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Equipa do investigador Henrique Veiga-Fernandes faz descoberta sobre células estaminais
Equipa do Prof. Doutor Henrique Veiga-Fernandes faz descoberta revolucionária sobre células estaminais da medula
A equipa de investigadores dirigida pelo Investigador Henrique Veiga Fernandes, do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), descobriu um novo mecanismo que controla a sobrevivência, expansão e função das células estaminais da medula óssea.
As células estaminais hematopoiéticas (HSC) dão origem a todas as células do sangue. A transplantação destas células tem sido utilizada extensivamente no tratamento de várias doenças, sendo as fontes principais a medula óssea, o sangue do cordão umbilical e as células progenitoras no sangue periférico. Contudo, os protocolos de transplantação ainda enfrentam sérios obstáculos, nomeadamente a baixa eficiência dos enxertos devido ao número limitado de HSC disponíveis. Desta forma, a identificação de novos alvos biológicos que melhorem a sobrevivência das células estaminais é um aspecto crítico para melhorar a eficiência da transplantação de medula e qualidade de vida dos doentes.
No estudo agora publicado, a equipa descobriu uma nova molécula crucial à sobrevivência, expansão e transplantação das células estaminais da medula, abrindo assim novos horizontes para futuros protocolos de transplante.
Em comunicado, Henrique Veiga Fernandes afirmou que "as actuais estratégias de expansão de células da medula ou cordão umbilical são um enorme desafio, pois a expansão destas células implica uma perda significativa da sua função e potencial terapêutico". E sublinha: "O que agora demonstramos é a existência de um 'interruptor' nas células estaminais que quando ativado controla seletivamente a sobrevivência das células, mantendo intacto a sua funcionalidade no transplante de medula".
No âmbito dos testes realizados, cujos resultados foram publicados na prestigiada revista científica internacional Nature, a proteína RET foi manipulada geneticamente, tendo os investigadores transplantado, com sucesso, células do cordão umbilical humano, com mais ou menos expressão da proteína, em modelos animais. O próximo passo será agora estudar, em doentes humanos, a sobrevivência, a expansão e a transplantação do mesmo tipo de células estaminais.
A nível social, esta descoberta acarreta um enorme benefício, dado que a transplantação poderá ser aplicável a um maior número de doentes. Além disso, são esperados benefícios a nível económico, já que estes avanços poderão permitir uma redução dos custos hospitalares, numa altura em que dados do relatório da Agency for Health Research and Quality sublinham que a transplantação gerou o mais rápido aumento da despesa hospitalar total na última década.
Texto integral do artigo (para a rede FMUL)
(Fonte: Comunicado IMM)
Equipa Editorial
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