 41 anos e é consultor imobiliário. Sempre muito bem-disposto, vem visitar fielmente esta equipa de 3 em 3 meses e desde há 7 anos, seguindo os passos do pai que já era dador. “Era miúdo e vi uma campanha, há muitos anos atrás, isso marcou-me e entendi que queria seguir os passos do meu pai”.
Rita Sobral pertence à FMUL, trabalha na Avaliação Pedagógica e em conjunto com a Associação de Estudantes acumula também o Projeto Mentoring. Dá sangue desde há 2 anos e meio e só interrompeu quando teve de fazer quarentena após viagem pelo Sudoeste Asiático. “São períodos em que deixamos de cumprir os critérios, viajar para fora da Europa, ou se tiver de fazer uma pequena cirurgia”. Lança maioritariamente o repto aos estudantes que desenvolvam e promovam mais campanhas dentro da Faculdade, para darem sangue sem medo.
Porque há alturas do ano, como nas férias de verão, e nas épocas festivas, altura de mais acidentes, em que chega mesmo a faltar sangue, a equipa da Newsletter decidiu dar também uma ajuda. O procedimento todo dura 45 min. e a dádiva entre 5 a 10 min.
Se tem mais de 18 anos, é saudável e pesa mais de 50 quilos, pode fazer parte do grupo que salva vidas. Apenas com uma dádiva sua pode salvar três pessoas. Não é pouco, pois não?
Ajude alguém a ter um Feliz Natal!
Boas Festas!
https://www.youtube.com/watch?v=PRN4VuzpLAw
Joana Sousa
Equipa Editorial