Reportagem / Perfil
Entrevista ao Dr. Luís Fernandes do Núcleo de Desporto Cultura e Bem-estar da Universidade de Lisboa
Núcleo de Desporto Cultura e Bem-estar da Universidade de Lisboa
Newsletter - Começaríamos por solicitar um comentário sobre se «mens sana in corpore sano» é uma expressão que casa bem com o Núcleo de Desporto Cultura e Bem-estar da Universidade de Lisboa.
Luís Fernandes - É uma citação espartana que tem a sua razão de existir, apesar dos contornos dos tempos.
De facto, quanto melhor estivermos em termos físicos, mais confiantes ficamos, de melhor humor, participamos mais e de forma mais eficiente em todas as nossas tarefas ou desafios.
Estudos anteriores e mais recentes continuam a referir as virtudes de uma boa “aptidão física” para uma boa capacidade cognitiva. Os médicos sabem bem disto.
E com tudo o que o dia-a-dia nos surpreende, o melhor é estar preparado!
Newsletter - Recuando até onde for possível, proporcione-nos uma viagem pelo vosso percurso até ao presente, em termos de desporto, cultura e bem-estar na Universidade de Lisboa explicando-nos, nomeadamente, os principais marcos históricos da evolução do Núcleo de Cultura e Bem-estar da Universidade de Lisboa (NDCBE).
Luís Fernandes - Esta não é difícil, pois o desporto na Universidade de Lisboa, tal como o entendemos hoje, é recente. Só daqui a 90 anos festejaremos o nosso centenário (risos).
Em 2000, a Universidade de Lisboa convida um professor de educação física, mas que já estava na gestão do desporto universitário há mais de 5 anos (Duarte Lopes). Convida, igualmente, a continuar o seu trabalho uma ex-estagiária de Gestão do Desporto (Sara Silva).
Começámos a preparar a nossa intervenção de forma adequada. Estudámos as expectativas dos nossos estudantes, as práticas e as preferências desportivas, estudámos a Cidade Universitária e as possibilidades de protocolos, parcerias. Explicámos as nossas ideias e planos futuros aos dirigentes associativos, entre muitas outras acções.
Como não tínhamos instalações propriamente ditas, começámos a organizar e promover actividades outdoor. Ainda hoje são uma das nossas características e projectos mais dinâmicos.
Lentamente, as nossas AAEE’s (Associações de Estudantes) foram-se apercebendo da dinâmica e foram-nos solicitando mais intervenção na representação institucional, primeiro com as modalidades individuais.
Em 2004 (29 de Abril), inaugurámos um espaço desportivo (Sala de Fitness), aproveitando uma intervenção de construção civil necessária nas oficinas dos Serviços de Acção Social (junto à Cantina I).
Não foi preciso muito para perceber a necessidade deste tipo de infra-estruturas. E iniciámos o processo de crescimento nesta área.
Neste mesmo ano recebemos um dos maiores eventos internacionais não desportivos do mundo Universitário: o Fórum da FISU (Federação Internacional). Foi um sucesso!
Os torneios internos (entre curso, faculdades, residências) sucediam-se e o projecto intra-muros foi tomando forma e força!
Fomos aumentando também o número de recursos humanos envolvidos. Sónia Miranda, Edgar Pais, Pedro Gonçalves, Vera Pereira, Rui Baptista e, mais recentemente, Liliana Serra, encerram o rol de excelentes e entusiastas profissionais.
Em 2006 organizámos o Campeonato Europeu Universitário de Badminton (EUSA) e iniciámos o crescimento da agora Academia ULness. Esta instalação está actualmente apetrechada com equipamentos desportivos e de apoio da mais alta tecnologia, segurança e conforto. Tem 2 salas, 2 estúdios, 2 gabinete de apoio para massagens, avaliações e consultas, balneários grandes e confortáveis. É um ambiente fantástico, divertido e relaxante!
Entretanto, fomos criando e apoiando mais selecções da Universidade, alcançando - com alguma margem - o 2º lugar do Ranking Nacional Universitário entre as mais de 50 Instituições participantes.
![](http://news.fm.ul.pt/Backoffice/UserFiles/Image/News21/Sala%20Exercicio(1).JPG)
Foi em 2010 que a Academia ULness ficou pronta!
Em 2011 demos uma entrevista à Newsleter da FMUL que viria a mudar tudo; mas agora temos de esperar para contar a história (risos).
