Em pouco mais de duas semanas fomos conhecendo todos os alunos do 1º ano que iam preenchendo os dois cursos de Medicina e Nutrição.
Entre breves lanches com o Diretor da Faculdade, o Prof. João Eurico Cabral da Fonseca, e a primeira semana de boas-vindas, conhecemos múltiplas caras e a elas associamos nomes e pequenos pedaços de relatos de vida. Desses muitos momentos falamos agora do Bernardo e da Mariana que estão convictos da sua vocação pela Nutrição. Já a Sara, apesar de ter começado pelo mesmo curso, decidiu que à terceira era mesmo de vez e voltou à estaca zero, fazendo novos exames para conseguir entrar em Medicina.
A Carolina e a Ana Margarida descobriram que os pais são colegas de enfermagem na Cardiologia, sempre tinham ouvido falar uma da outra e agora são elas que falam dos pais. Mas há mais famílias no Campus, a Beatriz tem dois irmãos a estudar na Faculdade e a Carolina tem uma avó enfermeira mas já reformada que fazia análises ao sangue em Santa Maria. E há quem trabalhe ainda neste lugar de mil mundos e também tenha estudado, como os pais da Margarida que, depois de formados, continuam a exercer medicina no Campus.
O Afonso é do contra e parece que a sua tendência é dizer “não” a tudo, mas teve de ceder à persistência dos pais que sempre lhe disseram que iria para Medicina; depois de veementemente negado, lá precisou de ceder às evidências e está agora connosco e convicto da escolha.
A Marta é dançarina profissional, mas fará dessa paixão um hobby. Enquanto todos os seus amigos falam em desporto, o Guilherme admite que, para lá de ler sobre economia, o que gosta mesmo são as festas; a verdade é que em seguida muitos confirmaram a mesma vocação.
Em comum têm o nome, os Guilhermes trouxeram consigo a Maria, todos vêm dos Maristas; já a Inês e a Elisa representam outro colégio, mas este dá música e chama-se Academia de Música de Santa Cecília. Das Doroteias chegam mais três, são todos rapazes e trazem um sorriso escondido de quem terá muito ainda por contar; oposto ao grupo do Sebastião que traz mais 5 comunicadores com ele e são da Escola Filipa de Lencastre, em Lisboa.
De mais longe, Beja, vem outro Guilherme, acompanhado pela Carolina de quem é amigo desde os 4 anos, o caminho farão juntos na mesma, mas agora em Lisboa. Do Alentejo também nos chega o Vasco, diretamente de Évora, o Henrique de Santiago do Cacém, a Inês que saiu de Guimarães e admite o vazio enorme da saudade dos pais. Das nossas ilhas vem muita energia e vontade de inovar, que o digam o Francisco, a Bianca, a Maria, o Rodrigo, a Leonor e a Sara, todos do Funchal, assim como o João dos Açores.
A Inês arrancou uma nova confidência do nosso Diretor, quando disse estar a escrever um livro e o Prof. João Eurico comentou que também já começou o seu. Haverá agora tempo para os acabarem?
Livros à parte, a Daniela prefere o tricot e o crochet, mas há mais paixões, tece-as ao ouvir fado, algo que sempre serviu de melodia, enquanto vivia em Israel nos seus tantos anos de memórias por lá. E o Matteo, já conhecem? Mistura de nacionalidades, a mãe é espanhola e o pai italiano, podia ter escolhido um dos outros países para estudar, mas optou por ficar no nosso. Como o Henrique que, apesar de ser da Venda do Pinheiro, vivia há 6 anos em Jersey (ilha do canal da mancha) e acabara de ser colocado no King’s College. O que fez? Disse que não a tudo e abraçou o regresso a quem é, um apaixonado por Santa Maria, o Hospital. Nem mais, como a Juliana que já estava a fazer Medicina na Letónia, mas obteve vaga na nossa Faculdade, fez as malas e regressou ao seu lugar.
Mas o que os trouxe até aqui?
Ao Rodrigo foi a cirurgia que precisou de fazer e aí convenceu-se que faria pelos outros o que por ele também foi feito. Para o Nuno, que nunca quis ser médico, foi ter acompanhado de perto o problema neurológico da mãe que o transformaria de vez. E a Maria Inês que aos 8 anos foi visitar o avô ao hospital, depois de uma cirurgia de peito aberto, como a própria conta. A Matilde e a Diana podem contar algo semelhante, pois é o amor com que recordam os avós e os referem acamados foi o que as fez entrar numa batalha pela qualidade de vida de todos os outros. Será por isso que a Matilde escolheu praticar boxe, para continuar a lutar por causas?
