A poucos dias de terminar o seu mandato como Diretor da Faculdade de Medicina, cargo que ocupou nos últimos dez anos, solicitámos ao Prof. Fernandes e Fernandes que nos respondesse a algumas questões que considerámos representativas de um cargo desta dimensão e desta responsabilidade...
Deixamos aqui alguns excertos... e convidamo-lo a ler a entrevista completa!
"Quando acabei por ceder ao convite para me candidatar à direção da Faculdade, fi-lo por fidelidade a uma ideia e a um modelo de Escola Médica que considerava fundamental desenvolver. Um modelo tão próximo quanto possível de instituições de referência que conhecia, quer do tempo em que trabalhei em Londres quer no que pude ir apreciando no decurso da minha carreira.
Nunca tive dúvidas que era indispensável evoluir para uma organização integrada da nossa missão académica – ensino, investigação e prática médica – e que a adaptação para a nossa realidade do modelo holandês de Centro Académico de Medicina que começava a ser discutido e implementado em alguns países europeus e nos EUA, seria uma solução possível.
Essa era a visão que tinha para a nossa escola médica e esse o primeiro desafio. (...) Recordo, com saudade, a conversa decisiva que tive em casa do Prof. Jaime Celestino da Costa, cujo conselho procurei sobre estes meus planos e como conseguir a sua concretização. As suas palavras ainda hoje perduram na minha memória: só valerá a pena candidatar-se se conseguir implementar esse projeto; esse tem que ser o seu desafio principal."
"Como é óbvio houve as naturais resistências às mudanças verificadas, mas que foi possível ultrapassar com diálogo exigente e sentido de responsabilidade mútua. Tive uma ajuda extraordinária dos dois Subdiretores que me acompanharam nestes dez anos: o Prof. Alexandre Ribeiro desde o início até à sua jubilação e depois o Prof. Miguel Castanho."
"Nunca nada está definitivamente cumprido, há sempre melhorias a fazer, mas creio que demos passos seguros e consolidados na direção certa e para cumprir o nosso objetivo: prestar um melhor serviço à nossa comunidade académica."
"Será que algumas das decisões tomadas corresponderam a essa responsabilidade, inerente à função que desempenhei?
Só o Tempo o poderá dizer.
Espero ter cumprido o meu dever, tenho a consciência tranquila de ter servido a Instituição procurando sempre fazer o melhor que pude e soube."
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