Notícias FMUL
O projecto de fusão da Universidade “Clássica” e a Universidade Técnica de Lisboa
Prof. Doutor João Lobo Antunes
Nos últimos meses os responsáveis das Universidades “Clássica” (UC) e Técnica (UT) de Lisboa, cumprindo uma decisão emanada dos respectivos Conselhos Gerais, têm-se empenhado profundamente no projecto de eventual fusão das duas instituições. Num momento em que é geralmente reconhecida a necessidade de reorganizar a rede de ensino superior universitário e politécnico, a iniciativa tem sido acolhida de forma muito positiva pelas escolas que integram as duas universidades.
Vários factores poderão contribuir para o sucesso desta iniciativa. Em primeiro lugar, a semelhança na sua dimensão, no que se refere, por exemplo, ao orçamento, número de docentes, alunos, e programas de ensino. Em segundo lugar, a existência de uma notável complementaridade da sua oferta educativa, sendo as áreas em que se verifica alguma sobreposição relativamente restritas. A união das duas traria uma cobertura integral das chamadas “learned professions”, ou seja, das profissões baseadas no conhecimento de base universitária. Do ponto de vista administrativo e económico-financeiro as vantagens da fusão são também evidentes. Ela irá permitir a partilha de recursos administrativos em múltiplas áreas, como os serviços sociais, a saúde e a habitação.
Por outro lado, é indispensável ter em conta que a UL e a UT possuem um património e uma tradição que são pilares fundamentais para a criação da nova universidade. A UT tem seguido um modelo mais federalista, com uma autonomia diferenciada das suas entidades orgânicas que importa preservar. Mas ambas entendem que é preciso ir mais longe para adquirir, simultaneamente, uma dimensão internacional competitiva e uma integração muito mais forte no tecido urbano da cidade de Lisboa.
A fusão das duas universidades terá ainda um impacto decisivo na sua actividade cientifica e esta parece ser a mais valia que as unidades orgânicas reconhecem como mais relevante. A universidade que irá nascer abrangerá todas as áreas fundamentais da biologia e das ciências da vida. Vale a pena recordar que da UL fazem parte Medicina, Farmácia e Medicina Dentária e, da UT, Medicina Veterinária, Motricidade Humana e Agronomia, além, naturalmente, do Instituto Superior Técnico, cujo interesse neste campo tem crescido vertiginosamente. É hoje incontroverso que as ciências da vida constituem, juntamente com as tecnologias de informação, as áreas mais promissoras da ciência e tecnologia do séc. XXI. Porque as ciências da vida são chave em sectores tão diversos como a saúde, a energia, o clima e a agricultura, o Centro Académico de Medicina e, particularmente, o Instituto de Medicina Molecular, serão peças chave na nova universidade. Isto mesmo foi repetidamente reconhecido pelos dirigentes de todas as escolas acima mencionadas, com quem conversei nas ultimas semanas. Note-se que todas elas tem já projectos de investigação conjuntos com grupos do IMM e da FML, mas muito mais se poderá realizar.
Concluo, como nota pessoal, que a expectativa em relação a este projecto é imensa. A desconfiança que inspira em alguns responsáveis de outras universidade é evidente, mas o espírito de abertura e de confiança entre as escolas, e a convicção de que uma nova universidade pode constituir o primeiro e muito significativo passo para uma imprescindível, mas sistematicamente adiada reorganização do ensino superior, fazem-nos pensar que o sucesso da aliança FML-IST na área da Engenharia Biomédica pode ser replicado numa escala muito mais vasta e assim cumprir um ambicioso desígnio nacional.
Nos últimos meses os responsáveis das Universidades “Clássica” (UC) e Técnica (UT) de Lisboa, cumprindo uma decisão emanada dos respectivos Conselhos Gerais, têm-se empenhado profundamente no projecto de eventual fusão das duas instituições. Num momento em que é geralmente reconhecida a necessidade de reorganizar a rede de ensino superior universitário e politécnico, a iniciativa tem sido acolhida de forma muito positiva pelas escolas que integram as duas universidades.
Vários factores poderão contribuir para o sucesso desta iniciativa. Em primeiro lugar, a semelhança na sua dimensão, no que se refere, por exemplo, ao orçamento, número de docentes, alunos, e programas de ensino. Em segundo lugar, a existência de uma notável complementaridade da sua oferta educativa, sendo as áreas em que se verifica alguma sobreposição relativamente restritas. A união das duas traria uma cobertura integral das chamadas “learned professions”, ou seja, das profissões baseadas no conhecimento de base universitária. Do ponto de vista administrativo e económico-financeiro as vantagens da fusão são também evidentes. Ela irá permitir a partilha de recursos administrativos em múltiplas áreas, como os serviços sociais, a saúde e a habitação.
Por outro lado, é indispensável ter em conta que a UL e a UT possuem um património e uma tradição que são pilares fundamentais para a criação da nova universidade. A UT tem seguido um modelo mais federalista, com uma autonomia diferenciada das suas entidades orgânicas que importa preservar. Mas ambas entendem que é preciso ir mais longe para adquirir, simultaneamente, uma dimensão internacional competitiva e uma integração muito mais forte no tecido urbano da cidade de Lisboa.
A fusão das duas universidades terá ainda um impacto decisivo na sua actividade cientifica e esta parece ser a mais valia que as unidades orgânicas reconhecem como mais relevante. A universidade que irá nascer abrangerá todas as áreas fundamentais da biologia e das ciências da vida. Vale a pena recordar que da UL fazem parte Medicina, Farmácia e Medicina Dentária e, da UT, Medicina Veterinária, Motricidade Humana e Agronomia, além, naturalmente, do Instituto Superior Técnico, cujo interesse neste campo tem crescido vertiginosamente. É hoje incontroverso que as ciências da vida constituem, juntamente com as tecnologias de informação, as áreas mais promissoras da ciência e tecnologia do séc. XXI. Porque as ciências da vida são chave em sectores tão diversos como a saúde, a energia, o clima e a agricultura, o Centro Académico de Medicina e, particularmente, o Instituto de Medicina Molecular, serão peças chave na nova universidade. Isto mesmo foi repetidamente reconhecido pelos dirigentes de todas as escolas acima mencionadas, com quem conversei nas ultimas semanas. Note-se que todas elas tem já projectos de investigação conjuntos com grupos do IMM e da FML, mas muito mais se poderá realizar.
Concluo, como nota pessoal, que a expectativa em relação a este projecto é imensa. A desconfiança que inspira em alguns responsáveis de outras universidade é evidente, mas o espírito de abertura e de confiança entre as escolas, e a convicção de que uma nova universidade pode constituir o primeiro e muito significativo passo para uma imprescindível, mas sistematicamente adiada reorganização do ensino superior, fazem-nos pensar que o sucesso da aliança FML-IST na área da Engenharia Biomédica pode ser replicado numa escala muito mais vasta e assim cumprir um ambicioso desígnio nacional.
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