A Cultura e Bem-estar entram no projecto com a reformulação dos estatutos da Universidade, pelo que os dados são menos “dignos”. Mas, podemos referir os serviços ligados à estética na Academia, os workshops e formações sobre massagens, vinhos, auto-maquilhagem, apoio a exposições artísticas de membros da Universidade, estabelecimento de parcerias com galerias e espaços de exposições…
![](http://news.fm.ul.pt/Backoffice/UserFiles/Image/News21/gabinete%204.JPG)
Newsletter - Aproveitando de novo a "máquina do tempo" e focando-nos, sobretudo, em termos de competição, do número de praticantes, das modalidades abrangidas e outros indicadores que seja oportuno considerar. Como caracteriza e avalia a evolução do desporto universitário, nomeadamente no seio da Universidade de Lisboa?
Luís Fernandes - O projecto de representação institucional está pronto para um salto (não será cívico ?), mas pode tratar-se de uma revolução desportiva e de imagem da própria Universidade.
Temos um conjunto de apoios regulamentares que, em conjunto com as leis vigentes (que nunca funcionaram), são um apoio indispensável à angariação de novos alunos com especial tendência para o desporto de alto rendimento; Estatudo de Estudante-atleta da Universidade de Lisboa, apoio ao treino e na área da psicologia, bolsas de mérito desportivo para os que, além de terem resultados de excelência, têm aproveitamento académico, etc.
A Universidade de Lisboa tem aproveitado pouco o facto de ser uma universidade querida para muitos atletas de alto rendimento. A proximidade com o EUL, o sistema de apoio acima descrito e a capital do nosso país, aliado aos pergaminhos de excelência dos cursos, são ingredientes mais do que suficientes para esse salto.
No passado mês de Março, tivemos uma visita do Comité Olímpico do Japão para conhecer melhor o nosso sistema de apoio à compatibilidade entre os estudos e o desporto de rendimento. Não foi só porque somos simpáticos!
Deixamos alguns dados:
Pertencemos às 2 maiores redes europeias ligadas ao Desporto Universitário: EAS-Network (European Athlete As Student ) e ENAS (European Network of Academic Sport Services). Da primeira organizámos a conferência anual em Setembro de 2009; da segunda, temos a Vice-presidência e queremos organizar a conferência de 2012!
No projecto de competição envolvemos 219 estudantes, participamos em 23 Campeonatos Nacionais Universitários, obtivemos 67 medalhas, conquistámos 26 medalhas de ouro e temos 18 selecções a representar a Universidade de Lisboa, reflectindo-se num investimento na ordem dos 64.000,00 €. Tudo dados de 2010.
Newsletter - Utilizando noções como as de satisfação com a vida (ou sensação de se viver uma vida cheia de sentido), de felicidade e de afectividade positiva, podemos perceber que o conceito de bem-estar transpõe a actividade física ou mental competitiva ou, particularmente, aquela que é usual praticar em função da ideia de que o exercício é um dos pilares para uma existência saudável do nosso organismo. Como é visto o conceito de bem-estar nas ofertas do NDCBE que são proporcionadas à comunidade da Universidade de Lisboa?
Luís Fernandes - O nosso conceito de “bem-estar” é abrangente e relaciona-se com todas as áreas, enquanto personalidades únicas e enquanto seres sociais. Podemos ainda aprofundar o conceito, pois entendemo-lo como possuidor de ramificações ao bem-estar físico, emocional e social. Ou, se o dirigirmos à nossa comunidade, tudo o que facilite o acesso a uma vida mais preenchida e positiva dos nossos estudantes, funcionários docentes e não docentes e ainda dos investigadores.
Repare que o nosso lema nos serviços de acção social é: “Damos + à tua Vida Académica”. Ou seja, queremos complementar as vivências do curso com experiências positivas, de apoio e de complemento.
Para que isto seja uma realidade, propomos actividades como o Mini-UL, que facilita a vida daqueles que, não tendo o mesmo período de férias que a generalidade das escolas do ensino dos primeiros 3 ciclos do ensino básico, podem – com segurança – deixar-nos os seus filhos ou netos. Tudo faremos para que se divirtam na nossa Universidade!
Se nos recordarmos das formações de massagens que ao longo do ano proporcionamos, temos a certeza que não apenas os participantes relaxam enquanto estão a praticar e a aprender as noções básicas de cada técnica, como serão capazes de transmitir essas sensações aos seus mais queridos!
