Espaço Ciência
16º Programa “Educação pela Ciência” – Osteoporose em Doentes com Aterrosclerose Carotídea
Desde que comecei o Mestrado Integrado em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa me apercebi que a minha futura carreira médica poderia passar por três grandes áreas: clínica, ensino e investigação. A clínica era o meu grande objectivo e a principal razão para ter escolhido este curso, mas desde cedo que as outras actividades me despertaram curiosidade e interesse. Ainda nos “anos básicos” fiz estágios de iniciação pedagógica e, chegando aos “anos clínicos”, faltava-me a experiência de participar num projecto de investigação. Foi uma experiência que adiei essencialmente pelo facto de ter em mente a hipótese de participar num projecto de índole clínica ou translacional e não tanto de ciência básica, algo que só fazia sentido quando já tivesse obtido alguma experiência de prática clínica no meu percurso curricular.
A oportunidade de trabalhar com a Unidade de Investigação em Reumatolgia (UIR) surgiu quando fiz a disciplina de Reumatologia no Tronco Opcional e o Prof. Dr. João Eurico Fonseca e a Prof.ª Dr.ª Helena Canhão mostraram toda a disponibilidade da UIR em receber alunos que com eles gostassem de colaborar. Desde logo me interessou a estrutura da UIR, cujos projectos têm uma dimensão de ciência básica e uma componente clínica, que se desenvolvem em conjunto, com investigadores e médicos a trabalharem da melhor forma que sabem para atingir objectivos comuns. As grandes áreas de investigação são a Inflamação, o Osso e o Vaso e, após me serem apresentados os projectos a decorrer em cada uma das áreas, optei por trabalhar no projecto que interliga a aterogénese e o osso, aliando a Reumatologia à Medicina Cardiovascular, outra área pela qual tenho um interesse particular.
Comecei a colaborar na inclusão e avaliação clínica dos doentes ainda antes de ter definido a candidatura ao 16º Programa “Educação pela Ciência”, mas quando essa hipótese surgiu foi o momento ideal para definir aquilo que seria a minha pergunta de investigação, o meu projecto próprio, que irá dar origem também ao meu Trabalho Final de Mestrado. Sob a orientação da Profª. Drª. Maria José Santos e da Mestre Diana Carmona-Fernandes desenvolvi o projecto Osteoporose em Doentes com Aterosclerose Carotídea, que foi aceite sem financiamento no 16º Programa de “Educação pela Ciência” e no qual tenho trabalhado ao longo do último ano.
O trabalho baseia-se em alguns aspectos epidemiológicos já constatados, como o facto do risco de fractura osteoporótica estar aumentado em indivíduos com doença cardiovascular (CV) e nos indivíduos com baixa massa óssea existir um excesso de eventos e mortes CV. Apesar da osteoporose (OP) e da aterosclerose partilharem diversos factores de risco, alguns estudos sugerem uma associação independente entre estas duas entidades. A inflamação crónica, o stress oxidativo, a vitamina D e a homocisteína são alguns dos possíveis mecanismos de ligação entre as duas patologias. Deste modo os principais objectivos do trabalho são determinar se a densidade mineral óssea (DMO) em doentes com aterosclerose carotídea avançada é diferente do que seria de esperar tendo em conta o sexo e idade, bem como tendo em conta os factores de risco para OP. Secundariamente, pretendo estabelecer uma associação entre a aterosclerose e a DMO independente dos factores de risco comuns, nomeadamente idade, diabetes mellitus, tabagismo e actividade física e determinar a relação entre as alterações nos níveis de homocisteína e vitamina D e a DMO.
Até este momento incluímos no estudo 45 doentes submetidos a endarterectomia no Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital de Santa Maria (HSM), a quem foi aplicado um protocolo clínico para avaliação de factores de risco para aterosclerose e OP, colhida uma amostra de sangue em jejum para doseamento de homocisteína e vitamina D e realizada densitometria óssea.
Escrevi um resumo da avaliação dos primeiros 32 doentes que submeti ao Simpósio Inflamação & Dor da Sociedade Portuguesa de Reumatologia e foi aceite para apresentação sob a forma de Poster. Apresentarei os resultados finais desta parte do projecto no Workshop do 16º Programa “Educação pela Ciência”
Acho que todos os estudantes de medicina deviam passar por esta experiência, tendo em conta as suas áreas de interesse, claro, já que considero fundamental para o nosso enriquecimento profissional e pessoal o contacto com a metodologia específica da investigação científica e a oportunidade de trabalhar competências como o trabalho em equipa, a comunicação com doentes, a resolução de problemas no imediato, a gestão de tempo e métodos de trabalho. Para além de tudo isto tenho tido também oportunidade de aprofundar conhecimentos sobre o tema do projecto e sobre conceitos e ferramentas estatísticas, estes últimos transversais a qualquer trabalho que venha a realizar no futuro.
Não posso escrever sobre esta minha experiência sem agradecer ao 16º Programa “Educação pela Ciência”, a todos os colaboradores da UIR que me acolheram sem reservas, convidando-me a participar nas suas várias actividades e reuniões, fazendo-me sentir parte do grupo e, em particular, às minhas tutoras, Prof.ª Dr.ª Maria José Santos e Mestre Diana Carmona-Fernandes, pelas sugestões, comentários, conselhos e apoio.
