Espaço Ciência
Politica de Saúde
Ensina-se Politica de Saúde? Investiga-se Politica de Saúde?
Michael Hill (1997) identificou quatro formas de abordar o estudo e a análise de política de saúde: a análise da política, a análise para a decisão política; a análise relacionada com os resultados das políticas de saúde, e finalmente, a análise do processo político. As abordagens normalmente realizadas são focadas nas organizações e na estrutura do Serviço Nacional de Saúde, e por vezes em relação à saúde pública. Muitos dos estudos que são realizados têm avaliações económicas agregadas que introduzem formulações para a decisão padronizadas. O âmbito da análise em política de saúde vai para além do estudo e do conhecimento do sistema de saúde formal. Hoje, considera-se parte integrante da análise política em saúde as áreas de protecção ambiental, a promoção e participação do desporto, da segurança e saúde no trabalho, a segurança alimentar, o sistema social de saúde e as iniciativas de protecção e da exclusão social. Os debates ideológicos que tão recentemente fomos testemunhas nas propostas de programas dos partidos políticos para a nova legislatura são apenas um dos aspectos da política de saúde.
A actividade política e sua análise obriga a um pormenorizado e consistente estudo das relações de poder. O poder é um instrumento conceptual em qualquer análise da formação e implementação de políticas de saúde. A identificação e o exercício do poder formal e informal reflecte posições morais e politicas e normalmente são consubstanciadas em concepções específicas de interesses de grupos ou de organizações.
Finalmente, uma palavra para os actores da conceptualização e implementação da politica de saúde. Os actores têm interesses e são geneticamente diferentes. Governos nacionais, governos locais, instituições de saúde, profissionais de saúde, pagadores, e cidadão/contribuinte/consumidor têm dimensões diferentes, momentos diferentes e evoluções diferentes. A análise do comportamento dos actores quer em termos globais ou mais locais implica uma permanente monitorização dos seus interesses e do debate mais ideológico que possa existir em momentos diferentes. É particularmente interessante o estudo de cenários e as implicações que possam ter em relação ao planeamento de recursos para garantir a possibilidade de criar opção de escolha no momento da implementação das políticas de saúde.
O Plano Nacional de Saúde é um instrumento de planeamento em saúde pública com uma componente essencial de definição de prioridades para actuação política. Isto é, um documento que indica as prioridades de intervenção em saúde pública ao qual está associado um compromisso político de reunir os recursos necessários para o cumprimento dos objectivos e a possibilidade bem sucedida de atingir as metas propostas que se traduz em ganhos de saúde, de qualidade e de eficiência.
O Instituto proporciona há vários anos um Curso Livre de Politica e Gestão de Serviços de Saúde. Esse curso tem tido uma afluência que esgota sempre o número máximo de alunos. Neste curso propõe-se uma reflexão sobre as Politicas de Saúde nacionais e internacionais, bem como se proporciona aos alunos visitas e conversas com gestores de saúde de instituições públicas e privadas. Por outro lado, o ensino da Investigação em Serviços de Saúde permite criar, nas áreas da epidemiologia, a capacidade de avaliação de intervenções baseadas em decisão política.
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Bibliografia:
Baggott, Rob (2007) Understanding Health Policy. Bristol: The Policy Press
Crinson, Ian. (2009) Health Policy. A critical perspective. London: SAGE publications.
Enthoven, A.C. and Tollen L.A. (2004) Toward a 21st Century Health System. San Francisco: John Wiley & Sons.
Hill, M. (1997) The Policy process in the Modern State (3rd ed). London: Prentice Hall.
McClughlin, Curtis P. and McLaughlin, Craig D. (2008) Health Policy Analysis: An Iterdisciplinary Approach. Sudbury, MA: Jones and Bartlett Publishers.
Ministério da Saúde. Plano Nacional de Saúde 2011-2016. Microsite: www.acs.min-saude.pt
Roberts, M.J. et al. (2004) Getting Health Reform Right. A guide to improving performance and equity. Oxford: Oxford University Press.
Stone, D. (2002) Policy Paradox. The art of political decision making (3rd ed). New York: W.W. Norton & Company.
Simões, J. (2004) Retrato Politico da Saúde. Coimbra: Almedina.
