Investigação e Formação Avançada
Experiência em participar num projecto do Instituto de Medicina Preventiva
Projecto GAPIC: General Practitioners’ Knowledge, Perceptions and Barriers in the Management of Sexual Dysfunction
Após uma primeira experiência enriquecedora como bolseira do GAPIC num projecto na área de Oncologia Translacional, tornou-se claro que no ano seguinte iria candidatar-me de novo a financiamento para um projecto científico. Como até à data apenas tinha trabalhado em investigação laboratorial, surgiu-me a ideia de experimentar um projecto no âmbito da Medicina Preventiva, uma área na qual tinha vindo a desenvolver interesse crescente.
Rapidamente contactei o Instituto de Medicina Preventiva, onde me foram propostas várias áreas possíveis para desenvolvimento do meu projecto, entre as quais Hipertensão, HIV e Aleitamento Materno, todas elas minhas conhecidas da formação curricular obrigatória. No entanto, houve uma área que me despertou particularmente a atenção, por ser do meu interesse e não ter constado na minha formação: sexualidade. A decisão de enveredar por esta temática foi óbvia e, poucos dias depois, iniciava a escrita do projecto, que se intitularia General Practitioners’ Knowledge, Perceptions and Barriers in the Management of Sexual Dysfunction, e que viria a ser aprovado e financiado pelo GAPIC.
Porquê este estudo?
Em primeiro lugar, porque as disfunções sexuais são bastante prevalentes em ambos os sexos (entre 25% a 63% nas mulheres e 10% a 52% nos homens)1, constituindo um problema de saúde pública, sendo muitas vezes sintomas de outros processos patológicos que necessitam de ser diagnosticados e tratados como, por exemplo, a doença cardiovascular.2 Segundo, porque os poucos estudos internacionais mostram que as barreiras existentes na abordagem desta temática são uma das razões principais pelas quais as disfunções sexuais são subdiagnosticadas, apesar de a maioria dos doentes pensar que é apropriado abordar a temática com o médico de família.3,4 Terceiro, porque não existe nenhum estudo em Portugal subordinado a este tema. Quarto, porque conhecer melhor a forma como os clínicos gerais gerem as disfunções sexuais no seu todo, identificando ao mesmo tempo as suas necessidades formativas, irá permitir desenvolver novos programas de formação contínua e adequar a formação de base, obtendo ao mesmo tempo um retrato do estado da arte no nosso país.
Para a recolha de dados deste estudo transversal aplicou-se um questionário de auto-preenchimento a uma amostra de médicos de Medicina Geral e Familiar (MGF), (foi elaborado um questionário de auto-preenchimento com base na bibliografia disponível), tendo este sido distribuído aos médicos das Unidades de Saúde do ACES (Agrupamento de Centros de Saúde) de Odivelas. Neste momento, o projecto encontra-se na fase da recolha de dados e na preparação da análise estatística e redacção de um artigo científico.
Participar neste projecto permitiu-me ampliar os meus conhecimentos teóricos sobre a temática, através da leitura constante de artigos, e ainda desenvolver competências que vão desde a redacção do projecto até à elaboração do artigo final, passando pela elaboração do questionário e de um provável artigo de revisão. Foi também com grande entusiasmo e apoio da minha tutora que submeti um resumo (abstract) para o 20th World Congress for Sexual Health, a decorrer em Glasgow, em Junho deste ano. Recentemente soube que esse abstract tinha sido aceite e que iria apresentar um poster, notícia que recebi com muita alegria.
Aproveito mais uma vez para agradecer o apoio constante da minha tutora, a Dra. Violeta Alarcão, sempre disponível; e o apoio do GAPIC, o qual tem permitido, ao longo dos anos, o estímulo à prática da investigação científica pré-graduada.
Tutores do Projecto: Prof. Doutor Alberto Galvão Teles; Co-Tutora: Dra. Violeta Alarcão
Sofia Ribeiro,
6º ano do Mestrado Integrado em Medicina
sigmaserena@gmail.com
___________
Bibliografia
1. Laumann, EO, Paik, A, Rosen, RC. Sexual dysfunctions in the United States. Prevalence and Predictors. JAMA. 1999; 281: 537-544.
2. Haro, JM, Beardsworth, A, Casariego, J, et al. Treatment-seeking behavior of Erectile Dysfunction patients in Europe: results of the Erectile Dysfunction Observational Study. J Sex Med 2006; 3: 530–40.
3. EO Laumann; A Nicolosi; DB Glasser; A Paik; C Gingell; E Moreira; T Wang, Sexual Problems Among Women and Men Aged 40–80 y: Prevalence and Correlates Identified in the Global Study of Sexual Attitudes and Behaviors, International Journal of Impotence Research (2005), 17: 39:57.
4. Stanley E. Althof, Eric W. Corty, Stephen B. Levine, et al. Edits: Development Of Questionnaires For Evaluating Satisfaction With Treatments For Erectile Dysfunction, Urology 53: 793–799, 1999.