Sofia Carvalho Fernandes Barreira
Aluna do 5º Ano do MIM
Instituto de Medicina Molecular - Unidade de Investigação em Reumatologia
Tutores: Prof.ª Dr.ª Maria José Santos e Mestre Diana Carmona-Fernandes
A oportunidade de trabalhar com a Unidade de Investigação em Reumatolgia (UIR) surgiu quando fiz a disciplina de Reumatologia no Tronco Opcional e o Prof. Dr. João Eurico Fonseca e a Prof.ª Dr.ª Helena Canhão mostraram toda a disponibilidade da UIR em receber alunos que com eles gostassem de colaborar. Desde logo me interessou a estrutura da UIR, cujos projectos têm uma dimensão de ciência básica e uma componente clínica, que se desenvolvem em conjunto, com investigadores e médicos a trabalharem da melhor forma que sabem para atingir objectivos comuns. As grandes áreas de investigação são a Inflamação, o Osso e o Vaso e, após me serem apresentados os projectos a decorrer em cada uma das áreas, optei por trabalhar no projecto que interliga a aterogénese e o osso, aliando a Reumatologia à Medicina Cardiovascular, outra área pela qual tenho um interesse particular.
Comecei a colaborar na inclusão e avaliação clínica dos doentes ainda antes de ter definido a candidatura ao 16º Programa “Educação pela Ciência”, mas quando essa hipótese surgiu foi o momento ideal para definir aquilo que seria a minha pergunta de investigação, o meu projecto próprio, que irá dar origem também ao meu Trabalho Final de Mestrado. Sob a orientação da Profª. Drª. Maria José Santos e da Mestre Diana Carmona-Fernandes desenvolvi o projecto Osteoporose em Doentes com Aterosclerose Carotídea, que foi aceite sem financiamento no 16º Programa de “Educação pela Ciência” e no qual tenho trabalhado ao longo do último ano.
O trabalho baseia-se em alguns aspectos epidemiológicos já constatados, como o facto do risco de fractura osteoporótica estar aumentado em indivíduos com doença cardiovascular (CV) e nos indivíduos com baixa massa óssea existir um excesso de eventos e mortes CV. Apesar da osteoporose (OP) e da aterosclerose partilharem diversos factores de risco, alguns estudos sugerem uma associação independente entre estas duas entidades. A inflamação crónica, o stress oxidativo, a vitamina D e a homocisteína são alguns dos possíveis mecanismos de ligação entre as duas patologias. Deste modo os principais objectivos do trabalho são determinar se a densidade mineral óssea (DMO) em doentes com aterosclerose carotídea avançada é diferente do que seria de esperar tendo em conta o sexo e idade, bem como tendo em conta os factores de risco para OP. Secundariamente, pretendo estabelecer uma associação entre a aterosclerose e a DMO independente dos factores de risco comuns, nomeadamente idade, diabetes mellitus, tabagismo e actividade física e determinar a relação entre as alterações nos níveis de homocisteína e vitamina D e a DMO.
Até este momento incluímos no estudo 45 doentes submetidos a endarterectomia no Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital de Santa Maria (HSM), a quem foi aplicado um protocolo clínico para avaliação de factores de risco para aterosclerose e OP, colhida uma amostra de sangue em jejum para doseamento de homocisteína e vitamina D e realizada densitometria óssea.
Escrevi um resumo da avaliação dos primeiros 32 doentes que submeti ao Simpósio Inflamação & Dor da Sociedade Portuguesa de Reumatologia e foi aceite para apresentação sob a forma de Poster. Apresentarei os resultados finais desta parte do projecto no Workshop do 16º Programa “Educação pela Ciência”
Acho que todos os estudantes de medicina deviam passar por esta experiência, tendo em conta as suas áreas de interesse, claro, já que considero fundamental para o nosso enriquecimento profissional e pessoal o contacto com a metodologia específica da investigação científica e a oportunidade de trabalhar competências como o trabalho em equipa, a comunicação com doentes, a resolução de problemas no imediato, a gestão de tempo e métodos de trabalho. Para além de tudo isto tenho tido também oportunidade de aprofundar conhecimentos sobre o tema do projecto e sobre conceitos e ferramentas estatísticas, estes últimos transversais a qualquer trabalho que venha a realizar no futuro.
Não posso escrever sobre esta minha experiência sem agradecer ao 16º Programa “Educação pela Ciência”, a todos os colaboradores da UIR que me acolheram sem reservas, convidando-me a participar nas suas várias actividades e reuniões, fazendo-me sentir parte do grupo e, em particular, às minhas tutoras, Prof.ª Dr.ª Maria José Santos e Mestre Diana Carmona-Fernandes, pelas sugestões, comentários, conselhos e apoio.
Sofia Carvalho Fernandes Barreira
Aluna do 5º Ano do MIM
Instituto de Medicina Molecular - Unidade de Investigação em Reumatologia
Tutores: Prof.ª Dr.ª Maria José Santos e Mestre Diana Carmona-Fernandes