Eventos
Ciclo de Conferências 2017 – redeSAÚDE - | “Doenças Raras e Medicamentos Orfãos: Desafios e Oportunidades”
Inserida no contexto das Redes Temáticas Interdisciplinares da Universidade de Lisboa (ULisboa) e com o objetivo de definir a estratégia da Universidade para investigação na área das Ciências e Tecnologias da Saúde, a redeSAÚDE tem por objetivo promover o desenvolvimento de investigação de excelência, tendo em vista os desafios colocados pelos programas nacionais e internacionais de apoio à investigação na área da saúde. Está focada no desenvolvimento comum de estratégias de investigação complementares entre as diferentes Escolas e Unidades de Investigação da ULisboa, procurando reforçar as suas atividades e o seu potencial. É particularmente relevante para promover a interdisciplinaridade, fazendo a ponte entre áreas do conhecimento complementares para o processo de inovação em Saúde. Além disso, procura estabelecer plataformas através das quais projetos com massa crítica possam juntar os setores público, privado e social, de forma a aumentar o seu impacto e contribuir significativamente para a sociedade.
A redeSAÚDE fomenta a capacidade da ULisboa nas áreas de excelência relacionadas com a Saúde e procura identificar onde alavancar o potencial da ULisboa, de forma a promover um Sistema de Vida Saudável e responder aos desafios científicos relacionados com a inovação em produtos e serviços, incluindo o setor dos cuidados de saúde. Contribui ainda para o desenvolvimento de uma interface entre a Ciência e as Políticas Públicas que estimulam a ação colaborativa para corresponder a objetivos nacionais e internacionais, ativando uma rede estratégica de parcerias na área da Saúde.
Em janeiro de 2017 iniciou-se um novo Ciclo de Conferências das Redes Temáticas Interdisciplinares da Ulisboa. Este Ciclo tem lugar nas várias Escolas da Ulisboa, tendo como objetivo envolver todos os docentes e investigadores da universidade contribuindo, assim, para o desenvolvimento de investigação de excelência em áreas estratégias de intervenção da Universidade.
No dia 6 de fevereiro, decorreu no Edifício Egas Moniz da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) mais uma conferência da Rede Temática Interdisciplinar sob o tema “Doenças Raras e Medicamentos Orfãos: Desafios e Oportunidades”. Este tema reuniu representantes das várias escolas da ULIsboa: Medicina, Farmácia, Ciências entre outras. A Introdução do tema foi da responsabilidade do Professor Bruno Sepodes da Faculdade de Farmácia e Presidente do Comité dos Medicamentos Órfãos (COMP) da Agência Europeia do Medicamento (EMA), que moderou todo o debate em torno do tema dos Medicamentos Orfãos.
A Comissão Europeia adotou o Regulamento (CE) n.º 141/2000, que permitiu criar condições para o desenvolvimento dos medicamentos órfãos e, como resultado, o Comité dos Medicamentos Órfãos já avaliou, desde 2000, cerca de 2.500 pedidos de designação como medicamento órfão. Os medicamentos órfãos destinam-se ao diagnóstico, prevenção ou tratamento de uma doença que coloque a vida em risco, seja cronicamente debilitante e afete até 5 em cada 10 mil cidadãos da União Europeia, ou, alternativamente, de uma doença que coloque a vida em risco, seja gravemente debilitante ou seja grave e crónica, e que sem incentivos adequados, a comercialização deste medicamento dificilmente será capaz de gerar receitas que proporcionem o retorno do investimento necessário ao seu desenvolvimento.
A Professora Maria José Diógenes, doutorada em Neurociências pela FMUL e Professora Auxiliar na mesma faculdade apresentou o tema “Investigação em Síndroma de Rett na Ulisboa”. O estudo desenvolvido pela Professora, no Instituto de Farmacologia e Neurociências e em parceria e no Instituto de Medicina Molecular, com outros especialistas europeus, baseia-se na avaliação das alterações do controlo da atividade sináptica em patologias como o Síndrome de Rett.
Seguiu-se a apresentação do tema “Novas abordagens para o tratamento dos erros hereditários do metabolismo: da terapêutica enzimática de substituição aos chaperones farmacológicos”, pela Professora Paula Leandro, Professora Auxiliar da Faculdade de Farmácia da Ulisboa.
O Dr. Nuno Oliveira Lages, Presidente Associação Portuguesa de Empresas de Bioindústria (P-BIO), apresentou a temática “A indústria portuguesa e o apoio ao desenvolvimento de medicamentos orfãos”, em que falou da criação e crescimento de start-ups nacionais, na promoção do seu desenvolvimento empresarial nacional e internacional. Esta aposta nacional é o elemento-chave para o desenvolvimento e suporte da Biotecnologia em Portugal. A Associação que representa é chave na interligação entre as empresas e os parceiros relevantes do Governo, investidores, agências reguladoras e outras instituições ligadas à indústria.
A maior parte da inovação a que temos assistido, a nível de Medicamentos Orfãos, é proveniente dos avanços significativos na área da biotecnologia, pelo que o investimento nesta área continuará a representar uma oportunidade única para o potencial competitivo nacional no desenvolvimento de novos medicamentos. A aposta na investigação e a sua ligação à indústria, é uma forma inegável de atrair investimento e de criar inovação terapêutica com impacto positivo na economia nacional.
Raquel Moreira
Equipa Editorial
news@medicina.ulisboa.pt