Quanto à Maria foi um distúrbio alimentar que quase lhe pregou uma partida e isso fez com o que percebesse a importância da Nutrição e a reversão para uma boa alimentação. É ainda defensora de desporto, como a Mariana que, apesar de atleta federada em Futsal, decidiu largar Aveiro e rumou à capital, para se juntar à mesma Licenciatura de Ciências da Nutrição. Não é por isso em vão que o Bernardo, do mesmo curso, diga que “podemos ser muito ricos, mas não somos nada sem saúde”.
A Catarina e a Sara não hesitaram pela Medicina, afinal já têm família ligada ao Campus, quer pela avó da Catarina que é Professora Catedrática Jubilada, ou pelos pais da Sara que estudaram na nossa Faculdade. E a Matilde? Os avós também foram a causa, mas não pela doença, já que essa era sempre a invenção da Matilde, assumidamente hipocondríaca, os avós eram a sua salvação, por serem médicos. Agora chegou a vez de ela também o ser.
No que toca à Lúcia, à Benedita e ao Nuno já houve dúvidas, se escolheriam eles a Medicina Aeroespacial ou Medicina, era a grande questão, até que conheceram o projeto do nosso docente Edson Oliveira e perceberam que dentro da Medicina geral já se abriam novos caminhos ao espaço.
Que outros grandes influenciadores?
Os grandes influenciadores para a escolha da Instituição continuam a ser os amigos mais velhos, a família e os professores do secundário.
Depois há outros fatores que entram como elementos decisivos e esses foram de ações diretas criadas pela Faculdade, como o Open Day da FMUL, ou a Futurália, uma das grandes participações das Universidades nas Feiras Nacionais do Ensino Superior. A Constança explicou-nos que, foi o impacto do que ouviu na Futurália, a trouxe de Santiago do Cacém até à Fmul. Já a Leonor nunca tinha colocado a nossa Faculdade como opção e quando veio ao Open Day, percebeu que estava ainda a tempo de tomar a decisão certa. A Matilde chegou a querer ser professora, mas contou-nos que Santa Maria sempre foi o seu Hospital de tratamento e depois do dia em que a Escola abriu portas a todos, ganhou todas as certezas que ainda lhe faltavam.
À Rita e à Leonor ligaram-nas a visita ao Campus no Open Day. E por isso vieram e decidiram ficar, defendendo as duas que será possível manter o surf associado à adrenalina na Medicina.
Recados finais para que eles nunca se esqueçam.
Ao longo de cada conversa, cada encontro, ou sessão entre os nossos novos alunos e alguns dos nossos Professores, ficaram pequenos momentos a reter. Talvez o mais comum ao grupo é contrariar o conceito do síndrome do impostor, quando o próprio acredita e se mentaliza que não é assim tão capaz, não sabendo reconhecer os elogios que lhe são feitos. Não serão estes nossos estudantes bons que cheguem?
Nessa altura valerá a pena relembrar a Maria João que tem 4 filhos, com uma vida sedimentada enquanto economista e que recomeçou tudo de novo para vir a ser médica; ou do João que desenha próteses em 3D e tem um mestrado em futebol de nível II, assim como treina também; ou da Beatriz que fazia investigação num laboratório de fertilidade e percebeu que queria saber mais de Obstetrícia; ou o outro João que é enfermeiro e trabalhava no Hospital São José; assim como de mais um João, este do Porto e que viveu em São Paulo e fez diversas missões no Brasil. Valerá ainda a pena saber da Vânia que fez Biologia e tem um mestrado em Gestão e desenvolveu o programa de teleconsulta no Hospital da Luz, não bastando é ainda personal trainer e federada em futebol.
A todos o que dizer? Talvez recordar algumas palavras finais do Diretor.
“Há um curso para fazer e uma vida para viver e durante esse percurso não se esqueçam de sorrir porque os médicos podem fazê-lo e isso não lhes tira a seriedade da profissão”.
Diante das grandes cadeiras de estudo e quando os gatilhos do medo surgirem há que pensar sempre no conselho de quem também já passou pelo mesmo percurso, “deixem-se gostar pelo todo e só depois apelem à memória e ao estudo”.
E nunca esquecer, estar nos cursos com uma atitude de “birds eye view”, como foi inspirando o Prof. João Eurico da Fonseca, sabendo olhar o todo até definir o foco mais particular.
A todos os nossos magníficos bom trabalho, nós continuaremos atentos às histórias para contar!
Joana Sousa
Equipa Editorial
news@medicina.ulisboa.pt
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