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Dia Mundial da Voz comemorado com Comunicação Científica sobre o tumor de cabeça e pescoço
Tumor de cabeça e pescoço: multidisciplinaridade, qualidade de vida e sobrevida
De acordo com os dados do Grupo de Estudos do Cancro de Cabeça e Pescoço (GECCP), surgem todos os anos, em Portugal, entre 2.500 a 3.000 novos casos desta doença, sendo esta a 4.ª patologia oncológica (agrupando as suas diferentes localizações) com maior incidência nos indivíduos do sexo masculino – 4 M/1F –, entre os 50 e os 70 anos de idade.
O cancro de cabeça e pescoço, segundo a mesma fonte, mata três portugueses por dia, 85% dos quais fumadores ou ex-fumadores. É também considerado o 7.º cancro mais comum a nível mundial (cerca de 780.000 novos casos/ano), estimando-se que só no continente europeu (segundo dados da Sociedade Europeia de Cabeça e Pescoço-EHNS) ocorram cerca de 143.000 novos casos e 43.000 mortes/ano.
Estima-se que, por volta do ano 2020, a incidência do cancro de cabeça e pescoço subirá cerca de 30%, atendendo ao crescimento e envelhecimento da população mundial.
Perante tão preocupantes estatísticas, decidiu o Serviço de Otorrinolaringologia do CHLN-HSM comemorar a efeméride do Dia Mundial da Voz, no passado dia 11 de Abril de 2014, com uma Comunicação Científica sobre o tema “O Cancro de Cabeça e Pescoço: do Diagnóstico ao Tratamento”, cuja sessão de abertura foi presidida por várias personalidades do CHLN: o Presidente do Conselho de Administração do CHLN – Dr. Carlos José das Neves Martins –, a Diretora Clínica – Professora Doutora Maria do Céu Machado –, o Diretor do Serviço de ORL – Dr. António Marques Pereira – e a Enfermeira Diretora Catarina Batuca.
A designação de cancro de cabeça e pescoço engloba um grupo heterogéneo de tumores classificados pela respetiva localização: cavidade nasal e seios perinasais, nasofaringe, cavidade oral, orofaringe, hipofaringe, laringe, glândulas salivares, tiroide. Estas áreas por estarem diretamente envolvidas com as funções da fala, deglutição, respiração, paladar, olfato, entre outras, quando atingidas por lesão tumoral, requerem uma abordagem diagnóstica e terapêutica multidisciplinar que envolve especialidades tão diversas, tais como: Anatomia Patológica, Radiologia, Otorrinolaringologia, Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, Neurocirurgia, Estomatologia, Oncologia Médica, Radioterapia, Terapia da Fala, Nutrição, Psicologia, Enfermagem, entre outras.
A tendência atual da Oncologia Mundial pauta-se, cada vez mais, pela prevenção da doença (nomeadamente pelo combate aos fatores de risco: tabaco, álcool, HPV, entre outros) e por uma visão humanizada e uma abordagem pluridisciplinar, no sentido de melhorar o prognóstico da doença e a qualidade de vida do doente nas suas variadas vertentes (física, psicológica, emocional). Nesta perspetiva, torna-se fundamental potenciar a comunicação e facilitar a troca de informação e de conhecimentos entre todos os profissionais envolvidos neste difícil e moroso processo.
Os avanços recentes nas técnicas cirúrgicas e de radioterapia e as diferentes estratégias de quimioterapia, tendo sempre como objetivo primordial o conceito de “preservação de órgão”, associados à discussão de cada caso clínico individualmente em reuniões multidisciplinares, têm contribuído para o aumento da taxa de sobrevida global dos doentes a cinco anos (que, segundo levantamentos do banco de dados americano – SEER – aumentou de 38,1%, em 1974, para 56,7%, em 1997).
Após a fase de fusão dos Serviços I e II de ORL do CHLN, materializada a 22 de Janeiro de 2014, é objetivo do novo Serviço de ORL e do seu diretor, Dr. António Marques Pereira, promover a formação pós-graduada de todos os seus médicos e a colaboração entre os diversos serviços e especialidades que tratam o doente atingido por um tumor de cabeça e pescoço, de forma a reger a sua abordagem pelos padrões internacionais e a tornar o serviço de ORL num centro de referência no tratamento desta patologia.
Foi este o princípio que orientou a organização desta Comunicação Científica e congratulamo-nos pela adesão que teve, desde o início, da parte das entidades dirigentes do CHLN acima mencionadas e pelos restantes profissionais. Resta-nos agradecer a todos os colegas que prestigiaram este evento, sabendo que partilham da mesma vontade de ajudar o doente com cancro de cabeça e pescoço a viver mais e melhor.
