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Equipa do IMM-FMUL identificou gene com papel importante no desenvolvimento de um tipo de Leucemia
O resultado de três anos de trabalho de uma equipa do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) foi agora publicado na revista científica Oncogene.
Desta investigação resultou a descoberta de como travar a evolução de um tipo de leucemia frequente nas crianças, através de um composto farmacológico, abrindo porta ao desenvolvimento de uma terapeutica alternativa à existente, a qual poderá vir a revelar-se “menos nociva” para os doentes.
“Verificámos que doentes com leucemia linfoblástica aguda de células T, que é um cancro pediátrico bastante agressivo, apresentam níveis aumentados de um gene que se chama CHK1”, explicou o Prof. Doutor João Taborda Barata, director do grupo de investigação da Unidade de Biologia do Cancro do IMM e coordenador do projecto.
À partida, este gene serviria de travão à divisão celular, uma vez que tem uma função anti-tumoral, mas, “paradoxalmente, é benéfico para as células leucémicas” porque as mantém “sob controlo”, diz o cientista.
“Se inibirmos o gene CHK1 ou se, geneticamente, diminuirmos a sua expressão, acontece que as células leucémicas acabam por morrer, porque entram em stress”, adianta o investigador João Taborda Barata.
E tudo começou num acaso...
"Foi uma coincidência que nos levou ao estudo deste gene", confessa o investigador. A equipa tentava encontrar genes que regulassem uma outra proteína associada ao cancro e, "por casualidade", verificou que o gene CHK1 "parecia ter uma função importante para as células leucémicas".
A investigação portuguesa identificou um “novo alvo” e utilizou um composto farmacológico desenvolvido por uma companhia farmacêutica para inibir o gene CHK1. Verificou que induzia a morte de células de leucemia linfoblástica aguda, sem afectar as células normais.
“Ao identificarmos um alvo molecular como o CHK1, que está selectivamente aumentado nas células malignas, temos aqui uma janela de oportunidade para usar drogas que são específicas para o CHK1 e que não vão, em princípio, afectar as células normais, pelo menos, de forma tão significativa como as terapias actuais que, neste tipo de doença, são muito eficazes, mas têm bastantes efeitos secundários”, explica o Investigador João Taborda Barata.
O investigador salienta que este é um “primeiro passo” para o desenvolvimento de uma nova terapia, que ainda vai demorar alguns anos a chegar aos hospitais. A “bola” está agora do lado da indústria farmacêutica, porque não há “capacidade para desenvolver os ensaios clínicos necessários.”
“O natural seria que aquilo que nós identificámos agora possa vir a dar algo que realmente beneficie os doentes daqui a cinco anos ou algo próximo disto”, vaticina o especialista.
A leucemia linfoblástica aguda de células T atinge “cerca de uma pessoa em cada 50 mil, é um cancro bastante raro, mas afecta sobretudo crianças, entre os dois e os seis anos. Depois há um novo pico de incidências em pessoas com mais de 50 anos”.
Cinco investigadores do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa estão envolvidos neste estudo, que contou com a colaboração de especialistas de outras entidades nacionais, como o Instituto Gulbenkian de Ciência, e estrangeiras.
Resumo do artigo
(fonte: Comunicado IMM)
Equipa Editorial
news@medicina.ulisboa.pt
Desta investigação resultou a descoberta de como travar a evolução de um tipo de leucemia frequente nas crianças, através de um composto farmacológico, abrindo porta ao desenvolvimento de uma terapeutica alternativa à existente, a qual poderá vir a revelar-se “menos nociva” para os doentes.
“Verificámos que doentes com leucemia linfoblástica aguda de células T, que é um cancro pediátrico bastante agressivo, apresentam níveis aumentados de um gene que se chama CHK1”, explicou o Prof. Doutor João Taborda Barata, director do grupo de investigação da Unidade de Biologia do Cancro do IMM e coordenador do projecto.
À partida, este gene serviria de travão à divisão celular, uma vez que tem uma função anti-tumoral, mas, “paradoxalmente, é benéfico para as células leucémicas” porque as mantém “sob controlo”, diz o cientista.
“Se inibirmos o gene CHK1 ou se, geneticamente, diminuirmos a sua expressão, acontece que as células leucémicas acabam por morrer, porque entram em stress”, adianta o investigador João Taborda Barata.
E tudo começou num acaso...
"Foi uma coincidência que nos levou ao estudo deste gene", confessa o investigador. A equipa tentava encontrar genes que regulassem uma outra proteína associada ao cancro e, "por casualidade", verificou que o gene CHK1 "parecia ter uma função importante para as células leucémicas".
A investigação portuguesa identificou um “novo alvo” e utilizou um composto farmacológico desenvolvido por uma companhia farmacêutica para inibir o gene CHK1. Verificou que induzia a morte de células de leucemia linfoblástica aguda, sem afectar as células normais.
“Ao identificarmos um alvo molecular como o CHK1, que está selectivamente aumentado nas células malignas, temos aqui uma janela de oportunidade para usar drogas que são específicas para o CHK1 e que não vão, em princípio, afectar as células normais, pelo menos, de forma tão significativa como as terapias actuais que, neste tipo de doença, são muito eficazes, mas têm bastantes efeitos secundários”, explica o Investigador João Taborda Barata.
O investigador salienta que este é um “primeiro passo” para o desenvolvimento de uma nova terapia, que ainda vai demorar alguns anos a chegar aos hospitais. A “bola” está agora do lado da indústria farmacêutica, porque não há “capacidade para desenvolver os ensaios clínicos necessários.”
“O natural seria que aquilo que nós identificámos agora possa vir a dar algo que realmente beneficie os doentes daqui a cinco anos ou algo próximo disto”, vaticina o especialista.
A leucemia linfoblástica aguda de células T atinge “cerca de uma pessoa em cada 50 mil, é um cancro bastante raro, mas afecta sobretudo crianças, entre os dois e os seis anos. Depois há um novo pico de incidências em pessoas com mais de 50 anos”.
Cinco investigadores do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa estão envolvidos neste estudo, que contou com a colaboração de especialistas de outras entidades nacionais, como o Instituto Gulbenkian de Ciência, e estrangeiras.
Resumo do artigo
(fonte: Comunicado IMM)
Equipa Editorial
news@medicina.ulisboa.pt