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Novo Edifício da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
O Inicio
O primeiro programa preliminar, da responsabilidade da Arquitecta Teresa Carvalho, data de Março de 2000. Contemplava a construção de uma Unidade Laboratorial para Investigação e Ensino em Microbiologia Médica, destinada a substituir o Instituto Bacteriológico de Câmara Pestana a ceder à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, o qual ficaria contíguo ao Edifício Egas Moniz, devido à complementaridade de algumas áreas programadas, nomeadamente, biotério, salas de aula teóricas e biblioteca.
A estimativa de custo para uma área bruta total de 7.580 m2, excluindo mobiliário e equipamento laboratorial, era de 913.489cts. A distribuição de área útil era a seguinte:
O Contrato Programa foi assinado em 4 de Dezembro de 2001 entre o Ministério da Educação, Ministério da Saúde, Ministério da Ciência e Tecnologia e a Universidade de Lisboa, previa a atribuição de 1.019.304cts para obra, 50.000cts para arranjos exteriores e 203.881cts para maquinaria e equipamento.
No princípio de 2005 foi celebrado contrato com a empresa GB - Arquitectos, Lda, para elaboração do “Projecto para o Edifício de Reinstalação do Instituto Bacteriológico Câmara Pestana”.
Em 2007 foi designada uma Comissão de Acompanhamento do projecto, constituída pelo Prof. Doutor Fernandes e Fernandes, Prof. Doutor Melo Cristino e Isabel Aguiar. Devido à especificidade técnica do edifício, a FMUL contratou os serviços de consultadoria da Drª Maria José Proença, à altura responsável pela gestão dos Laboratórios de Investigação do Instituto de Medicina Molecular, cujo Curriculum Vitae e conhecimento transversal das várias actividades de produção científica foram considerados uma mais-valia neste processo.
Constrangimentos de natureza financeira limitaram as opções da Comissão de Acompanhamento, nomeadamente na distribuição das várias áreas a construir, como a construção de um auditório de capacidade idêntica ao Grande Auditório do Edifício Egas Moniz, e estacionamento coberto. A tutela impunha um valor máximo de construção para viabilizar o projecto.
A versão final do Projecto apresentado a Concurso Público para realização da empreitada previa a seguinte distribuição por piso:
Só em 26 de Julho de 2011 foi celebrado, entre a Universidade de Lisboa e a empresa José Coutinho SA, o contrato para a empreitada de construção do novo Edifício, no valor de 4.098.803,69€ (acrescido de IVA), financiado a 100% por verbas do PIDDAC da Universidade de Lisboa. O prazo de construção estimado era de 365 dias.
Fig. 1 – Maquete do Edificio, produzida pela GB-ArquitectosO Futuro
A estratégia definida pela Faculdade de Medicina de Lisboa e a necessidade de promover actividade científica diferenciada estiveram na base de uma nova distribuição de espaços e funcionalidades, procurando reduzir redundâncias e garantir condições adequadas para novos projectos de ensino especialmente para a pós-graduação e para a investigação de translacção.
A Comissão de Acompanhamento de Execução (constituída pelos Professores J. Fernandes e Fernandes, Miguel Castanho, Maria do Carmo Fonseca, Melo Cristino, Fausto Pinto e Mário Ramirez e pelas Dras. Isabel Aguiar e Manuela Castro) concluiu a importância de proporcionar condições para a instalação futura de novos grupos de investigação, privilegiando a interligação com os parceiros do Centro Académico: Instituto de Medicina Molecular da Célula (IMM) e Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) e eliminar redundâncias com instalações no HSM e no Biotério, nomeadamente laboratórios microbiológicos de alta segurança P3 e assegurar condições adequadas para toda a actividade pedagógica pré e pós-graduada e componente prática do sector da Microbiologia.
De forma sucinta, foi prevista a instalação das seguintes unidades:
- Centro de Bioimagem, que ocupará uma área de 350m2, prevendo-se a instalação de um equipamento de Ressonância Magnética de 3 Tesla adequado a estudos morfológicos e funcionais.
- Centro de Simulação, com o objectivo de agregar todas as actividades de simulação realizadas em meio “não-vivo” num único espaço. Terá como parceiro privilegiado o Centro de Cirurgia Experimental do CHLN, estando prevista a criação de espaços representativos de Bloco Operatório, Unidade de Cuidados Intensivos, Sala de Emergência, Cuidados Gerais, Obstetrícia e Pediatria, permitindo centralizar actividades formativas já existentes como os Cursos de Iniciação à Cirurgia e Workshops práticas de cirurgia vascular e outras. Estas salas fixas irão funcionar em coordenação com salas volantes, localizadas no Edifício Central e Edifício Egas Moniz.
- Centro Cardiovascular, que surge da necessidade de expandir a área de investigação no âmbito das Ciências Cardiovasculares, em particular no que se refere à investigação clínica e translacional.
Prevista a possibilidade de criação dum Laboratório de Cardiovascular Imaging para pequenos animais e de programas de simulação em procedimentos cardiovasculares integrados no Centro de Simulação.
- Centro de investigação Clínica, no âmbito das instituições do Centro Académico para o desenvolvimento de ensaios clínicos e de investigação de novos desenvolvimentos tecnológicos aplicados à Medicina.
- Condomínio para Investigação/Ensino - área a disponibilizar para novos grupos de investigação científica e tecnológica interessados em trabalhar nas instituições do Centro Académico, o qual será constituído por Laboratórios de Investigação, Salas de Trabalho, Salas de Estudo e Salas para equipamento específico.
- Centro para Engenharia e Tecnologias Biomédicas a desenvolver em colaboração com o Instituto Superior Técnico, no âmbito da cooperação já existente no Mestrado Integrado de Engenharia Biomédica e iniciativas futuras planeadas.
A comunicação com o Edifício Egas Moniz é fundamental para uma maior eficácia e eficiência. Esta necessidade foi devidamente apresentada à Reitoria da UL que é dona da obra, aguardando-se a disponibilidade de financiamento para construção de uma interligação, em túnel [mais viável tecnicamente] entre os dois edifícios.
A construção deste edifício corresponde a um desígnio estratégico, pelo que não deve visar unicamente o resultado imediato; os momentos de dificuldade conjuntural e estrutural exigem audácia e criatividade, de modo a desenhar no longo prazo a possibilidade de instalar capacidade de crescimento, com inovação. Esta é a base para a argumentação apresentada ao Senhor Reitor da Universidade de Lisboa para que seja construída uma infra-estrutura capaz de albergar, no futuro, um equipamento de RMN 7 Tesla. Os custos associados à sua construção nesta fase da obra, serão significativamente menores do que qualquer actuação a desenvolver a posteriori.
De facto o edifício irá proporcionar hub para albergar novas capacidades a desenvolver conjuntamente no âmbito do projecto de fusão das Universidades Clássica e Técnica de Lisboa constituindo-se como pólo agregador para uma área fulcral e estratégica de desenvolvimento das ciências da Vida.
Doze anos passados desde o primeiro esquiço, estamos finalmente a ver uma realidade, e uma necessidade da Escola, a materializar-se.
Fotos da obra (recolha a 5/Janeiro/2012)
Isabel Aguiar
imca@fm.ul.pt
Directora Serviços |
Departamento de Gestão Administrativa