Reportagem / Perfil
Entrevista Professor João Ferreira - Coordenador GAPIC
A Equipa Editorial entrevistou o Professor João Ferreira, Coordenador do GAPIC, no âmbito do Evento Dia da Investigação 2012
Porquê a criação do Dia da Investigação?
O objetivo principal foi o de dar aos estudantes uma visão global e integrada das possibilidades e perspetivas da prática de investigação científica na FMUL/IMM, numa fase precoce da formação médica – a pré-graduação. Em particular, de como essa prática pode ser estruturante na formação dos futuros médicos, nomeadamente dos que querem vir a exercer clínica como atividade predominante ou exclusiva.
Este primeiro Dia da Investigação foi marcado pela homenagem ao Prof. Doutor David Ferreira, o que se pretendeu recordar?
No GAPIC valorizamos o papel da história como companheira do presente. Quem não conhece a sua história não sabe quem é, e quem não sabe quem é não sabe perspetivar o futuro. É, portanto, deste futuro que se fala quando homenageamos David-Ferreira, nosso Mestre e fundador do GAPIC. A sua figura tutelar e exemplar está viva. Não faremos igual, mas daremos continuidade.
Como decorreram as apresentações dos trabalhos de investigação desenvolvidos pelos alunos no âmbito do Programa ”Educação pela Ciência”?
Decorreram com grande profissionalismo, indistinguíveis das de estudantes de pós-graduação, quer ao nível da capacidade de elaboração conceptual quer de apresentação formal; o que nos deixa muito satisfeitos e com motivação para ir ainda mais além...
Qual o objetivo da sessão “Como me interrogo?”
Tentar responder a perguntas legítimas e frequentes dos estudantes: como surgem as questões? O que preciso de saber para fazer uma boa pergunta? Tenho capacidade para colocar uma boa questão científica?
Desta sessão ficou claro que a qualidade da questão científica é o ponto fulcral de um programa de investigação, que há diferentes modos e estilos na interrogação da natureza e que, com frequência, as melhores questões são acessíveis e simples. Penso que contribuiu para a desmistificação deste tópico, sobretudo entre aqueles que querem vir a ser clínicos praticantes.
As participações de Isabel Pavão, Maria Mota e Luis Costa nesta sessão assinalaram, inquestionavelmente, um ponto alto no Dia da Investigação.
Qual a importância das visitas às unidades de investigação?
Observar in loco como se pratica investigação, e como as pessoas se comportam quando falam das suas vivências, quando estão em “modo interrogativo”.
Qual a principal mensagem que se pretendeu transmitir na palestra “Corpo e Máquina”?
Trazer à ribalta uma visão antiga mas pertinentemente atual – a de que a conceção do Homem como máquina, extensível a uma visão mecanicista do pleno das suas atividades, em nada é incompatível com uma (tão necessária) cultura de valores humanísticos. Esta conceção Epicuriana do Homem e do Mundo, refinada por Demócrito e enaltecida por Lucrécio no seu De rerum natura, retomou um novo lugar nos dias de hoje, em que a Medicina impregnou de tecnologia e a máquina é, frequentemente, extensão do Homem. A questão que ficou no ar, obviamente sem pretensão de resposta definitiva, é a de o conceito do Homem-máquina ser desumanizante; talvez não; mas talvez o seja o seu oposto... Esta mensagem de otimismo foi-nos veiculada por Porfírio Silva, filósofo, a quem agradecemos o excelente contributo.
Esta é uma iniciativa a repetir no futuro? Se sim, o que podemos esperar na próxima edição?
É iniciativa a ter seguramente continuidade, on public demand, em face dos resultados da avaliação efetuada pelos participantes. A próxima edição será enriquecida pela participação de alunos bolseiros da Fundação Gulbenkian, e por um rol de atividades adicionais, em fase de planeamento.
O GAPIC antecipa, tal como para a edição de 2012, a participação muito competente e empenhada da AEFML e das infraestruturas administrativas da FMUL para o sucesso deste evento em 2013.