Após uma primeira experiência enriquecedora como bolseira do GAPIC num projecto na área de Oncologia Translacional, tornou-se claro que no ano seguinte iria candidatar-me de novo a financiamento para um projecto científico. Como até à data apenas tinha trabalhado em investigação laboratorial, surgiu-me a ideia de experimentar um projecto no âmbito da Medicina Preventiva, uma área na qual tinha vindo a desenvolver interesse crescente.
Rapidamente contactei o Instituto de Medicina Preventiva, onde me foram propostas várias áreas possíveis para desenvolvimento do meu projecto, entre as quais Hipertensão, HIV e Aleitamento Materno, todas elas minhas conhecidas da formação curricular obrigatória. No entanto, houve uma área que me despertou particularmente a atenção, por ser do meu interesse e não ter constado na minha formação: sexualidade. A decisão de enveredar por esta temática foi óbvia e, poucos dias depois, iniciava a escrita do projecto, que se intitularia General Practitioners’ Knowledge, Perceptions and Barriers in the Management of Sexual Dysfunction, e que viria a ser aprovado e financiado pelo GAPIC.
Porquê este estudo?
Em primeiro lugar, porque as disfunções sexuais são bastante prevalentes em ambos os sexos (entre 25% a 63% nas mulheres e 10% a 52% nos homens)1, constituindo um problema de saúde pública, sendo muitas vezes sintomas de outros processos patológicos que necessitam de ser diagnosticados e tratados como, por exemplo, a doença cardiovascular.2 Segundo, porque os poucos estudos internacionais mostram que as barreiras existentes na abordagem desta temática são uma das razões principais pelas quais as disfunções sexuais são subdiagnosticadas, apesar de a maioria dos doentes pensar que é apropriado abordar a temática com o médico de família.3,4 Terceiro, porque não existe nenhum estudo em Portugal subordinado a este tema. Quarto, porque conhecer melhor a forma como os clínicos gerais gerem as disfunções sexuais no seu todo, identificando ao mesmo tempo as suas necessidades formativas, irá permitir desenvolver novos programas de formação contínua e adequar a formação de base, obtendo ao mesmo tempo um retrato do estado da arte no nosso país.
Para a recolha de dados deste estudo transversal aplicou-se um questionário de auto-preenchimento a uma amostra de médicos de Medicina Geral e Familiar (MGF), (foi elaborado um questionário de auto-preenchimento com base na bibliografia disponível), tendo este sido distribuído aos médicos das Unidades de Saúde do ACES (Agrupamento de Centros de Saúde) de Odivelas. Neste momento, o projecto encontra-se na fase da recolha de dados e na preparação da análise estatística e redacção de um artigo científico.
Participar neste projecto permitiu-me ampliar os meus conhecimentos teóricos sobre a temática, através da leitura constante de artigos, e ainda desenvolver competências que vão desde a redacção do projecto até à elaboração do artigo final, passando pela elaboração do questionário e de um provável artigo de revisão. Foi também com grande entusiasmo e apoio da minha tutora que submeti um resumo (abstract) para o 20th World Congress for Sexual Health, a decorrer em Glasgow, em Junho deste ano. Recentemente soube que esse abstract tinha sido aceite e que iria apresentar um poster, notícia que recebi com muita alegria.
Aproveito mais uma vez para agradecer o apoio constante da minha tutora, a Dra. Violeta Alarcão, sempre disponível; e o apoio do GAPIC, o qual tem permitido, ao longo dos anos, o estímulo à prática da investigação científica pré-graduada.
Tutores do Projecto: Prof. Doutor Alberto Galvão Teles; Co-Tutora: Dra. Violeta Alarcão
Sofia Ribeiro,
6º ano do Mestrado Integrado em Medicina
sigmaserena@gmail.com
___________
Bibliografia
1. Laumann, EO, Paik, A, Rosen, RC. Sexual dysfunctions in the United States. Prevalence and Predictors. JAMA. 1999; 281: 537-544.
2. Haro, JM, Beardsworth, A, Casariego, J, et al. Treatment-seeking behavior of Erectile Dysfunction patients in Europe: results of the Erectile Dysfunction Observational Study. J Sex Med 2006; 3: 530–40.
3. EO Laumann; A Nicolosi; DB Glasser; A Paik; C Gingell; E Moreira; T Wang, Sexual Problems Among Women and Men Aged 40–80 y: Prevalence and Correlates Identified in the Global Study of Sexual Attitudes and Behaviors, International Journal of Impotence Research (2005), 17: 39:57.
4. Stanley E. Althof, Eric W. Corty, Stephen B. Levine, et al. Edits: Development Of Questionnaires For Evaluating Satisfaction With Treatments For Erectile Dysfunction, Urology 53: 793–799, 1999.