Outro exemplo interessante são as massagens e as consultas de nutrição. Ambos serviços a preços acessíveis e com qualidade assegurada.
Aprender a saborear e a apreciar um bom vinho é melhorar a nossa capacidade de usufruir de mais simples e belos prazeres da vida. Imaginamos sempre os nossos participantes dos cursos de vinhos sentados na presença de uma boa companhia, à lareira ou ao luar, enquanto partilham um bom vinho (português, claro!) e impressionam com a descrição organoléptica do néctar de Baco!
Newsletter - De que forma a cultura faz parte da missão e dos objectivos do NDCBE?
Luís Fernandes - A Cultura surge, entre os nossos objectivos, mais como apoio aos talentos da nossa Universidade. A ideia é complementar os programas e actividades culturais existentes, quer nas faculdades, quer na reitoria.
Sentimos que existia uma lacuna para todos os membros da nossa Universidade que, tendo um especial talento, têm poucas oportunidades de o partilhar.
Apesar do projecto não estar desenvolvido, nem expresso, temo-lo como necessário e interessante.
Por outro lado a cultura esteve sempre ligada ao Desporto. O nosso Grupo de Dança é um caso paradigmático. Será cultura ou desporto?
Newsletter - Através da Internet podemos constatar que há uma notável oferta de eventos pontuais de carácter desportivo, de "workshops", e ainda um número impressionante de actividades regulares que se desenvolvem em particular na Academia ULness. Muitos dos potenciais utentes que compõem a comunidade da Universidade de Lisboa podem no entanto ser levados a pensar que estas ofertas apenas se destinam a um universo muito particular de destinatários, ou seja, aos alunos. O que poderemos transmitir aos docentes, investigadores, antigos alunos e funcionários da FMUL, a fim de os informarmos que o desporto, a cultura e o bem-estar, estão também à sua disposição aqui tão perto?
Luís Fernandes - Infelizmente, a comunicação interna é um problema estrutural da nossa Universidade que urge resolver. Todos temos consciência disso e estamos a tentar solucionar o assunto.
Entretanto, o NDCBE tem estado a criar uma imagem única, que o identifique mais facilmente, sem a criação de novos logótipos ou bandeiras.
Além do site, comunicamos com uma newsletter semanal a todos os que pretendem receber informação do NDCBE, criámos uma página institucional no Facebook (a anterior esgotou os amigos permitidos - 5.000 - e tivemos de cancelá-la) e uma outra página no Twitter. A colocação de cartazes é sempre outra estratégia de comunicação, mas com o excesso de “ruído” nesta área sentimos que é pouco eficiente.
Apesar dos esforços em diversificar os meios de comunicação (além da oferta desportiva) ainda estamos muito aquém do possível.
No passado fizemos uma parceria com a FMUL com preços excepcionais durante um período limitado de prática. Também já organizamos actividades específicas para os colaboradores da faculdade. São bons exemplos que gostaríamos de levar às outras Faculdades, mas não depende unicamente de nós.
Sabemos que temos um serviço excepcional, que a generalidade dos utentes vem até nós porque alguém nos recomenda e queremos continuar com este objectivos. Contudo, é fundamental que as diversas estruturas responsáveis pela comunicação interna de cada Unidade Orgânica nos continuem a apoiar neste grande objectivo. Sabemos que podemos fazer a diferença no dia-a-dia dos nossos colaboradores, sejam docentes, não docentes, investigadores ou até antigos alunos!
Newsletter - Quais são as actividades que estão ao alcance do público em geral, nomeadamente familiares ou amigos dos utilizadores que institucionalmente estão previstos pelo NDCBE da Universidade de Lisboa?
Luís Fernandes - Qualquer dos eventos, isto é, das actividades de carácter pontual ou não regular, estão abertas a todos. Falamos de caminhadas, workshops, cursos, são mais de 50 possibilidades ao longo do ano!
O programa da Academia, por poder tornar-se exíguo para a nossa comunidade, e para não sermos considerados “concorrência desleal” para outros espaços ou ginásios, decidimos disponibiliza-lo apenas aos membros da Universidade de Lisboa, aos nossos antigos alunos e ainda aos membros de outras instituições de ensino superior (embora com preços menos atractivos).
