Rui Fonseca (rfonseca@fm.ul.pt)
UTI – Informática e Comunicações

PAI da Catarina (7 anos) e da Raquel (4 anos)

Que difícil tarefa, esta de escrever acerca do dia do Pai... Parece simples, para quem já é Pai de duas crianças, mas não é! Por isso, espero não ser maçador nas breves palavras e transcrições das várias fases da (minha) vida de PAI.

Quando recebemos a notícia, sendo surpresa ou não, a alegria é imensa. Vamos logo correr a contar aos pais (futuros avós), amigos, vizinhos, enfim, parece que ganhamos asas, tal como no anúncio da bebida energética.

Na verdade, ser PAI é o concretizar de um projecto de vida. É um sonho tornado realidade!

As mães que me desculpem, mas nós pais também “engravidamos” sem os “inconvenientes” da gravidez… Ou seja, os sentimentos, as emoções e as preocupações também as temos, durante os nove meses de gestação.

No dia em que efectivamente temos nos nossos braços, o ser, tão frágil e indefeso, que tanto desejámos, o turbilhão de emoções é tal, que muitos dos que se dizem corajosos, fortes e outros adjectivos mais, se vão abaixo. É impossível descrever por palavras o que sentimos. Eu até me aguentei, mas posso dizer que a certa altura, vi o ar de preocupação da enfermeira a perguntar-me, e com certeza a pensar que lá tinha de socorrer mais um PAI em apuros:

- “O Sr. Sente-se bem? Não se quer sentar um pouco?”

Eu chorava... Parecia ter quota na associação dos Bombeiros Sapadores …

Nos meses e anos, para não dizer a vida em diante, apercebemo-nos que o nosso sono e descanso nunca mais vão ser os mesmos, que as preocupações e bem-estar dos nossos filhos vêm em primeiro lugar.

Hoje, posso dizer que não há nada mais reconfortante do que ver o “nosso rebento “ a dormir profundamente, mesmo tendo “olheiras até ao queixo”.

É devido a estes e outros momentos, que ganhamos o “calo” para a missão de ser PAI.

Uns anitos mais tarde, na “Idade dos Porquês”, como com certeza já muitos de vocês ouviram falar, em que julgamos saber responder, a quase tudo, a crianças desta “faixa etária”, acreditem que acabamos SEMPRE por descobrir que estamos completamente enganados e que ainda temos muito que aprender… As perguntas e as curiosidades das crianças são de tal forma surpreendentes e desconcertantes que nos deixam completamente “desarmados” e sem resposta.

Já na escola (primária) a história é outra, eles é que sabem “muito” e nós sabemos pouco (se isto é assim no início, nem quero pensar para o “fim”). Enfim, é preciso “alguma” dose de paciência e perseverança … os resultados, esses, APARECEM, acreditem. Aprendi isso, depois de algumas “dores de cabeça”!

Por agora, vou-lhes dando asas, mas sem tirarem os pés do chão.

Com isto termino, dizendo que a missão de PAI é também de aprendizagem constante, que só corrigindo os erros é que nos aperfeiçoamos e nos tornamos melhores Pais.

Saber dizer não a um filho é estar a educá-lo e saber dizer sim é ainda mais importante, pois estamos a mostrar-lhe que é esse o caminho que deve seguir.

Não posso deixar de finalizar sem prestar uma homenagem às MÃES, pois sem elas nós nunca poderíamos ser PAIS.

Feliz Dia do PAI!