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News nº
22
Agosto 2011
(Visite a edição completa)
Espaço Aberto
Razão vs Emoção: Complementares ou Contraditórias? Desafios actuais do mundo do trabalho
Numa definição muito geral, a emoção é um impulso neuronal que move um organismo para uma determinada acção, no entanto, podemos caracterizá-la como um estado afectivo brusco e agudo desencadeado por uma percepção, externa ou interna, ou representação, real ou imaginária, caracterizado pela activação, mais ou menos, intensa dos processos neurológicos, como alterações glandulares, musculares, respiratórias, cardíacas e vasomotoras.

É na tomada de decisões adaptativas que as emoções têm um papel importante, mostrando que não há razão sem emoção.

Por si mesmas, as emoções não podem mostrar nada, não são capazes de falar, não têm identidade, não sentem, pelo que têm de ser estudadas como parte integrante da vida do sujeito e ser compreendidas em função do seu sentido e do seu papel. Identificam-se, por isso, vários tipos de emoção, como o medo, a vergonha, a alegria, a raiva e o ciúme.

Não é objectivo da razão gerar emoções, embora possa ser parte da sua função descobrir os meios de impedir que tais emoções sejam um obstáculo ao bem-estar. As emoções têm a sua importância no controlo do comportamento, inclusivamente em funções como a percepção, aprendizagem, memória e inteligência.

São as emoções que nos fazem únicos, é o nosso comportamento emocional que nos diferencia uns dos outros. Durante a evolução natural o estabelecimento de respostas comportamentais adaptativas são moldadas por processos emocionais e a escolha das respostas em determinadas situações reflecte o uso da razão, ou seja, as respostas adaptativas são moldadas pelas emoções e a selecção de comportamentos futuros determinados pela razão.

Também a razão, por si só, não sabe quando começar ou parar de avaliar custos e benefícios para uma tomada de decisão. É o nosso quadro de referências de emoções que selecciona as opções que nos surgem. É, por isso, insensato separar a razão da emoção, sendo que as emoções são parte indispensável da nossa vida racional. São as emoções que permitem o equilíbrio das nossas decisões.

Em contexto organizacional as emoções estão presentes na forma como actuam sobre o bem-estar das pessoas e nas interacções. A vida organizacional encontra-se repleta tanto de situações emocionais positivas, desde a motivação, à expectativa, da celebração à esperança, como negativas, rancor, infelicidade, desalento ou ressentimento.

A trilogia Trabalho, Vida Pessoal e Emoções formam complexas relações, cuja compreensão escapa, muitas vezes, aos esquemas que a razão proporciona. As emoções contribuem para a tomada de decisões mais racionais e a razão pode ajudar os indivíduos a terem uma consciência mais apurada das suas emoções aprendendo a lidar com elas de modo produtivo, sabendo tirar partido das mesmas nas diferentes situações.

Neste contexto e ao longo dos tempos, a tendência é que as emoções sejam deixadas para segundo plano dentro das organizações, por um lado, porque existe ainda a visão de que as organizações foram concebidas como lugares de racionalidade e não de afectos e as emoções são percepcionadas como contraditórias à razão e, por outro lado, porque as emoções são estados não controláveis e inacessíveis da perspectiva da organização.

Contudo, sabe-se que a cognição e a emoção não são processos independentes e que não é possível a tomada de decisão sem a intervenção das emoções. Existe, por isso, toda a vantagem em conciliar os dois conceitos, emocional e racional, em qualquer situação vivenciada.

O comportamento durante o desenvolvimento da actividade na organização pode gerar e ser gerado pela emoção, tendo em conta que qualquer acção ou comportamento na vida organizacional está constantemente sob a influência das duas vertentes. A actividade desenvolvida e as condições em que a mesma ocorre podem proporcionar uma dualidade se sentimentos, como a frustração ou, contrariamente, o sentimento de realização pessoal do individuo. Neste sentido, percebe-se que, qualquer que seja o sentimento vivenciado, o desempenho na actividade será, sempre, influenciado.

Deste ponto de vista, as emoções podem então ser definidas como respostas organizacionais a acontecimentos internos ou externos que têm para a pessoa uma determinada influência, positiva ou negativa. É uma realidade que os estados emocionais influenciam os julgamentos feitos pelas pessoas e a percepção que se faz dos sucessos e fracassos. O humor, por exemplo, exerce influência no nosso pensamento, memória e percepção.

Organizacionalmente, os sentimentos negativos não nos permitem construir relações saudáveis e produtivas com os restantes membros, da mesma forma que comprometem a capacidade de desenvolvimento do sujeito e a sua criatividade.

Outra situação na organização que é influenciada fortemente pelas emoções é a qualidade do serviço prestado, nomeadamente, em funções de interacção com o cliente/público. Uma boa gestão das emoções durante o desempenho da actividade é fundamental para um resultado positivo.

Ainda em contexto organizacional, as emoções têm toda a influência em situação de mudança. As características de ambiguidade ou incerteza que envolvem uma situação de mudança proporcionam ao sujeito um aumento da sua carga emocional, sendo que, o sujeito desenvolve, nestas situações, mecanismos que lhe permitem ter em conta algumas precauções e percepcionar oportunidades, nomeadamente, a Empatia para o estabelecimento de relações de partilha; Compreensão, das situações envolventes e dos sentimentos dos outros de forma a evitar episódios de conflito e ressentimentos; e o Encorajamento, no sentido prático de gerir sentimentos de medo e insegurança face à mudança.

Nestas situações, a tomada de decisões e escolha de opções é frequente, pelo que a interacção entre a emoção e a razão pressupõe o gerar de efeitos positivos significativos, existindo neste processo uma estreita ligação entre os elementos cognitivos e emocionais.

O desafio, na vivência organizacional, passa assim por saber lidar, de forma inteligente, com a complementaridade entre a razão e a emoção. O nosso comportamento será, sempre, o reflexo do que sentimos ou do que queremos mostrar que estamos a sentir.




Carla Reis
Centro de Recursos Comuns e Serviços Partilhados da Universidade de Lisboa
carla.reis@ul.pt



Bibliografia:
Gleitman, H., Fridlund, A. e Reisberg, D. (2003). Psicologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Pestana, E. e Páscoa, A. (2002). Dicionário Breve de Psicologia. Lisboa: Editorial Presença.
Pina e Cunha, M., Rego, A., Cunha, R. C., Cardoso, C. C. (2005). Manual de Comportamento Organizacional e Gestão. Lisboa: RH Editora.
Tomaz, C. e Giugliano, L. (1997). A razão das emoções: um ensaio sobre “O erro de Descartes”. Brasil.
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