Existe ainda a possibilidade dos familiares directos dos nossos utentes (inscritos) poderem usufruir das excepcionais condições da Academia ULness. Esta decisão política foi tomada na perspectiva de complemento à ideia de bem-estar da nossa Comunidade.
![](http://news.fm.ul.pt/Backoffice/UserFiles/Image/News21/Surf(1).jpg)
Newsletter - Como é que nos pode retratar o desempenho dos atletas da FMUL em representação das cores da Universidade de Lisboa em competição e qual o nível de adesão às propostas do NDCBE da Universidade de Lisboa por parte da comunidade desta Faculdade em particular?
Luís Fernandes- Não deve ser por acaso, mas a Faculdade de Medicina é, em percentagem relativamente ao número de estudantes matriculados na faculdade, aquela que mais alunos tem como utentes do NDCBE. Serão por ventura quem melhor entende a ideia espartana que referiu antes, ou os que melhor gestão do tempo fazem ou os que sentem mais necessidade de entender melhor o seu próprio corpo ou por sentirem mais razões para relaxarem de forma activa e positiva… não sabemos, mas é um facto!
Na parte da competição, os alunos de Medicina são igualmente bons exemplos. Não só temos diversos alunos com estatuto de estudante-atleta, como representam a Universidade de Lisboa ao mais alto nível, arrecadando medalhas e títulos, e contribuindo de forma fantástica para uma imagem positiva da nossa Universidade.
Outra das questões que pode estar relacionada com todas as anteriores é o facto da Faculdade e da AEFML serem parceiros activos na promoção do NDCBE e da organização conjunta de diferentes iniciativas, quer na área da cultura, quer na área do desporto.
Newsletter - Deixamos, finalmente, uma última questão para uma visita ao futuro. Quais são os planos, as actividades programadas e as expectativas ao nível de desporto, do NDCBE da Universidade de Lisboa, que seriam oportunos divulgar aos nossos leitores?
Luís Fernandes - Queremos continuar a ser a estrutura mais jovem, mais divertida e mais eficiente da Universidade de Lisboa. Todos os dias nos recordamos disso e gostávamos de ter concorrência para elevar esta ideia para outro patamar (risos).
Pensamos ainda que o Desporto pode tornar-se a imagem de marca da Universidade de Lisboa, recrutando mais atletas de alto rendimento, que representem a Universidade e que os resultados desportivos tornem a imagem da Universidade mais única, unida, interna e externamente.
![](http://news.fm.ul.pt/Backoffice/UserFiles/Image/News21/Foto%20Luis%20fernandes.jpg)
Luís Fernandes - É uma citação espartana que tem a sua razão de existir, apesar dos contornos dos tempos.
De facto, quanto melhor estivermos em termos físicos, mais confiantes ficamos, de melhor humor, participamos mais e de forma mais eficiente em todas as nossas tarefas ou desafios.
Estudos anteriores e mais recentes continuam a referir as virtudes de uma boa “aptidão física” para uma boa capacidade cognitiva. Os médicos sabem bem disto.
E com tudo o que o dia-a-dia nos surpreende, o melhor é estar preparado!
Newsletter - Recuando até onde for possível, proporcione-nos uma viagem pelo vosso percurso até ao presente, em termos de desporto, cultura e bem-estar na Universidade de Lisboa explicando-nos, nomeadamente, os principais marcos históricos da evolução do Núcleo de Cultura e Bem-estar da Universidade de Lisboa (NDCBE).
Luís Fernandes - Esta não é difícil, pois o desporto na Universidade de Lisboa, tal como o entendemos hoje, é recente. Só daqui a 90 anos festejaremos o nosso centenário (risos).
Em 2000, a Universidade de Lisboa convida um professor de educação física, mas que já estava na gestão do desporto universitário há mais de 5 anos (Duarte Lopes). Convida, igualmente, a continuar o seu trabalho uma ex-estagiária de Gestão do Desporto (Sara Silva).
Começámos a preparar a nossa intervenção de forma adequada. Estudámos as expectativas dos nossos estudantes, as práticas e as preferências desportivas, estudámos a Cidade Universitária e as possibilidades de protocolos, parcerias. Explicámos as nossas ideias e planos futuros aos dirigentes associativos, entre muitas outras acções.
Como não tínhamos instalações propriamente ditas, começámos a organizar e promover actividades outdoor. Ainda hoje são uma das nossas características e projectos mais dinâmicos.
