Reportagem / Perfil
Entrevista à Profª. Isabel Pavão Martins - Presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia
Newsletter: Que tipo de intervenção e de acções tem tido a Sociedade Portuguesa de Neurologia junto da comunidade médica, nomeadamente junto dos especialistas em neurologia?
Profª. Isabel Pavão Martins: A Sociedade Portuguesa de Neurologia tem como missão promover o conhecimento, a investigação e as melhores práticas clínicas entre os seus membros.
Newsletter: Em que medida a SPN fomenta/promove o ensino e a investigação científica das ciências neurológicas?
Profª. Isabel Pavão Martins: A Sociedade Portuguesa de Neurologia tem tido a preocupação de motivar e apoiar os seus membros na actividade de investigação. Para isso promove vários Prémios e Bolsas.
Os Prémios distinguem os melhores trabalhos apresentados nas suas reuniões ou reuniões internacionais, alguns dos quais são temáticos. No que respeita às Bolsas, a SPN atribui Bolsas de apoio ao internato de Neurologia, destinadas à realização de estágios no estrangeiro e bolsas de investigação nas áreas clínicas ou em epidemiologia das doenças neurológicas.
A Sociedade de Neurologia também tem tido a preocupação de disponibilizar aos seus membros acções de formação dirigidas à investigação científica. Para isso tem organizado regularmente cursos, alguns intensivos, sobre Estatística e Metodologia de Investigação. Esperamos com estes cursos responder às necessidades dos investigadores-médicos que não estão contempladas no internato da especialidade nem na sua formação médica geral. Além destes, a SPN organiza também cursos dirigidos a temas clínicos.
Newsletter: Qual o papel da SPN ao nível da relação com a comunidade, no que se refere à prestação de cuidados médicos? Qual a relação entre a SPN e a sociedade?
Profª. Isabel Pavão Martins: A SPN tem colaborado com outras sociedades nacionais, nomeadamente com a Sociedade Portuguesa de Neurociências, na promoção de sessões de divulgação de ciência abertas ao público. O nosso site é também muito visitado e recebemos correspondência directamente de escolas, instituiçoes várias e pedidos individuais para apoio ou formação, às quais tentamos responder. Além disso, vários membros da SPN participam regularmente em entrevistas nos principais meios de Comunicação Social onde divulgam a sua experiencia e conhecimentos.
Gostava também de mencionar que, durante as nossas reuniões, temos contado com a presença de representantes de organizações e associações de doentes (portadores ou familiares e amigos de doentes com a Doença de Alzheimer, Parkinson, doenças neuromusculares, Associação de Doenças Raras, etc), que estabelecem um elo mais directo com os doentes e a sociedade.
Outro aspecto muito importante e inovador (a nível nacional) criado pela actual Direcção da SPN foi a institução um sistema interno de creditação dos seus membros. Estes créditos, atribuidos pelo sistema Europeu de Créditos (UEMS-EACME), aos nossos Congressos e Cursos, são equiparados aos do sistema norte-americano, reconhecidos internacionalmente e acumuláveis com os de outras reuniões. Pensamos desenvolver um sistema electrónico de registo para uso interno. Pensamos desta forma melhorar a prática clínica e promover a formação ao longo de toda a vida.
Newsletter: Qual o papel da SPN na teia de relações entre hospitais, faculdades e centros/unidades de investigação? O que distingue a sociedade científica das outras entidades (hospitais, faculdades, centros/unidades de investigação?
Profª. Isabel Pavão Martins: Embora a SPN não tenha uma relação «formal» com os centros clínicos ou universitários, a verdade é que praticamente todos os seus membros são afiliados nesses tipo de instituições.
A SPN, como foi referido, dá apoio financeiro ao internato de Neurologia através das Bolsas de Investigação.
Newsletter: Qual a relação entre a SPN e as suas pares internacionais? De que forma se estreitam os laços e se trabalha em conjunto?
Profª. Isabel Pavão Martins: A SPN mantém relações com a European Federation of Neurological Societies e a World Federation of Neurology. A colaboração entre estas sociedades faz-se de várias formas, nomeadamente através da organização de eventos científicos conjuntos (a próxima reunião da European Neurological Society decorrerá em Lisboa, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Neurologia). Faz-se também através de programas de intercambio de estudantes e médicos e ainda pela participação de especialistas portugueses nos vários painéis destas sociedades. Estes painéis serve para estabelecer «guidelines», consensos e lançar programas de investigação.
Newsletter: Como tem sido a sua experiência profissional de médica, de docente, de investigadora e de presidente da SPN? Como articula tudo e quais as mais valias?
Profª. Isabel Pavão Martins: A experiência de três anos na Presidência da Sociedade Portuguesa de Neurologia (Novembro de 2007 a Novembro de 2010), revelou-se muito rica e proveitosa. Foi uma enorme honra e responsabilidade ter sido eleita pelos Neurologistas Portugueses.
Considero que foi um privilégio a liberdade de poder organizar reuniões, adequar os temas às necessidades dos neurologistas e poder convidar e conviver com as maiores autoridades cientificas nas diferentes áreas da Neurologia.
A minha formação académica e cientifica prévias, adquiridas neste Centro Académico, foram fundamentais para poder exercer as funções que me foram atribuídas. Por outro lado, a vivência da Sociedade Portuguesa de Neurologia pelo lado da Direcção dá-nos uma nova perspectiva deste tipo de organizações. Penso que foi muito enriquecedor, particularmente pelos contactos estabelecidos, pelo melhor conhecimento da realidade portuguesa e pelo conhecimento e integração numa comunidade científica mais vasta, nomeadamente a Europeia.
