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Artigo do Professor J. Fernandes e Fernandes no Público, 28 Setembro
O Director da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Professor José Fernandes e Fernandes, assinou um artigo de opinião no Público de 28 de Setembro passado, intitulado «As Universidades de Lisboa e Futuro». Pela reflexão que propõe sobre os problemas e desafios essenciais que se colocam à universidade portuguesa na actualidade, que são de há muito objecto da sua reflexão, como pelas propostas concretas que apresenta, recomendamos vivamente a sua leitura.
“Menos e melhores universidades que sejam pólo de atracção para investigadores e estudantes estrangeiros”.
Para o Professor, a situação resulta da falta duma estratégia nacional para a educação superior, assumida e participada pelos intervenientes públicos e privados. A falta de reconhecimento de universidades produtoras de conhecimento, capazes de competir internacionalmente para os melhores alunos e para os financiamentos indispensáveis a uma investigação avançada fez com que o ensino superior perdesse a oportunidade de se expandir de forma estruturada e racional.
No entanto, a par das oportunidades perdidas, surgiram outras que contribuíram significativamente para o desenvolvimento da actividade científica na última década. É o caso da criação dos laboratórios associados: ”Na Faculdade de Medicina o desenvolvimento do Instituto de Medicina Molecular, que albergámos e apoiámos activamente e que é hoje parte integrante do Centro Académico de Medicina de Lisboa, consórcio que envolve também o Hospital de Santa Maria/Centro Hospitalar Lisboa-Norte, é exemplar e paradigma dum novo modelo de organização que consideramos fundamental.”
Para ultrapassar esta crise no sistema de ensino superior, defende-se a a necessidade de uma política nova para a universidade, com reestruturação do sistema universitário. Esta é uma posição defendida já noutras ocasiões pelo Professor Fernandes e Fernandes, sugerindo a diminuição do número de universidades em prol do aumento da sua quailidade (menos e melhor).
Assim, o futuro das universidades de Lisboa deverá passar por uma política de fusão das duas universidades públicas, Técnica e Clássica, “por uma acção inteligente e determinada, potenciar dimensão, massa crítica científica e cultural, reforçar a investigação, racionalizar recursos humanos e materiais e, sobretudo, criar a ecologia intitucional favorável que permita economias de escala e suscite impulso renovador.”
Exemplo claro das vantagens da colaboração entre instituições é o caso da relação estabelecida entre a Faculdade de Medicina e o Instituto Superior Técnico, cuja produção científica associada tem dimensão europeia e nos últimos anos têm desenvolvido acções comuns bem sucedidas, como o novo Mestrado Integrado de Engenharia Biomédica. Os benefícios da colaboração são vários: “responder aos desafios do reconhecimento científico, proporcionar mais e melhores oportunidades à comunidade discente, reestruturar serviços de que resultará economia e rentabilidade”, mas este tipo de estratégia de convergência requer uma decisão política inequívoca.
Neste âmbito, e a título de conclusão, o Professor considera que: ”Concretizar este objectivo é não só uma necessidade, é um dever que o futuro nos impõe. Mais uma oportunidade perdida seria inaceitável”.
André Silva
andresilva@fm.ul.pt
Susana Henriques
susanahenriques@fm.ul.pt
Equipa Editorial
news@fm.ul.pt
Nota: os direitos de publicação sobre este texto pertencem ao Jornal Público, pelo que não podemos reproduzi-lo na integra.
“Menos e melhores universidades que sejam pólo de atracção para investigadores e estudantes estrangeiros”.
Para o Professor, a situação resulta da falta duma estratégia nacional para a educação superior, assumida e participada pelos intervenientes públicos e privados. A falta de reconhecimento de universidades produtoras de conhecimento, capazes de competir internacionalmente para os melhores alunos e para os financiamentos indispensáveis a uma investigação avançada fez com que o ensino superior perdesse a oportunidade de se expandir de forma estruturada e racional.
No entanto, a par das oportunidades perdidas, surgiram outras que contribuíram significativamente para o desenvolvimento da actividade científica na última década. É o caso da criação dos laboratórios associados: ”Na Faculdade de Medicina o desenvolvimento do Instituto de Medicina Molecular, que albergámos e apoiámos activamente e que é hoje parte integrante do Centro Académico de Medicina de Lisboa, consórcio que envolve também o Hospital de Santa Maria/Centro Hospitalar Lisboa-Norte, é exemplar e paradigma dum novo modelo de organização que consideramos fundamental.”
Para ultrapassar esta crise no sistema de ensino superior, defende-se a a necessidade de uma política nova para a universidade, com reestruturação do sistema universitário. Esta é uma posição defendida já noutras ocasiões pelo Professor Fernandes e Fernandes, sugerindo a diminuição do número de universidades em prol do aumento da sua quailidade (menos e melhor).
Assim, o futuro das universidades de Lisboa deverá passar por uma política de fusão das duas universidades públicas, Técnica e Clássica, “por uma acção inteligente e determinada, potenciar dimensão, massa crítica científica e cultural, reforçar a investigação, racionalizar recursos humanos e materiais e, sobretudo, criar a ecologia intitucional favorável que permita economias de escala e suscite impulso renovador.”
Exemplo claro das vantagens da colaboração entre instituições é o caso da relação estabelecida entre a Faculdade de Medicina e o Instituto Superior Técnico, cuja produção científica associada tem dimensão europeia e nos últimos anos têm desenvolvido acções comuns bem sucedidas, como o novo Mestrado Integrado de Engenharia Biomédica. Os benefícios da colaboração são vários: “responder aos desafios do reconhecimento científico, proporcionar mais e melhores oportunidades à comunidade discente, reestruturar serviços de que resultará economia e rentabilidade”, mas este tipo de estratégia de convergência requer uma decisão política inequívoca.
Neste âmbito, e a título de conclusão, o Professor considera que: ”Concretizar este objectivo é não só uma necessidade, é um dever que o futuro nos impõe. Mais uma oportunidade perdida seria inaceitável”.
André Silva
andresilva@fm.ul.pt
Susana Henriques
susanahenriques@fm.ul.pt
Equipa Editorial
news@fm.ul.pt
Nota: os direitos de publicação sobre este texto pertencem ao Jornal Público, pelo que não podemos reproduzi-lo na integra.