Lentamente, as nossas AAEE’s (Associações de Estudantes) foram-se apercebendo da dinâmica e foram-nos solicitando mais intervenção na representação institucional, primeiro com as modalidades individuais.
Em 2004 (29 de Abril), inaugurámos um espaço desportivo (Sala de Fitness), aproveitando uma intervenção de construção civil necessária nas oficinas dos Serviços de Acção Social (junto à Cantina I).
Não foi preciso muito para perceber a necessidade deste tipo de infra-estruturas. E iniciámos o processo de crescimento nesta área.
Neste mesmo ano recebemos um dos maiores eventos internacionais não desportivos do mundo Universitário: o Fórum da FISU (Federação Internacional). Foi um sucesso!
Os torneios internos (entre curso, faculdades, residências) sucediam-se e o projecto intra-muros foi tomando forma e força!
Fomos aumentando também o número de recursos humanos envolvidos. Sónia Miranda, Edgar Pais, Pedro Gonçalves, Vera Pereira, Rui Baptista e, mais recentemente, Liliana Serra, encerram o rol de excelentes e entusiastas profissionais.
Em 2006 organizámos o Campeonato Europeu Universitário de Badminton (EUSA) e iniciámos o crescimento da agora Academia ULness. Esta instalação está actualmente apetrechada com equipamentos desportivos e de apoio da mais alta tecnologia, segurança e conforto. Tem 2 salas, 2 estúdios, 2 gabinete de apoio para massagens, avaliações e consultas, balneários grandes e confortáveis. É um ambiente fantástico, divertido e relaxante!
Entretanto, fomos criando e apoiando mais selecções da Universidade, alcançando - com alguma margem - o 2º lugar do Ranking Nacional Universitário entre as mais de 50 Instituições participantes.
Foi em 2010 que a Academia ULness ficou pronta!
Em 2011 demos uma entrevista à Newsleter da FMUL que viria a mudar tudo; mas agora temos de esperar para contar a história (risos).
A Cultura e Bem-estar entram no projecto com a reformulação dos estatutos da Universidade, pelo que os dados são menos “dignos”. Mas, podemos referir os serviços ligados à estética na Academia, os workshops e formações sobre massagens, vinhos, auto-maquilhagem, apoio a exposições artísticas de membros da Universidade, estabelecimento de parcerias com galerias e espaços de exposições…
![](http://news.fm.ul.pt/Backoffice/UserFiles/Image/News21/badminton.jpg)
Newsletter - Aproveitando de novo a "máquina do tempo" e focando-nos, sobretudo, em termos de competição, do número de praticantes, das modalidades abrangidas e outros indicadores que seja oportuno considerar. Como caracteriza e avalia a evolução do desporto universitário, nomeadamente no seio da Universidade de Lisboa?
Luís Fernandes - O projecto de representação institucional está pronto para um salto (não será cívico ?), mas pode tratar-se de uma revolução desportiva e de imagem da própria Universidade.
Temos um conjunto de apoios regulamentares que, em conjunto com as leis vigentes (que nunca funcionaram), são um apoio indispensável à angariação de novos alunos com especial tendência para o desporto de alto rendimento; Estatudo de Estudante-atleta da Universidade de Lisboa, apoio ao treino e na área da psicologia, bolsas de mérito desportivo para os que, além de terem resultados de excelência, têm aproveitamento académico, etc.
A Universidade de Lisboa tem aproveitado pouco o facto de ser uma universidade querida para muitos atletas de alto rendimento. A proximidade com o EUL, o sistema de apoio acima descrito e a capital do nosso país, aliado aos pergaminhos de excelência dos cursos, são ingredientes mais do que suficientes para esse salto.
No passado mês de Março, tivemos uma visita do Comité Olímpico do Japão para conhecer melhor o nosso sistema de apoio à compatibilidade entre os estudos e o desporto de rendimento. Não foi só porque somos simpáticos!
Deixamos alguns dados:
Pertencemos às 2 maiores redes europeias ligadas ao Desporto Universitário: EAS-Network (European Athlete As Student ) e ENAS (European Network of Academic Sport Services). Da primeira organizámos a conferência anual em Setembro de 2009; da segunda, temos a Vice-presidência e queremos organizar a conferência de 2012!