Sónia Barroso
Equipa Editorial
news@fm.ul.pt

O objetivo principal foi o de dar aos estudantes uma visão global e integrada das possibilidades e perspetivas da prática de investigação científica na FMUL/IMM, numa fase precoce da formação médica – a pré-graduação. Em particular, de como essa prática pode ser estruturante na formação dos futuros médicos, nomeadamente dos que querem vir a exercer clínica como atividade predominante ou exclusiva.
Este primeiro Dia da Investigação foi marcado pela homenagem ao Prof. Doutor David Ferreira, o que se pretendeu recordar?
No GAPIC valorizamos o papel da história como companheira do presente. Quem não conhece a sua história não sabe quem é, e quem não sabe quem é não sabe perspetivar o futuro. É, portanto, deste futuro que se fala quando homenageamos David-Ferreira, nosso Mestre e fundador do GAPIC. A sua figura tutelar e exemplar está viva. Não faremos igual, mas daremos continuidade.
Como decorreram as apresentações dos trabalhos de investigação desenvolvidos pelos alunos no âmbito do Programa ”Educação pela Ciência”?
Decorreram com grande profissionalismo, indistinguíveis das de estudantes de pós-graduação, quer ao nível da capacidade de elaboração conceptual quer de apresentação formal; o que nos deixa muito satisfeitos e com motivação para ir ainda mais além...
Qual o objetivo da sessão “Como me interrogo?”
Tentar responder a perguntas legítimas e frequentes dos estudantes: como surgem as questões? O que preciso de saber para fazer uma boa pergunta? Tenho capacidade para colocar uma boa questão científica?
Desta sessão ficou claro que a qualidade da questão científica é o ponto fulcral de um programa de investigação, que há diferentes modos e estilos na interrogação da natureza e que, com frequência, as melhores questões são acessíveis e simples. Penso que contribuiu para a desmistificação deste tópico, sobretudo entre aqueles que querem vir a ser clínicos praticantes.
As participações de Isabel Pavão, Maria Mota e Luis Costa nesta sessão assinalaram, inquestionavelmente, um ponto alto no Dia da Investigação.
Qual a importância das visitas às unidades de investigação?
Observar in loco como se pratica investigação, e como as pessoas se comportam quando falam das suas vivências, quando estão em “modo interrogativo”.
Qual a principal mensagem que se pretendeu transmitir na palestra “Corpo e Máquina”?
Trazer à ribalta uma visão antiga mas pertinentemente atual – a de que a conceção do Homem como máquina, extensível a uma visão mecanicista do pleno das suas atividades, em nada é incompatível com uma (tão necessária) cultura de valores humanísticos. Esta conceção Epicuriana do Homem e do Mundo, refinada por Demócrito e enaltecida por Lucrécio no seu De rerum natura, retomou um novo lugar nos dias de hoje, em que a Medicina impregnou de tecnologia e a máquina é, frequentemente, extensão do Homem. A questão que ficou no ar, obviamente sem pretensão de resposta definitiva, é a de o conceito do Homem-máquina ser desumanizante; talvez não; mas talvez o seja o seu oposto... Esta mensagem de otimismo foi-nos veiculada por Porfírio Silva, filósofo, a quem agradecemos o excelente contributo.
Esta é uma iniciativa a repetir no futuro? Se sim, o que podemos esperar na próxima edição?
É iniciativa a ter seguramente continuidade, on public demand, em face dos resultados da avaliação efetuada pelos participantes. A próxima edição será enriquecida pela participação de alunos bolseiros da Fundação Gulbenkian, e por um rol de atividades adicionais, em fase de planeamento.
O GAPIC antecipa, tal como para a edição de 2012, a participação muito competente e empenhada da AEFML e das infraestruturas administrativas da FMUL para o sucesso deste evento em 2013.
Sónia Barroso
Equipa Editorial
news@fm.ul.pt