Walt, G. (1996) Health Policy. An introduction to process and power. (2nd ed). London: Zed Books.
Michael Hill (1997) identificou quatro formas de abordar o estudo e a análise de política de saúde: a análise da política, a análise para a decisão política; a análise relacionada com os resultados das políticas de saúde, e finalmente, a análise do processo político. As abordagens normalmente realizadas são focadas nas organizações e na estrutura do Serviço Nacional de Saúde, e por vezes em relação à saúde pública. Muitos dos estudos que são realizados têm avaliações económicas agregadas que introduzem formulações para a decisão padronizadas. O âmbito da análise em política de saúde vai para além do estudo e do conhecimento do sistema de saúde formal. Hoje, considera-se parte integrante da análise política em saúde as áreas de protecção ambiental, a promoção e participação do desporto, da segurança e saúde no trabalho, a segurança alimentar, o sistema social de saúde e as iniciativas de protecção e da exclusão social. Os debates ideológicos que tão recentemente fomos testemunhas nas propostas de programas dos partidos políticos para a nova legislatura são apenas um dos aspectos da política de saúde.
A actividade política e sua análise obriga a um pormenorizado e consistente estudo das relações de poder. O poder é um instrumento conceptual em qualquer análise da formação e implementação de políticas de saúde. A identificação e o exercício do poder formal e informal reflecte posições morais e politicas e normalmente são consubstanciadas em concepções específicas de interesses de grupos ou de organizações.
Finalmente, uma palavra para os actores da conceptualização e implementação da politica de saúde. Os actores têm interesses e são geneticamente diferentes. Governos nacionais, governos locais, instituições de saúde, profissionais de saúde, pagadores, e cidadão/contribuinte/consumidor têm dimensões diferentes, momentos diferentes e evoluções diferentes. A análise do comportamento dos actores quer em termos globais ou mais locais implica uma permanente monitorização dos seus interesses e do debate mais ideológico que possa existir em momentos diferentes. É particularmente interessante o estudo de cenários e as implicações que possam ter em relação ao planeamento de recursos para garantir a possibilidade de criar opção de escolha no momento da implementação das políticas de saúde.
O Plano Nacional de Saúde é um instrumento de planeamento em saúde pública com uma componente essencial de definição de prioridades para actuação política. Isto é, um documento que indica as prioridades de intervenção em saúde pública ao qual está associado um compromisso político de reunir os recursos necessários para o cumprimento dos objectivos e a possibilidade bem sucedida de atingir as metas propostas que se traduz em ganhos de saúde, de qualidade e de eficiência.
O Instituto proporciona há vários anos um Curso Livre de Politica e Gestão de Serviços de Saúde. Esse curso tem tido uma afluência que esgota sempre o número máximo de alunos. Neste curso propõe-se uma reflexão sobre as Politicas de Saúde nacionais e internacionais, bem como se proporciona aos alunos visitas e conversas com gestores de saúde de instituições públicas e privadas. Por outro lado, o ensino da Investigação em Serviços de Saúde permite criar, nas áreas da epidemiologia, a capacidade de avaliação de intervenções baseadas em decisão política.
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Bibliografia:
Baggott, Rob (2007) Understanding Health Policy. Bristol: The Policy Press
Crinson, Ian. (2009) Health Policy. A critical perspective. London: SAGE publications.
Enthoven, A.C. and Tollen L.A. (2004) Toward a 21st Century Health System. San Francisco: John Wiley & Sons.
Hill, M. (1997) The Policy process in the Modern State (3rd ed). London: Prentice Hall.
McClughlin, Curtis P. and McLaughlin, Craig D. (2008) Health Policy Analysis: An Iterdisciplinary Approach. Sudbury, MA: Jones and Bartlett Publishers.
Ministério da Saúde. Plano Nacional de Saúde 2011-2016. Microsite: www.acs.min-saude.pt
Roberts, M.J. et al. (2004) Getting Health Reform Right. A guide to improving performance and equity. Oxford: Oxford University Press.
Stone, D. (2002) Policy Paradox. The art of political decision making (3rd ed). New York: W.W. Norton & Company.
Simões, J. (2004) Retrato Politico da Saúde. Coimbra: Almedina.
Walt, G. (1996) Health Policy. An introduction to process and power. (2nd ed). London: Zed Books.