No projecto de competição envolvemos 219 estudantes, participamos em 23 Campeonatos Nacionais Universitários, obtivemos 67 medalhas, conquistámos 26 medalhas de ouro e temos 18 selecções a representar a Universidade de Lisboa, reflectindo-se num investimento na ordem dos 64.000,00 €. Tudo dados de 2010.
Newsletter - Utilizando noções como as de satisfação com a vida (ou sensação de se viver uma vida cheia de sentido), de felicidade e de afectividade positiva, podemos perceber que o conceito de bem-estar transpõe a actividade física ou mental competitiva ou, particularmente, aquela que é usual praticar em função da ideia de que o exercício é um dos pilares para uma existência saudável do nosso organismo. Como é visto o conceito de bem-estar nas ofertas do NDCBE que são proporcionadas à comunidade da Universidade de Lisboa?
Luís Fernandes - O nosso conceito de “bem-estar” é abrangente e relaciona-se com todas as áreas, enquanto personalidades únicas e enquanto seres sociais. Podemos ainda aprofundar o conceito, pois entendemo-lo como possuidor de ramificações ao bem-estar físico, emocional e social. Ou, se o dirigirmos à nossa comunidade, tudo o que facilite o acesso a uma vida mais preenchida e positiva dos nossos estudantes, funcionários docentes e não docentes e ainda dos investigadores.
Repare que o nosso lema nos serviços de acção social é: “Damos + à tua Vida Académica”. Ou seja, queremos complementar as vivências do curso com experiências positivas, de apoio e de complemento.
Para que isto seja uma realidade, propomos actividades como o Mini-UL, que facilita a vida daqueles que, não tendo o mesmo período de férias que a generalidade das escolas do ensino dos primeiros 3 ciclos do ensino básico, podem – com segurança – deixar-nos os seus filhos ou netos. Tudo faremos para que se divirtam na nossa Universidade!
Se nos recordarmos das formações de massagens que ao longo do ano proporcionamos, temos a certeza que não apenas os participantes relaxam enquanto estão a praticar e a aprender as noções básicas de cada técnica, como serão capazes de transmitir essas sensações aos seus mais queridos!
Outro exemplo interessante são as massagens e as consultas de nutrição. Ambos serviços a preços acessíveis e com qualidade assegurada.
Aprender a saborear e a apreciar um bom vinho é melhorar a nossa capacidade de usufruir de mais simples e belos prazeres da vida. Imaginamos sempre os nossos participantes dos cursos de vinhos sentados na presença de uma boa companhia, à lareira ou ao luar, enquanto partilham um bom vinho (português, claro!) e impressionam com a descrição organoléptica do néctar de Baco!
Newsletter - De que forma a cultura faz parte da missão e dos objectivos do NDCBE?
Luís Fernandes - A Cultura surge, entre os nossos objectivos, mais como apoio aos talentos da nossa Universidade. A ideia é complementar os programas e actividades culturais existentes, quer nas faculdades, quer na reitoria.
Sentimos que existia uma lacuna para todos os membros da nossa Universidade que, tendo um especial talento, têm poucas oportunidades de o partilhar.
Apesar do projecto não estar desenvolvido, nem expresso, temo-lo como necessário e interessante.
Por outro lado a cultura esteve sempre ligada ao Desporto. O nosso Grupo de Dança é um caso paradigmático. Será cultura ou desporto?
Newsletter - Através da Internet podemos constatar que há uma notável oferta de eventos pontuais de carácter desportivo, de "workshops", e ainda um número impressionante de actividades regulares que se desenvolvem em particular na Academia ULness. Muitos dos potenciais utentes que compõem a comunidade da Universidade de Lisboa podem no entanto ser levados a pensar que estas ofertas apenas se destinam a um universo muito particular de destinatários, ou seja, aos alunos. O que poderemos transmitir aos docentes, investigadores, antigos alunos e funcionários da FMUL, a fim de os informarmos que o desporto, a cultura e o bem-estar, estão também à sua disposição aqui tão perto?
Luís Fernandes - Infelizmente, a comunicação interna é um problema estrutural da nossa Universidade que urge resolver. Todos temos consciência disso e estamos a tentar solucionar o assunto.
Entretanto, o NDCBE tem estado a criar uma imagem única, que o identifique mais facilmente, sem a criação de novos logótipos ou bandeiras.