Profª. Isabel Pavão Martins: A Sociedade Portuguesa de Neurologia tem como missão promover o conhecimento, a investigação e as melhores práticas clínicas entre os seus membros.
Para esse efeito, a Direcção organiza duas Reuniões Científicas por ano (o Congresso de Neurologia em Novembro e o Forum em Maio), assim como cursos e outras acções de formação. Para além disso, distribui entre os sócios duas publicações semestrais, a Sinapse (revista científica) e o Correio da SPN (periódico para divulgação das actividades da SPN).
Newsletter: Em que medida a SPN fomenta/promove o ensino e a investigação científica das ciências neurológicas?
Profª. Isabel Pavão Martins: A Sociedade Portuguesa de Neurologia tem tido a preocupação de motivar e apoiar os seus membros na actividade de investigação. Para isso promove vários Prémios e Bolsas.
Os Prémios distinguem os melhores trabalhos apresentados nas suas reuniões ou reuniões internacionais, alguns dos quais são temáticos. No que respeita às Bolsas, a SPN atribui Bolsas de apoio ao internato de Neurologia, destinadas à realização de estágios no estrangeiro e bolsas de investigação nas áreas clínicas ou em epidemiologia das doenças neurológicas.
A Sociedade de Neurologia também tem tido a preocupação de disponibilizar aos seus membros acções de formação dirigidas à investigação científica. Para isso tem organizado regularmente cursos, alguns intensivos, sobre Estatística e Metodologia de Investigação. Esperamos com estes cursos responder às necessidades dos investigadores-médicos que não estão contempladas no internato da especialidade nem na sua formação médica geral. Além destes, a SPN organiza também cursos dirigidos a temas clínicos.
Newsletter: Qual o papel da SPN ao nível da relação com a comunidade, no que se refere à prestação de cuidados médicos? Qual a relação entre a SPN e a sociedade?
Profª. Isabel Pavão Martins: A SPN tem colaborado com outras sociedades nacionais, nomeadamente com a Sociedade Portuguesa de Neurociências, na promoção de sessões de divulgação de ciência abertas ao público. O nosso site é também muito visitado e recebemos correspondência directamente de escolas, instituiçoes várias e pedidos individuais para apoio ou formação, às quais tentamos responder. Além disso, vários membros da SPN participam regularmente em entrevistas nos principais meios de Comunicação Social onde divulgam a sua experiencia e conhecimentos.
Gostava também de mencionar que, durante as nossas reuniões, temos contado com a presença de representantes de organizações e associações de doentes (portadores ou familiares e amigos de doentes com a Doença de Alzheimer, Parkinson, doenças neuromusculares, Associação de Doenças Raras, etc), que estabelecem um elo mais directo com os doentes e a sociedade.
Outro aspecto muito importante e inovador (a nível nacional) criado pela actual Direcção da SPN foi a institução um sistema interno de creditação dos seus membros. Estes créditos, atribuidos pelo sistema Europeu de Créditos (UEMS-EACME), aos nossos Congressos e Cursos, são equiparados aos do sistema norte-americano, reconhecidos internacionalmente e acumuláveis com os de outras reuniões. Pensamos desenvolver um sistema electrónico de registo para uso interno. Pensamos desta forma melhorar a prática clínica e promover a formação ao longo de toda a vida.
Newsletter: Qual o papel da SPN na teia de relações entre hospitais, faculdades e centros/unidades de investigação? O que distingue a sociedade científica das outras entidades (hospitais, faculdades, centros/unidades de investigação?
Profª. Isabel Pavão Martins: Embora a SPN não tenha uma relação «formal» com os centros clínicos ou universitários, a verdade é que praticamente todos os seus membros são afiliados nesses tipo de instituições.
A SPN, como foi referido, dá apoio financeiro ao internato de Neurologia através das Bolsas de Investigação.
Newsletter: Qual a relação entre a SPN e as suas pares internacionais? De que forma se estreitam os laços e se trabalha em conjunto?
Profª. Isabel Pavão Martins: A SPN mantém relações com a European Federation of Neurological Societies e a World Federation of Neurology. A colaboração entre estas sociedades faz-se de várias formas, nomeadamente através da organização de eventos científicos conjuntos (a próxima reunião da European Neurological Society decorrerá em Lisboa, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Neurologia). Faz-se também através de programas de intercambio de estudantes e médicos e ainda pela participação de especialistas portugueses nos vários painéis destas sociedades. Estes painéis serve para estabelecer «guidelines», consensos e lançar programas de investigação.
Newsletter: Como tem sido a sua experiência profissional de médica, de docente, de investigadora e de presidente da SPN? Como articula tudo e quais as mais valias?
Profª. Isabel Pavão Martins: A experiência de três anos na Presidência da Sociedade Portuguesa de Neurologia (Novembro de 2007 a Novembro de 2010), revelou-se muito rica e proveitosa. Foi uma enorme honra e responsabilidade ter sido eleita pelos Neurologistas Portugueses.
Considero que foi um privilégio a liberdade de poder organizar reuniões, adequar os temas às necessidades dos neurologistas e poder convidar e conviver com as maiores autoridades cientificas nas diferentes áreas da Neurologia.
A minha formação académica e cientifica prévias, adquiridas neste Centro Académico, foram fundamentais para poder exercer as funções que me foram atribuídas. Por outro lado, a vivência da Sociedade Portuguesa de Neurologia pelo lado da Direcção dá-nos uma nova perspectiva deste tipo de organizações. Penso que foi muito enriquecedor, particularmente pelos contactos estabelecidos, pelo melhor conhecimento da realidade portuguesa e pelo conhecimento e integração numa comunidade científica mais vasta, nomeadamente a Europeia.