Investigação e Formação Avançada
A Investigação para os alunos de Medicina – Entrevista Profª. Isabel Pavão Martins
FMUL, Profª. Doutora Isabel Pavão Martins, que nos deu a sua opinião sobre a importância da Investigação para os alunos de Medicina
1. Qual a importância do Dia da Investigação para os Estudantes de Medicina na FMUL?
É sem dúvida um dia muito marcante. Para a maioria dos alunos que participam em actividades científicas, esta é a primeira ocasião em que apresentam e discutem publicamente o seu trabalho de investigação. É um primeiro passo de um trajecto que idealmente irá conduzir à publicação. É um momento de satisfação e de reconhecimento pelo seu esforço. Para os outros alunos, penso que é sobretudo um momento de partilha, de descoberta e também de entusiasmo. Este ano, por exemplo, alguns dos trabalhos apresentados eram particularmente criativos e inovadores.
2. Na sua opinião como é que os alunos vêem a investigação?
Penso que a maioria dos alunos tem curiosidade e interesse pela actividade científica e compreende que a investigação é a base do conhecimento médico, mas apenas uma minoria sente que pode tomar parte activa no processo.
Por outro lado, a investigação tem um profundo carácter formativo naqueles que a ela se dedicam. Incute-lhes hábitos que os vão modificar como pessoas e como futuros profissionais. Desenvolve-lhes a capacidade de questionar o conhecimento, o espírito critico, o rigor na observação, o hábito de recolha sistemática de dados, a capacidade de trabalhar e discutir em grupo sem constrangimentos de nacionalidade, idade ou formação.
3. O GAPIC completou 25 anos, qual a importância e o impacto das iniciativas deste gabinete na promoção da ciência junto dos futuros médicos?
Esta iniciativa faz parte de uma cultura de excelência que existe nesta Faculdade e é um factor de diferenciação da escola. Teve um efeito profundo em várias gerações de médicos. Não só nos alunos que nele participaram como também nos docentes e investigadores que os orientaram.
4. O Dia da Investigação teve início com a apresentação do estudo-piloto “Análise Estrutural de Redes na Investigação Científica do CAML”, na sua opinião qual a importância deste estudo para a FMUL e para o CAML?
Foi uma iniciativa inovadora que nos mostrou como os diferentes grupos se articulam dentro do Centro Académico, com as outras Instituições Nacionais e com as Internacionais. Penso que este tipo de análise pode produzir indicadores de diversificação e de coesão entre grupos. Poderemos através deles perceber, por exemplo, quais os grupos com maior esforço de translação entre a Ciência Básica e a Clínica.
5. Quais as suas expectativas do papel da investigação ao nível da educação médica?
A investigação é um dos pilares do desenvolvimento e da formação dos médicos. No Conselho Pedagógico estamos a desenvolver alguns projectos que visam aumentar e alargar a formação científica dos nossos estudantes de mestrado integrado