Além do site, comunicamos com uma newsletter semanal a todos os que pretendem receber informação do NDCBE, criámos uma página institucional no Facebook (a anterior esgotou os amigos permitidos - 5.000 - e tivemos de cancelá-la) e uma outra página no Twitter. A colocação de cartazes é sempre outra estratégia de comunicação, mas com o excesso de “ruído” nesta área sentimos que é pouco eficiente.
Apesar dos esforços em diversificar os meios de comunicação (além da oferta desportiva) ainda estamos muito aquém do possível.
No passado fizemos uma parceria com a FMUL com preços excepcionais durante um período limitado de prática. Também já organizamos actividades específicas para os colaboradores da faculdade. São bons exemplos que gostaríamos de levar às outras Faculdades, mas não depende unicamente de nós.
Sabemos que temos um serviço excepcional, que a generalidade dos utentes vem até nós porque alguém nos recomenda e queremos continuar com este objectivos. Contudo, é fundamental que as diversas estruturas responsáveis pela comunicação interna de cada Unidade Orgânica nos continuem a apoiar neste grande objectivo. Sabemos que podemos fazer a diferença no dia-a-dia dos nossos colaboradores, sejam docentes, não docentes, investigadores ou até antigos alunos!
Newsletter - Quais são as actividades que estão ao alcance do público em geral, nomeadamente familiares ou amigos dos utilizadores que institucionalmente estão previstos pelo NDCBE da Universidade de Lisboa?
Luís Fernandes - Qualquer dos eventos, isto é, das actividades de carácter pontual ou não regular, estão abertas a todos. Falamos de caminhadas, workshops, cursos, são mais de 50 possibilidades ao longo do ano!
O programa da Academia, por poder tornar-se exíguo para a nossa comunidade, e para não sermos considerados “concorrência desleal” para outros espaços ou ginásios, decidimos disponibiliza-lo apenas aos membros da Universidade de Lisboa, aos nossos antigos alunos e ainda aos membros de outras instituições de ensino superior (embora com preços menos atractivos).
Existe ainda a possibilidade dos familiares directos dos nossos utentes (inscritos) poderem usufruir das excepcionais condições da Academia ULness. Esta decisão política foi tomada na perspectiva de complemento à ideia de bem-estar da nossa Comunidade.
![](http://news.fm.ul.pt/Backoffice/UserFiles/Image/News21/Surf(1).jpg)
Newsletter - Como é que nos pode retratar o desempenho dos atletas da FMUL em representação das cores da Universidade de Lisboa em competição e qual o nível de adesão às propostas do NDCBE da Universidade de Lisboa por parte da comunidade desta Faculdade em particular?
Luís Fernandes- Não deve ser por acaso, mas a Faculdade de Medicina é, em percentagem relativamente ao número de estudantes matriculados na faculdade, aquela que mais alunos tem como utentes do NDCBE. Serão por ventura quem melhor entende a ideia espartana que referiu antes, ou os que melhor gestão do tempo fazem ou os que sentem mais necessidade de entender melhor o seu próprio corpo ou por sentirem mais razões para relaxarem de forma activa e positiva… não sabemos, mas é um facto!
Na parte da competição, os alunos de Medicina são igualmente bons exemplos. Não só temos diversos alunos com estatuto de estudante-atleta, como representam a Universidade de Lisboa ao mais alto nível, arrecadando medalhas e títulos, e contribuindo de forma fantástica para uma imagem positiva da nossa Universidade.
Outra das questões que pode estar relacionada com todas as anteriores é o facto da Faculdade e da AEFML serem parceiros activos na promoção do NDCBE e da organização conjunta de diferentes iniciativas, quer na área da cultura, quer na área do desporto.
Newsletter - Deixamos, finalmente, uma última questão para uma visita ao futuro. Quais são os planos, as actividades programadas e as expectativas ao nível de desporto, do NDCBE da Universidade de Lisboa, que seriam oportunos divulgar aos nossos leitores?
Luís Fernandes - Queremos continuar a ser a estrutura mais jovem, mais divertida e mais eficiente da Universidade de Lisboa. Todos os dias nos recordamos disso e gostávamos de ter concorrência para elevar esta ideia para outro patamar (risos).
Pensamos ainda que o Desporto pode tornar-se a imagem de marca da Universidade de Lisboa, recrutando mais atletas de alto rendimento, que representem a Universidade e que os resultados desportivos tornem a imagem da Universidade mais única, unida, interna e externamente.
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