Dr. Paulo Martins
Assistente Hospitalar Graduado do Serviço de ORL/CHLN
De acordo com os dados do Grupo de Estudos do Cancro de Cabeça e Pescoço (GECCP), surgem todos os anos, em Portugal, entre 2.500 a 3.000 novos casos desta doença, sendo esta a 4.ª patologia oncológica (agrupando as suas diferentes localizações) com maior incidência nos indivíduos do sexo masculino – 4 M/1F –, entre os 50 e os 70 anos de idade.
O cancro de cabeça e pescoço, segundo a mesma fonte, mata três portugueses por dia, 85% dos quais fumadores ou ex-fumadores. É também considerado o 7.º cancro mais comum a nível mundial (cerca de 780.000 novos casos/ano), estimando-se que só no continente europeu (segundo dados da Sociedade Europeia de Cabeça e Pescoço-EHNS) ocorram cerca de 143.000 novos casos e 43.000 mortes/ano.
Estima-se que, por volta do ano 2020, a incidência do cancro de cabeça e pescoço subirá cerca de 30%, atendendo ao crescimento e envelhecimento da população mundial.
Perante tão preocupantes estatísticas, decidiu o Serviço de Otorrinolaringologia do CHLN-HSM comemorar a efeméride do Dia Mundial da Voz, no passado dia 11 de Abril de 2014, com uma Comunicação Científica sobre o tema “O Cancro de Cabeça e Pescoço: do Diagnóstico ao Tratamento”, cuja sessão de abertura foi presidida por várias personalidades do CHLN: o Presidente do Conselho de Administração do CHLN – Dr. Carlos José das Neves Martins –, a Diretora Clínica – Professora Doutora Maria do Céu Machado –, o Diretor do Serviço de ORL – Dr. António Marques Pereira – e a Enfermeira Diretora Catarina Batuca.
A designação de cancro de cabeça e pescoço engloba um grupo heterogéneo de tumores classificados pela respetiva localização: cavidade nasal e seios perinasais, nasofaringe, cavidade oral, orofaringe, hipofaringe, laringe, glândulas salivares, tiroide. Estas áreas por estarem diretamente envolvidas com as funções da fala, deglutição, respiração, paladar, olfato, entre outras, quando atingidas por lesão tumoral, requerem uma abordagem diagnóstica e terapêutica multidisciplinar que envolve especialidades tão diversas, tais como: Anatomia Patológica, Radiologia, Otorrinolaringologia, Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, Neurocirurgia, Estomatologia, Oncologia Médica, Radioterapia, Terapia da Fala, Nutrição, Psicologia, Enfermagem, entre outras.
A tendência atual da Oncologia Mundial pauta-se, cada vez mais, pela prevenção da doença (nomeadamente pelo combate aos fatores de risco: tabaco, álcool, HPV, entre outros) e por uma visão humanizada e uma abordagem pluridisciplinar, no sentido de melhorar o prognóstico da doença e a qualidade de vida do doente nas suas variadas vertentes (física, psicológica, emocional). Nesta perspetiva, torna-se fundamental potenciar a comunicação e facilitar a troca de informação e de conhecimentos entre todos os profissionais envolvidos neste difícil e moroso processo.
Os avanços recentes nas técnicas cirúrgicas e de radioterapia e as diferentes estratégias de quimioterapia, tendo sempre como objetivo primordial o conceito de “preservação de órgão”, associados à discussão de cada caso clínico individualmente em reuniões multidisciplinares, têm contribuído para o aumento da taxa de sobrevida global dos doentes a cinco anos (que, segundo levantamentos do banco de dados americano – SEER – aumentou de 38,1%, em 1974, para 56,7%, em 1997).
Após a fase de fusão dos Serviços I e II de ORL do CHLN, materializada a 22 de Janeiro de 2014, é objetivo do novo Serviço de ORL e do seu diretor, Dr. António Marques Pereira, promover a formação pós-graduada de todos os seus médicos e a colaboração entre os diversos serviços e especialidades que tratam o doente atingido por um tumor de cabeça e pescoço, de forma a reger a sua abordagem pelos padrões internacionais e a tornar o serviço de ORL num centro de referência no tratamento desta patologia.
Foi este o princípio que orientou a organização desta Comunicação Científica e congratulamo-nos pela adesão que teve, desde o início, da parte das entidades dirigentes do CHLN acima mencionadas e pelos restantes profissionais. Resta-nos agradecer a todos os colegas que prestigiaram este evento, sabendo que partilham da mesma vontade de ajudar o doente com cancro de cabeça e pescoço a viver mais e melhor.
Dr. Paulo Martins
Assistente Hospitalar Graduado do Serviço de ORL/CHLN